A filha dos Potter: Vira Tempo (II)

Capítulo 06 - Sangue de Griffindor, coração de Hufflepuff

A cabeça de Lily zunia, quando ela levantou-se e cambaleou para a mesa da Grifinória.

Por que o chapéu seletor a enviara para lá? Ela era uma aluna da Lufa Lufa. Tinha as qualidades de um lufano. E é claro, da primeira vez, o chapéu dissera que ela poderia ser alguém da Grifinória, mas mesmo assim a enviou para Lufa Lufa. Aquilo não fazia o menor sentido.

Hugo estava assustado, mas tentou disfarçar quando a prima sentou-se ao seu lado, ainda mais estupefata.

- Lily, como? - O ruivo sussurrou para ela quando as conversas retornaram.

- Eu não sei - Fui tudo o que respondeu, enquanto tentava engolir um pedaço de torta de frango.

De repente, a fome sumira.

- Oi - Um garoto louro, de olhos castanhos e sorrisinho tímido, cumprimentou - Sou Sam Philiphs, vocês são os alunos de intercâmbio, não é?

Lily assentiu, ainda incapaz de falar.

- Sou Hugo e essa é minha prima Lily - O Weasley apresentou, tentando disfarçar a descrença evidente na cara de Lily.

- Vocês estão em que ano?

- Terceiro - Hugo respondeu.

- Sério? Eu também! - Sam sorriu - Vai ser divertido ter vocês como colegas.

Lily forçou um sorriso. Sam abriu a boca para falar mais alguma coisa, mais então a sineta tocou e os alunos foram liberados para seus dormitórios.

- Então, Bem Vindos a Grifinória! - Sam disse, sorrindo e acenando.

Lily e Hugo tentaram falar com Gianne e Daniel, mas eles praticamente foram arrastados para longe. Suspirando, os dois resolveram seguir seu caminho.

- Hugo, como eu vim parar na Grifinória? - Lily perguntou, exaltada, quando estavam longe demais para serem ouvidos - Sou uma lufana. O chapéu seletor disse isso da primeira vez. Por que ele mudou de opinião?

- Não estamos no nosso tempo, Lily. Talvez não seja a mesma opinião que ele tenha daqui a 40 anos.

- O chapéu seletor sabe o que fala - Lily rebateu - E mesmo que ele estivesse mudado de escolha, como uma viagem no tempo poderia ter mudado minha personalidade?

Hugo suspirou, pensativo. As coisas eram difíceis sem Rose e Alvo com suas respostas.

- Talvez você mereça está nas duas casas - Hugo disse, afinal.

Lily arqueou uma sombrancelha.

- Sabe - Ele tentou se explicar - Como se tivesse o sangue de um Griffindor, mas o coração de um Hufflepuff.

Não disseram nada por algum tempo. Lily pensava no que o primo tinha dito, de certa forma, ele estava certo. Talvez, ela merecesse estar nas duas casas. Talvez o chapéu seletor tenha se enganado da primeira vez e ela sempre fora corajosa o bastante para ser da Grifinória. Como seu pai.

Os primos viraram um corredor e deram de cara com um garoto alto, magricela, de cabelos negros.

- Estão perdidos?

Lily respirou fundo, tentando recuperar-se do susto.

- Bem, nós... É... - Hugo gaguejou.

- São alunos de intercâmbio que vieram para a Grifinória, certo?

Lily assentiu. O garoto, que devia ter lá seus quinze ou dezesseis anos, sorriu.

- Sou Remo Lupin - Ele disse, fazendo os dois ruivinhos prenderem a respiração - Posso ajudar vocês a encontrar o salão principal, embora não pareçam estar perdidos.

Os dois engoliram em seco. É claro que não estavam perdidos. O castelo continuava o mesmo e Hugo sabia onde ficava o salão comunal da Grifinória. Estavam tão distraídos conversando que nem repararam que tinha que agir como novatos.

- Nós estávamos seguindo os alunos - Lily disse, rapidamente - Mas acabamos nos perdendo.

Remo assentiu, mas ele parecia desconfiado, por fim, voltou a sorrir.

- Quais são seus nomes, mesmo?

- Hugo.

- Lily.

Remo soltou uma risadinha, então disse:

- Bem, espero que não seja como a Evans, pois já temos discussões demais para uma Lily só - Remo puxou os dois, gentilmente - Venham. É por aqui.

Lily sorriu, estava sentando-se orgulhosa por ser comparada com sua avó.

- Acho que não sou como ela.

Remo riu de novo.

- Que bom, porque o Pon... James quase teve um infarto quando te viu. Você e a Evans se parecem muito. Acho que se não fosse pelos os olhos e a idade, poderiam trocar de lugar.

Lily e Hugo sorriram, tímidos e nervosos. Era verdade. Lily parecia-se muito com a sua avó, e talvez, suas únicas diferenças fossem os olhos e a idade.

- É. Eu notei.

Eles chegaram em frente ao quadro da mulher gorda, onde Remo murmurou a senha e eles adentraram o salão comunal.

- Remo, meu caro amigo, onde se meteu? - A cópia perfeita de Harry estava ali. Parado a frente deles.

O coração de Lily, pela a milésima vez naquele dia, quase parou.

- Fui ajudar os novatos a encontrarem o caminho.

- Aluado, sempre tão prestativo.

Ele virou-se para Lily e Hugo, sorrindo. Um sorriso diferente.

Travesso. Lembrava muito seu irmão mais velho, quando, ele e Fred aprontavam alguma.

- Você é Hugo, não é?

- Sou - O Weasley parecia entorpecido, preso ao um paraíso magnífico.

Então o maroto virou-se para Lily e seu sorriso alargou-se.

- E você é Lily.

- Sim.

- Será que todas as Lilys do mundo são gêmeas?

Os bruxos riram, então o pai de Harry, com seus quinze anos, fez uma reverência para Lily e Hugo, sem tirar o sorriso do rosto.

- Eu, meus caros amigos, sou James Potter. E esse é nosso humilde cantinho - Ele sinalizou a sala comunal ao redor, então completou: - Bem Vindos a Grifinória!