você me acostumou mal

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30. Rosas

Adrien saiu de casa no domingo logo depois do almoço, em direção ao hotel de Marinette, em cerca de uma hora a garota estaria embarcando no trem para voltar para Nantes, e seu coração já parecia apertado de imaginar o tempo que passaria longe dela até que ela voltasse para Paris, aqueles últimos dias tinham sido tão especiais que ele facilmente já tinha esquecido dos dias que passava sozinho antes de encontrar a garota pessoalmente.

As ruas começavam a ficar movimentadas por onde ele andava agora que a tarde começava, Adrien seguia devagar porque havia saído cedo demais de casa para evitar o pai, mas não queria chegar antes do horário combinado com Marinette, sabia que a garota provavelmente estava naquele momento ainda arrumando a mala e até se atrasaria um pouco para ficar pronta, como era o costume.

E enquanto andava ele pensava em um modo de surpreender Marinette quando a encontrasse, Adrien já havia percebido como ela gostava quando ele oferecia alguma coisa como presente para ela, mesmo que na maioria das vezes fosse algo simples como balões, ou doces ou lembranças das lojas de presentes dos museus que eles iam, que ela fazia questão de segurar com força e levar junto ao coração, dizendo que ia guardar com cuidado para lembrar dele.

Algo chamou sua atenção do outro lado da rua, uma senhora abrindo a loja depois do intervalo do almoço, não uma loja qualquer: Uma floricultura. Adrien atravessou a rua um pouco despretensioso, mas assim que olhou melhor viu um buquê de rosas cor-de-rosa e olhou mais atentamente, rosa era a cor favorita de Marinette, ela provavelmente iria gostar se ele comprasse o buquê para ela, então pagou a dona da floricultura e seguiu em direção ao hotel ainda com tempo de sobra.

E algumas ruas a frente ele parou novamente, ao passar em frente à outra floricultura, o atendente o encarou com um olhar curioso, perguntou em tom de brincadeira:

— Um buquê só não é o bastante, rapaz?

Mas Adrien realmente ficou pensativo, era um buquê só o bastante?

— Eu acho que não. — Acabou respondendo.

— Bom, se a pessoa que você quer presentear gosta de rosas... — O atendente encarou um pouco mais o buquê na mão de Adrien. — Eu tenho muitas outras cores.

Os dois andaram um pouco para outro lado da loja, onde Adrien observou uma variedade de buquês de cores diferentes.

— As amarelas podem significar amizade ou amor incondicional. — O atendente começou a falar. — As vermelhas significam paixão, é claro, também tenho algumas azuis, significam amor profundo, e essa é minha favorita, se me permite dizer — ele mostrou o buquê de rosas que eram uma mistura de cor-de-rosa e amarelo, mas tão claras que eram quase brancas —, são rosas cor de champanhe, significam admiração e graciosidade.

Adrien observou tudo aquilo visivelmente confuso, a explicação das cores só serviu para deixá-lo ainda mais indeciso.

— Ou eu posso fazer um buquê com mais de uma cor — o homem estendeu o braço para mostrar alguns buquês de rosas coloridas ao lado, que também pareciam lindos.

— Eu... Acho que tive uma ideia.

Marinette desceu até o salão do hotel impaciente, o elevador parecia mais devagar do que o normal ou era impressão dela? A garota só estava alguns minutos atrasada, mas imaginava que Adrien já estava na entrada, esperando por ela, afinal ele nunca se atrasava.

Mas quando ela chegou no térreo, não havia ninguém na recepção, quer dizer, ninguém além da atendente distraída esperando algum hóspede que pudesse precisar de ajuda... E o que parecia ser uma montanha de rosas empilhada em uma das poltronas do local.

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