ele pensou que a gente era um casal

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5. Leite

Era sábado, quase final de tarde, Chat Noir e Ladybug haviam se encontrado um pouco depois do almoço naquele dia e agora que haviam passado a tarde no Louvre, pararam numa cafeteria ali perto para repor as energias. Ou pelo menos era essa a intenção de Ladybug, ao pedir um café forte e com canela, Chat Noir pediu um café com leite.

— Pode colocar mais leite, por favor? — O garoto pediu quando a atendente entregou seu café e ele percebeu que ainda estava escuro demais.

A atendente sorriu e se afastou para adicionar mais leite ao pedido, Ladybug tomou um gole do café e riu disfarçadamente.

— O que foi? — Ele perguntou sorrindo, ao notar a risada da melhor amiga.

— Seu café com leite é tipo leite com um pouquinho de café. — Ladybug deu um sorriso de canto antes de beber mais um gole do próprio café. — Por isso você dorme tão cedo, gatinho.

— É mais saudável. Sabia que quando a gente acorda cedo, aproveita melhor o dia?

— Isso é besteira. — Ladybug revirou os olhos e riu de novo. — Quando você dorme tarde, aproveita melhor a noite, e aí?

— A noite é feita pra dormir, bugboo. — O garoto falou e logo depois recebeu seu café com leite extra, tomou um gole em silêncio.

— Se eu te chamasse pra uma festa do pijama, o que você faria?

— Tipo, agora, no seu hotel?

— Não, besta. Tipo, quando eu me mudasse pra cá de verdade.

— Acho que eu tomaria um café com menos leite antes.

Os dois beberam um pouco dos próprios cafés ao mesmo tempo, se olhando.

— Bom saber. — Ladybug comentou por fim.


6. Palhaço

A próxima parada foi o Centro Georges Pompidou, era uma caminhada de apenas quinze minutos do Louvre até lá, por isso Ladybug sugeriu que os dois fossem andando juntos — e se perguntassem, ela com certeza negaria que um dos motivos foi porque já havia aprendido a gostar de andar de braços dados com Chat Noir. — Mas quando chegaram lá, ela estava exausta, por já ter andado tanto dentro do Louvre durante a tarde, e precisou de um tempo para descansar.

Por isso os dois pararam do outro lado da rua, perto da Fonte Stravinsky, um outro ponto turístico da cidade, um espaço com fontes de água e esculturas excêntricas que as crianças gostavam de ir no verão para se divertir com a água no rosto e as figuras quase cartunescas.

Ladybug comprou uma garrafa de água para se refrescar e os dois observaram as estátuas um pouco afastados, para não se molharem com a água das fontes, até que Chat Noir tocou no ombro dela, para chamar sua atenção, e falou:

— Espera aqui. — E correu em direção a um palhaço parado próximo à escultura do que Ladybug decifrou como sendo um elefante verde, de orelhas amarelas e tromba listrada.

Ela observou, terminando de beber a água da garrafa, enquanto o garoto falava com o palhaço, gesticulando um pouco demais para se explicar. O palhaço concordou com a cabeça e tirou um balão vazio de um dos bolsos enormes, encheu o balão comprido, que agora dava pra ver que era vermelho, e começou a dobrar e amassar até formar um animal, uma joaninha.

Chat Noir pegou a joaninha de balão e se virou para mostrar para Ladybug, apontado para ela e depois para o balão como se a analogia já não fosse óbvia.

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