talvez eu goste de você

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9. Cinema

— Não é que eu nunca tenha ido ao cinema. — Ladybug se explicava enquanto ela e Chat Noir estavam na fila para comprar seus ingressos. — É que não tem cinema da minha cidade, mas eu já fui ao cinema algumas vezes quando viajei.

— Quais filmes você já assistiu no cinema? — Ele perguntou curioso.

Ladybug murmurou e olhou ao redor, tentando lembrar. Era domingo, final de tarde, o espaço do cinema onde os dois estavam só não estava cheio porque todas as pessoas já haviam entrado nas salas de suas respectivas sessões, havia apenas um casal na fila em sua frente e mais alguns quatro atrasados atrás deles. Chat Noir não ia admitir, mas havia enrolado Ladybug para que chegassem ali em cima da hora porque tinha medo que eles entrassem ainda na hora dos trailers e Ladybug acabasse vendo algum comercial da Agreste estrelando ele, Adrien. Ele ainda não havia contado para ela.

— Procurando Dory, um filme sobre espiões que eu não lembro o nome, Guerra Infinita e Ultimato... — Ladybug foi falando enquanto lembrava.

— Que bom que você viu esses dois no cinema. Foi bom, né?

— Muito. — Ladybug sorriu animada. — Nunca tinha visto tanta gente gritar no cinema.

— Você já viu um filme 3D? — Ele perguntou um pouco antes do casal em sua frente sair e os dois darem um passo à frente em direção à atendente. Ladybug balançou a cabeça, negando. — A gente pode ver hoje, então.

Os dois encararam os horários dos filmes em sua frente, o mesmo filme ia começar agora em duas salas diferentes, a sessão normal em quinze minutos e a sessão 3D em dez.

— Meu Deus, pode ser, mas a gente ainda tem que comprar a pipoca, e vamos perder todos os trailers.

— Não tem problema. — Chat Noir falou, tentando não demonstrar o quanto estava aliviado com aquilo.

Os dois entraram na sala do cinema quando já estava escuro, olhando para o chão para não tropeçarem e caírem por acidente. Chat Noir ia na frente, não é como se frequentasse tanto o cinema ao ponto de se sentir confiante o suficiente para guiar o caminho, mas ao contrário de Ladybug, que nunca havia estado ali antes, ele definitivamente era o mais capaz daquilo.

O título do filme passava na tela quando os dois se sentaram em seus lugares e puderam observá-lo, Chat Noir tinha o balde de pipoca grande que os dois haviam concordado em dividir, enquanto Ladybug segurava os dois refrigerantes, sentada à sua esquerda.

Ele pegou o próprio refrigerante das mãos dela e colocou no braço da cadeira que estava na sua direita, pensando — de uma maneira muito esperançosa — que se o espaço que separava ele de Ladybug ficasse livre, talvez ele conseguisse passar os braços ao redor dos ombros dela em algum momento do filme, se tivesse sorte. E se não tivesse sorte, poderia pelo menos se inclinar o bastante para ficar do lado dela, se ela se inclinasse para ficar perto dele em algum momento.

Mas mais rápida ainda foi Ladybug, que como quem não temia nada, apenas levantou o braço da cadeira que separava ela de Chat Noir e colou nele, encostando o máximo que podia e passando o braço ao redor dele para pegar um pouco da pipoca, fazendo os dois ficarem de braços dados.

— O que foi? — A garota sussurrou quando percebeu que o rosto dele continuava virado para ela e não para o filme, mas no escuro da sala do cinema ela não via a careta surpresa que ele fazia. — Essa posição é desconfortável pra você? Eu posso me sentar direito, se quiser.

— Não, não. — Ele falou e percebeu que sua voz soou um pouco desesperada demais, então repetiu: — Não. Tá ótimo assim, bugboo, não se preocupa.

você é tudo que eu vejoOnde histórias criam vida. Descubra agora