Capítulo 5

807 61 31
                                    

NARRADORA

Arthur ainda estava nas nuvens, seu coração batia acelerado e algo começava a queimar dentro de si. Aquele havia sido o melhor beijo da vida de Picoli, e de certa forma aquilo lhe assustava. No início o loiro havia ficado totalmente sem reação, mas assim que sentiu o gosto doce dos lábios de Carla misturado ao gosto do álcool, Arthur se desligou do mundo inteiro. Não existia mas Sarah e nem amizade, só era ele, Carla, e o sentimento que começava a nutrir pela melhor amiga. E agora ali estava ele
segurando os cabelos da loira enquanto a via vomitar no banheiro de sua casa.

- A-Arthú, acho que e-eu não tô bem!

Diaz murmura completamente bêbada, voltando a vomitar logo em seguida. Após apagar completamente na boate e ser carregada até a casa do amigo, Carla havia despertado ao sentir seu estômago revirar diante da quantidade de álcool que havia ingerido.

- Eu sei, eu sei...vai passar!

Arthur declara iniciando uma carícia lenta nas costas da loira, não demorando a vê-la descansar a cabeça em ombro enquanto permaneciam sentados no chão do banheiro. Os minutos vão se passando rapidamente e antes de que percebesse Carla já dormia apoiada no corpo de Arthur, que não demora a carrega-la no colo para em seguida deita-la na cama. Sabendo que a jovem não acordaria mais, Picoli sai do quarto por alguns segundos e volta segurando um pano úmido em mãos antes de começar a deslizar o tecido molhado pelo rosto a amiga na tentativa de limpar todo o suor e a maquiagem grudada na pele macia, não demorando a sentir suas mãos chegarem até o decote da loira. Arthur não sabia o que estava acontecendo, mas rapidamente se repreende mentalmente ao sentir o desejo de ter aqueles dois seios em sua boca, crescer dentro de si. O loiro balança a cabeça negativamente e se afasta. Sempre havia visto Carla como sua melhor amiga, sua irmã, e agora estava ali vendo a jovem deitada em sua cama enquanto a desejava como mulher. Sentindo seu corpo começar a dar sinais de excitação Picoli corre até o banheiro e toma um banho gelado, voltando mais calmo logo em seguida. O loiro deita na cama ao lado de Carla e a cobre com o lençol para logo em seguida começar a acariciar seu rosto. Sabia que Diaz provavelmente não se lembraria do que havia acontecido naquela noite, mas se Picoli tinha certeza de uma coisa, era a de que nunca se esqueceria daquele beijo.

- O que você está fazendo comigo, hein?!  

Arthur sussurra ainda olhando para a amiga, não demorando a se render ao sono.

DIA SEGUINTE

CARLA

Acordo sentindo minha cabeça latejar de dor e logo as lembranças da noite passada atingem minha mente em cheio. 

Meu Deus...

Eu beijei o Arthur!

Sem ter controle sobre o meu próprio corpo, fecho os olhos e deslizo os dedos sobre meus lábios enquanto as memórias e sensações que tive na noite passada tomavam conta dos meus sentidos. Aquele havia sido o melhor beijo da minha vida, e havia sido justamente com o meu melhor amigo. 

Será que eu....

Não, não, não, isso não pode estar acontecendo. Não posso estar apaixonada pelo Arthur. Com certeza ele só me correspondeu ontem para causar ciúmes na Sarah. O Arthur nunca me veria mais do que como uma amiga, nunca me veria como mulher, para ele eu sou somente sua irmãzinha. Ele quer a Sarah, e é dela que ele gosta. O certo a se fazer é fingir que nada aconteceu, fingir que eu não me lembro, e esperar que esse sentimento saia de mim para que tudo volte ao normal. Desperto dos meus pensamentos ao ver o Arthur entrar no quarto vestindo somente uma calça moletom enquanto trazia uma bandeja com café da manhã. Sinto meu coração disparar, as borboletas em meu estômago acordarem e meu corpo se acender, me confirmando que para minha "infelicidade"...

Friends - Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora