Capítulo 28

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NARRADORA

Como professor, Arthur havia se voluntariado para levar as crianças até o auditório onde a aula de teatro aconteceria, sem ao menos imaginar que estava exatamente no local onde seu grande amor trabalhava. O loiro guia os alunos até o lugar indicado, e ao ouvir o som da porta se abrindo Carla se vira em direção à entrada, sentindo seu coração disparar ao ver quem estava ali.

- V-Você? 

Arthur e Carla murmuram ao menos tempo e continuam a se olhar intensamente ainda surpresos com aquela coincidência.

- Acho que você é o professor que veio acompanhar as crianças, certo?!

- Sim! E você deve ser a professora de teatro.

- Exato!

Diaz sorri sentindo milhares de borboletas voarem em seu estômago na medida em que permaneciam perdidos nos olhos um do outro. Picoli não fazia idéia de quantos minutos havia gastado admirando a loira em silêncio, mas percebendo a atmosfera palpável entre eles Arthur se obriga a voltar ao mundo real.

- Eh...bom...aqui estão as crianças, são todas suas! 

Carla sorri para os novos pequenos alunos e logo chama todos até o centro do palco enquanto o jovem observava toda a aula sentado. Ver as crianças e a mulher que amava sorrindo era algo impagável para ele. Ambas as partes se divertiam durante a aula, e por mais que tentasse tirar os olhos de Carla, para o loiro aquela era uma missão impossível. Ela era linda, e vê-la atuar o deixava ainda mais encantado pela jovem. Picoli desperta de seus pensamentos ao ouvir uma das crianças lhe chamar, e pela primeira vez consegue desgrudar seus olhos de Diaz. 

- Tio, Arthur...por que não vem encenar com a gente?

- Acho melhor não, crianças, vou acabar atrapalhando vocês!

- Vamos, por favor, professor!

- Vamos lá, Thur, estou precisando de um ajudante! Topa?

- Tá bom, tá bom...eu topo! 

O loiro declara após olhar a expressão pidona no rosto de Carla e das crianças, e logo se levanta indo em direção ao palco. Todos os alunos se sentam e começam a observar a demonstração dos professores. Imaginando que Arthur precisaria de uma ajuda a mais, Diaz entrega um papal com as falas do personagem que Picoli interpretaria, não demorando a começar a encenação de uma das cenas da famosa peça de Romeu e Julieta. Cada palavra carregava dentro de si a intensidade do sentimento provado pelos personagens, e por mais que tentasse negar para si mesmo, Arthur sabia que além de representar naquele momento um homem apaixonado, na vida real continuava sendo exatamente aquilo. Chegando finalmente ao final da cena, Picoli se aproxima de Carla e une suas testas enquanto sentia seu coração bater forte ao recitar sua última fala.

- "Serei teu à tua ordem, apenas chama-me de amor."

- Meu amor...

Sem conseguir resistir, Diaz permite que aquelas duas palavras ecoassem através de um sussurra baixinho na medida em que permanecia com seus olhos conectados ao de Arthur. Ambos sabiam muito bem que aquilo não estava no roteiro, mas também sabiam que naquele momento não havia mais ninguém atuando ali. Todo o mundo ao redor parecia ter deixado de existir, mas antes que pudesse ceder à vontade louca de beijar a mulher que amava, Arthur se afasta ao perceber o que estava prestes a fazer, não demorando a despertar de seus pensamentos ao ouvir os alunos aplaudirem a "atuação" de ambos.

- Eh...O-Obrigada, Arthur!

- De nada! 

O loiro força um sorriso e volta a se sentar atordoado enquanto as crianças terminavam a aula com Carla. O tempo se passa rapidamente, e após se despedirem de Diaz com um abraço, todos os pequenos vão em direção a Arthur, que os direciona até a saída. O jovem já estava pronto para sair, mas antes que o pudesse fazer Picoli se vira fazendo com que o seu olhar encontre mais uma vez com o de Carla. Arthur sorri para a amada e a jovem sente seu corpo derreter assim que o vê fechar a porta do auditório, a deixando sozinha no lugar.

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