Estávamos em guerra e famintos, muito famintos. O povo com fome, a escassez ficando cada vez pior e evidente, não importava o ouro ou a prata se ninguém queria comercializar. As carruagens que chegavam com suprimentos não eram suficientes para alimentar a todos. Mas, Roham nem sempre foi desse jeito. O período de seca e escassez havia começado a sete anos desde a morte de Tronodoro II. Os profetas diziam que era o sinal que nosso país entraria em grande mazela. Não chegamos a acreditar incialmente, não havia motivos para crer que repentinamente os campos secassem. Nossa terra nunca foi abençoada por vastos alimentos, mas tínhamos sistemas de irrigação, de colheita para tirar o máximo possível da terra e nos ajudar, então nossa cultura era voltada para implementar sempre novas tecnologias em prol da subsistência. Erámos um povo guerreiro e dedicado, treinávamos desde criança para suportar as adversidades, todos eram dessa maneira, mesmo os ômegas que estavam no final da hierarquia sabiam como manejar uma arma.
A guerra sempre foi uma opção válida, mas evitável, não queríamos derramamento sangue dos nossos irmãos, tentamos ponderar com o Rei de Neopolita, conversamos, mandamos mensageiros, contudo, as respostas nos faziam perder a esperança. O inverno se aproximava, precisávamos agir antes das estações mais difíceis, senão muitos morreria. Parti a frente do exército, deixando alguém de extrema confiança ocupando o trono. Não iria ficar sentado naquela cadeira sem significado em meio à maior crise que estávamos enfrentando, parti a cavalo com meus soldados. Já tínhamos planejado tudo, não anunciamos, apenas tomamos a primeira cidade depois da montanha, roubando alimento, saqueando fazendas e casas, matando quem achasse que poderia lutar, deixamos pequenos contingentes para que a cidade continuasse sob controle, marchamos em frente até que Neopolita respondeu de forma firme. Porém, não foi o suficiente, seus avanços eram infrutíferos, não estavam preparados para nós. A nossa estratégia era a melhor e sempre a mais forte.
Foi nesse período que ouvir falar de Seyrim, o príncipe ômega que um dia reinaria sob a bandeira azul e branca. Ri por deixarem alguém de baixa estipe governar, que o rei tivesse outro filho ou filha alfa para assumir a coroa. Porém, mesmo que o subestimasse ainda precisava conhecer o inimigo. Alguns soldados menores estavam infiltrados entre o povo, até mesmo no castelo, isso era o suficiente para receber algumas cartas significativas. Foi quando conheci o príncipe através das palavras de meus subordinados. Admirado pelo povo, visto como alguém inteligente e sábio, mas ignorado pelo próprio conselho do palácio, pelo pai, este último regado de futilidades. Parecia que Seyrim era algo realmente, a cada nova carta me interessava por conhecer um pouco mais sobre sua vida. Tinha ideias interessantes sobre a guerra, alguns ouviam nos corredores conversas do rapaz com alguém do conselho com intuito de convencer o rei a aderir alguma de suas estratégias. Boas ideias, realmente boas, se colocadas em prática iriam dificultar muito mais nossa chegada a capital. Mas, querido Seyrim, era tarde demais para que virasse o jogo.
Chegar à capital não foi difícil, formamos acampamento a frente dos portões de madeira, a muralha de pedra era grossa, mas tínhamos catapultas, escadas gigantes, arquearia forte. Poderíamos atravessar, mas esperamos por um dia. Mandei mensagem ao rei covarde de que deveria se render, que não atacaria o povo se me entregasse a coroa. A ideia inicial era matar seu governante na frente de todos, mostrar a quem pertencia aquelas terras, segurar a bandeira do meu povo e queimar a do inimigo. Depois, desposar seu filho para formar uma nação forte, aquela parte foi pensada ao longo do caminho, conforme lia os depoimentos dos meus espiões, poderia fazer isso em cada país ao qual dominasse. Nunca tive uma vida monogâmica, por mais que Neopolita fosse adepta ao casamento, nós erámos livres, mesmo depois que firmássemos o matrimonio diante dos deuses.
No dia seguinte estávamos prontos em seguir o plano de destruir a muralha. No entanto, alguns minutos antes de começarmos a quebrar os portões o general abriu a primeira defesa se aproximando de mim. Estava montando a cavalo, imponente, o garanhão era a melhor égua de guerra de Roham, era fiel e companheiro.
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O Peso da Coroa - A ascensão de Roham [Completa]
FanfictionO príncipe ômega Seyrim que precisa se sujeitar a um casamento político obrigado pelo Rei que subjugou seu país com o exercito mais poderoso e implacável do continente. O que lhe resta é lutar pela própria liberdade ou aceitar o destino