Capítulo 8

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DIAS DEPOIS

CARLA

E aqui estou eu sentindo as lágrimas ameaçarem transbordar dos meus olhos enquanto vejo o "casal do ano" entrar no ônibus de mãos dadas. Os dias haviam se passado rapidamente, e após o "baile"
vários alunos da nossa faculdade se juntaram para promover um acampamento durante o feriado em uma das praias mais isoladas do Rio de Janeiro, e mesmo preferido ficar em casa, Pocah havia praticamente me obrigada à vir. Tudo o que eu queria era estar comendo um pote de sorvete enquanto choro e me amaldiçoou por ter me apaixonado pelo meu melhor amigo, mas pelo visto ultimamente não tenho tido muito controle sobre o que acontece na minha vida. Desde o nosso último beijo eu e Arthur temos tentado ao máximo deixar nossa relação o mais normal possível, mas não tem dado muito certo. Uma dor terrível se apossa do meu coração toda vez que os vejo chegando de mãos dadas na faculdade, ou quando vejo Sarah o beijando na frente de todos, e por mais que tente evitar, era eu que queria estar ali sentindo o gosto de seus lábios. Desperto dos meus pensamentos ao sentir Pocah me puxar para dentro do ônibus e rapidamente entro no mesmo. Sinto o olhar do Arthur sobre mim, e por mais que seja difícil consigo ignorar e me sentar no meu lugar, que por acaso é duas poltronas à frente da que ele e Sarah estão sentados. Um bom tempo se passa e percebo que a maioria dos alunos já havia pegado no sono, menos um. Sentia o olhar de Arthur permancer sobre mim atentamente, fazendo meu coração disparar enlouquecido e minhas mãos suarem. Rapidamente pego um livro e começo a ler na tentativa de disfarçar meu nervosismo ao vê-lo se levantar com cuidado de sua poltrona enquanto Sarah dormia, caminhando em minha direção antes de se sentar ao meu lado logo em seguida.

- Oi, coisinha de 1.53! 

- Oi, Arthur! 

NARRADORA

Diaz murmura em um tom de voz frio na medida em que continuava a fingir ler o livro, não demorando a sentir a mão do loiro retirar o objeto de si, a obrigando a olhar para ele.

- Por que não está me chamando pelo nosso apelido?

- Estou te chamando assim porque esse é o seu nome. Agora me devolve o meu livro e volta para sua namorada! 

A jovem declara tentando pegar seu livro de volta, suspirando irritada ao ver Arthur o esconder atrás de si.

- Só te entrego o livro se você me chamar pelo meu apelido.

- Não vou te chamar pelo seu ape...

Carla é interrompida ao sentir Picoli começar a fazer cócegas por todo o seu corpo, fazendo a loira morder as próprias mãos na tentativa de abafar o riso.

- P-Para, A-Arthur!

- Só se você falar meu apelido!

- N-Não...tá bom, tá bom! Thur...por favor, para! 

Carla murmura ofegante enquanto tentava se recuperar da crise de risos, vendo Arthur parar de lhe fazer cócegas com um sorriso bobo nos lábios.

- Por que está me olhando assim?

- Porque você é linda...eh..hum..eu quis dizer que...ahn...

Picoli percebe o que havia acabado de falar e se repreende mentalmente, sentindo suas bochechas esquentarem ao ver o mesmo acontecer com Carla.

- Eh...o-obrigada!  

Diaz sussurra envergonhada e logo o silêncio toma conta do ambiente.

- Por que eu sinto que as coisas não são mais como antes? Estamos estranhos um com o outro desde o...desde o...

- Desde o beijo?! 

Carla volta a adotar um olhar frio enquanto olhava para frente.

- Sim...eu...

Diaz interrompe.

- Olha, Arthur, não precisa me dar desculpa nenhuma  Aconteceu, foi um beijo, só isso, somos amigos desde sempre e isso não vai mudar! Não estou assim por causa do beijo, aquilo não foi nada, só não estou muito bem esses dias. Será que é tão difícil entender que eu quero ficar sozinha? 

A jovem mente tentando esconder sua tristeza e se surpreende ao ver o sentimento que tanto queria mascarar em si estampado nos olhos de Picoli.

- Tudo bem, pode ficar sozinha...não vou te incomodar mais! 

O loiro murmura friamente e se levanta voltando ao seu lugar enquanto tentava controlar o misto de sentimentos que tomava conta de si. Carla encosta sua cabeça na janela do ônibus e sente as lágrimas que tanto tentou esconder descerem dos seus olhos em um choro silencioso. Por mais que tentasse agir como se não se incomodasse com a aproximação entre o amigo e Sarah, estava sendo cada dia mais difícil esconder o que sentia. Com Arthur não era muito diferente. Há todo o momento a vontade de beijar e abraçar Carla lhe invadia, mas em sua mente ele não poderia continuar sentindo aquilo. Não queria estragar as coisas com a amiga, mas no momento era isso o que estava acontecendo. Mais algum tempo se passa e logo o ônibus chega à praia em que seria realizado o acampamento. A noite se aproxima e após arrumarem suas barracas na areia, uma fogueira é feita com todos os alunos. Diversas vezes o olhar de Carla e Arthur se encontravam, mas não demoravam muito para voltarem a encarar outro lugar. Estavam tentando tirar aquele sentimento de seus coração, mas até então não estava dando muito certo.

DIA SEGUINTE

Carla acorda ouvindo o barulho do mar e várias vozes ao redor. Rapidamente a jovem se levanta pegando um biquíni e um short para logo em seguida sair de sua tenda. Por incrível que parecesse na praia haviam dois banheiros para que todos tomassem banho e se arrumassem, então sem demora a loira caminha até o toalete feminino para se trocar. Após algum tempo Diaz sai do banheiro distraída e por acidente acaba esbarrando em alguém, sentindo seu coração disparar logo em seguida ao identificar o dono do perfume que tanto amava. Carla e Arthur ainda estavam brigados, e assim como os da loira, os olhos de Picoli também se encontravam avermelhados. A jovem havia passado a noite chorando, e agora percebia que não havia sido a única. Doía ver o amigo daquela forma, doía ficar longe dele, e mesmo estando com seu coração partido Carla não poderia suportar ficar mais tempo assim.

- S-Será que podemos conversar?

- Acho melhor não, agora eu que preciso de um tempo sozinho!                           

Arthur murmura olhando para a areia e logo sai dali, deixando Carla da mesma forma. A loira passa a mão pelo rosto se arrependendo amargamente pelo o que havia dito no dia anterior, mas antes que pudesse pensar em fazer algo Diaz sente seu corpo ser carregado em direção ao mar. Felipe havia a pego de surpresa e agora corria com ela em direção ao seu maior trauma. A jovem gritava implorando para que ele parasse com a brincadeira, mas ignorando totalmente o pedido de Carla, Lombardi a lança na água, fazendo a loira entrar em desespero e gritar pelo homem que havia lhe resgatado pela primeira vez, enquanto se afogava.

ARTHUR!


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Eitaaaaa!!
Será que o Arthur vai ouvir?
Quando será que esses dois vão deixar de ser tão teimosos?
Comentemmmm!! 💥💣

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