Capítulo 12 - Admiradores secretos

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- Meu Merlin! - Gianne exclamou, arrancando o bilhete da mão de Lily - Quem você acha que é?

Lily deu de ombros. As duas estavam esparramadas em um sofá na biblioteca, onde Gianne tava saltinhos de empolgação por conta do "admirador secreto" da amiga.

- Eu não faço a menor ideia - Lily respondeu, suspirando - Pensei que fosse Daniel, mas a letra não é dele.

- Pode ser aquele seu novo amigo - Gianne disse com um sorriso maroto - Sam, não é?

- Ou pode ser Hugo fazendo alguma brincadeira comigo - Lily rebateu, corada - Ele conviveu muito com James nas férias.

Gianne deu de ombros, como se dissesse: Você quem sabe.

Lily tomou o bilhete da mão de Gianne e pela a milésima vez o leu.

"Você ainda não sabe quem eu sou. Talvez um dia venha a saber.
Estou cansado de observar, queria te contar logo o que sinto. Mas acho que por bilhete não é muito romântico.
Quando o dia chegar, você vai saber quem eu sou."

A ruiva suspirou, não devia dar muita importância aquilo, mas ela não conseguia. Tudo o que queria era descobrir quem tinha escrito aquilo para ela, talvez fosse alguém que Lily conhecesse. Ou talvez fosse alguém com quem ela nunca falou.

Lily então dobrou o bilhete e o enfiou dentro da bolsa.

- Você vai vir comigo ou não? - Ela perguntou a Gianne.

- Eu combinei de estudar com Snape.

- Snape? Então tá né.

Gianne riu, acenando para a ruiva que saiu da biblioteca.

Ainda chovia lá fora e o dia estava frio, Lily puxou o gorro mais para baixo e afundou as mãos nos bolsos da capa. O bilhetinho parecia pesar na sua mochila. Ela dobrou o corredor e esbarrou em alguém.

Outra ruiva de gorro e mãos afundadas no bolso. Por um instante, Lily achou que estava se olhando no espelho então se deu conta que era sua xará, sósia e avó, Lily Evans.

- Ah, desculpe, Lily - Evans disse, retirando o gorro vermelho da cabeça.

- Tudo bem, Lily - A ruivinha respondeu, rindo.

- Você está bem? Parecia distraída - A Evans perguntou.

A Potter assentiu, ainda distraída.

- Eu só estou com saudades da minha família - Ela disse, rapidamente, isso era uma parte da verdade.

- Também sinto falta da minha - Evans disse - Embora acho que Petúnia não sinta falta de mim.

- Talvez ela sinta.

Lily Evans soltou uma risadinha.

- Não sei não. Mas isso não vem ao caso e sua família?

- Meus irmãos são um saco - Ela respondeu, sorrindo ao se lembrar - Um estuda demais e é meio certinho e o outro é incrivelmente insuportável, como...como... Como o James.

Evans riu.

- Agora eu entendi.

- Mas eu sinto falta dele.

Evans assentiu, sorrindo para ela.

- Eu sei como é isso. Embora Petúnia deve me odiar, eu sinto a falta dela.

- Também sinto falta dos meus pais - Antes que percebesse ela já despejava palavras sobre sua familia que tanto sentia falta - Minha mãe embora seja um furacão ruivo, é muito gentil e bondosa. E meu pai...

- O que tem seu pai?

- É a melhor pessoa que eu conheço. Ele já passou por tanta e tantas coisas, mas ainda continuou cheio de coragem. Ele é meu herói.

A ruivinha começou a chorar, sendo assim consolada por sua avó de quinze anos. As duas passaram um tempo abraçados, então Evans disse:

- Se um dia eu tiver um filho, espero que ele seja como seu pai.

- Pode ter certeza que ele vai ser.

•••••••••••••••••••••••••

Lily estava sentada no salão comunal brigando contra um pergaminho de Defesa Contra a Arte das Trevas. Com tudo acontecendo, ela mal tinha tempo para estudar e como sempre, estava lotada de deveres.

Embora não estivesse no seu tempo, Lily ainda era uma aluna e se queria se formar, ela tinha que estudar o máximo que podia. Ela sabia que sua vida ainda estava bastante fácil, pois passou o Natal com Alvo ajudando James a estudar para seus N.O.M'S e Lily sabia que quando chegasse a vez dela, iria pirar.

Daniel sentou-se ao lado dela, antes que ele pudesse falar qualquer coisa, a ruiva exclamou:

- Qual é a forma que seu bicho papão toma?

- Um dragão.

- E quando você usa o feitiço Riddikulus no que ele se transforma?

- Em um ursinho de pelúcia - Daniel respondeu, Lily assentiu anotando no pergaminho - Por que você não escreve sobre o seu bicho papão?

- Porque ainda não enfrentei um e não sei que forma ele tomaria. Faremos isso amanhã na aula com a Corvinal - Lily disse - Mas o que você quer?

Daniel puxou algo do bolso.

- Queria saber porque escreveu isso.

Lily apanhou o bilhete que ele estendia para ela. A garota examinou-o e parecia que Daniel também tinha uma admiradora.

- Não escrevi. Por que acha que fui eu?

- Do mesmo jeito que você acha que eu escrevi o seu.

Lily ficou vermelha.

- Quem lhe disse isso?

- Gianne disse a Hugo que disse para mim.

Lily tomou uma nota mental de dar uma bronca no primo e na amiga.

- Enfim, se eu não escrevi o seu e você não escreveu o meu - Daniel pensou - Quem está escrevendo bilhetinhos para nós?

A filha dos Potter: Vira Tempo (II)Onde histórias criam vida. Descubra agora