você é tudo que eu vejo

qual o seu nome mesmo?

1. Mais velho

Adrien quase não dormiu naquela noite de tão ansioso que estava, ele já tinha o costume de acordar cedo — normalmente, o sol entrava pela janela do seu quarto apenas alguns minutos antes de Nathalie bater na porta para acordá-lo para ir para a escola, alguma sessão de fotos, entrevista ou evento repetitivo que ele tivesse no dia.

Mas agora, ele acordou animado como não se sentia há muito tempo, não só porque estava de férias e havia se formado há algumas semanas no Ensino Médio, ou porque era sexta e ele havia insistido para que Nathalie deixasse a tarde dele livre até seu pai finalmente concordar com aquilo, mas porque aquele era o dia, um dia que ele havia esperado pacientemente há muito tempo.

Ele finalmente conheceria sua melhor amiga, Ladybug.

Os dois eram amigos virtuais há mais de um ano, se falavam todos os dias, faziam ligações com tanta frequência que ele já poderia reconhecer o som da voz dela de longe, e agora, depois de tanto tempo, a garota finalmente ia conseguir vir de Nantes, a cidade que ela morava no interior da França, até Paris.

Ele nem ligava para o fato de que, apesar de tudo isso, ainda não sabia o nome dela, porque também nunca havia contado o dele, tinha medo de que a garota acabasse pesquisando 'Adrien Agreste' no Google, descobrisse o quão famoso ele era em Paris e passasse a agir de maneira diferente com ele, por isso se apresentou a ela com o nome de Chat Noir e não havia mudado isso até aquele momento. Mas esperava mudar agora, durante aqueles dez dias dela ali, porque ele sabia que uma hora ou outra os dois acabariam cruzando com um dos vários outdoors com o rosto dele estampados pela cidade.

E não que ela estivesse vindo para Paris apenas para ver ele, claro que não, é que ela também havia se formado há alguns semanas no Ensino Médio e havia passado no curso de moda de uma das melhores faculdades de Paris — algo que ela havia falado sobre várias vezes na última semana, mas que ele pedia para ela falar mais sempre que possível, porque adorava ouvir a animação na voz dela ao comentar sobre o assunto. E mesmo que ela não tivesse vindo a Paris especificamente por ele, Ladybug estava ali para conhecer a cidade com ele, e ele poderia ser seu guia turístico pelos próximos dez dias dela na cidade — ou pelo menos, nos dias que Nathalie não o impedisse.

Ele realmente esperava que ela não o impedisse, porque tudo que ele queria fazer nos próximos dias era passar a maior quantidade de tempo possível com a melhor amiga, ele estava de férias, já havia se formado no Ensino Médio, logo entraria na faculdade, era mais velho agora — faria 18 anos em cerca de dois meses — e não tinha mais tanto medo assim do que quer que seu pai inventasse para puní-lo.

Por conta disso tudo, quando Nathalie bateu na porta do quarto alguns minutos depois dele ter acordado, Adrien mal prestou atenção enquanto ela repetia tudo que ele faria pela manhã — uma sessão de fotos, um comercial e mais alguma coisa que ele não ligava. — Tudo que ele pensava é que, durante a tarde, estaria livre para encontrar Ladybug.

2. Máscaras

Marinette havia chegado em Paris naquela manhã cedo o bastante para conseguir aproveitar o café da manhã do hotel. Ela havia pegado o metrô antes mesmo do sol nascer e dormido durante as três horas de viagem, por isso só leu as mensagens de Chat Noir enquanto comia no restaurante do hotel, rindo do quanto ele era dramático ao reclamar tanto de estar ocupado durante a manhã, e do quanto ele parecia animado para encontrá-la durante a tarde.

E depois ela dormiu o resto da manhã, aproveitando os lençóis macios de seu quarto, ela definitivamente não gostava de acordar cedo, Chat Noir sempre ria do quanto ela reclamava quando acordava cedo para ir para a escola — algo que ela compensava rindo dele quando os dois conversavam por ligação antes de dormir e ele ficava com sono antes mesmo da meia noite.