Capítulo 19 - Que não acabe nunca

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Anelyn

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Anelyn

Quando Nicolas me ligou chorando, eu percebi que não se tratava apenas do que estava acontecendo com Dave. Era tudo. No geral. Ele estava exausto, sobrecarregado, cheio de problemas, se sentindo impotente sobre tudo e, mais ainda, sozinho. Eu vi que ele precisava de mim, que naquele momento eu seria seu apoio, sua válvula de escape e seu ponto de segurança quando tudo estivesse difícil ou errado. Pela primeira vez, os problemas não se tratavam de nós dois. Eram coisas externas que eu teria que ajudá-lo a suportar e a superar.

Assim que chegamos no orfanato, Nicolas e eu entramos juntos, de mãos dadas e apenas nos separamos quando Dave vem ao nosso encontro e me abraça.

— Onde você vai? — pergunto a Nicolas, assim que Dave me solta, quando ele passa direto pelo garoto.

— Falar com a Madre. — Nicolas responde, obviamente nervoso.

— Não sem mim. E se controle. A gente não vai resolver isso no grito. — digo e ele respira fundo e revira os olhos ao mesmo tempo, mas espera por mim e então seguimos para a sala da Madre.

— Sr. Nicolas, o senhor aqui novamente... — a Madre lamenta, sem esconder o desgosto ao nos ver.

— A senhora não tem vergonha de mentir pra mim dessa maneira? — Nicolas diz, de olhos semicerrados.

— Eu não menti! Reveja suas palavras! O prazo apenas mudou. Isso não depende de mim. — ela se defende.

— É, mas aposto que também não ia fazer questão nenhuma de me avisar. — Nicolas acusa.

— Eu... — a Madre começa, mas eu a interrompo.

— Madre, tudo bem, isso não faz diferença. — começo, o mais sucintamente possível. — Desde o início a senhora acompanhou o caso de Dave, por isso sabe a maneira com que ele se apegou a Nicolas. Tudo o que nós queremos é encontrar uma maneira de ajudar ele. Só queremos o bem dele e ele não quer ir embora de Phoenix. Tudo o que pedimos é que nos ajude a ajudá-lo da melhor maneira possível.

— Senhorita, entenda, essas coisas não dependem apenas de mim. O garoto já está com idade superior às outras crianças, já está aqui há dois anos e nunca houve família alguma interessada em adotá-lo. Precisamos ser realistas e práticos no caso dele. Eu não posso me deixar levar pelos sentimentos. Infelizmente, é o meu trabalho. — a Madre diz.

— Então nos consiga mais tempo. — Nicolas diz, mais calmo. — Se me der mais tempo, eu mesmo vou adotá-lo. Se eu entrar com o pedido de adoção, essa transferência termina? — ele completa, me fazendo olhá-lo, surpresa, assim como a Madre, que deixa sua boca entreaberta e perde o foco das palavras.

— Oh... Bem... Terminar não, mas... Teríamos que adiar até a conclusão do pedido. Caso o senhor consiga...

— Eu vou conseguir. — Nicolas diz, com absoluta firmeza.

Em teu caminho (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora