Capítulo 17 - A paixão fria como a neve

85 16 0
                                    


Soltei gemidos enquanto sentia sua boca envolvendo minha entrada, não podíamos ter sexo bruto como Yurick gostava, mas ainda seria agradado por suas mãos. Meu corpo tremia de maneira quente enquanto cada parte se excitava com seus toques. Não fazia muito desde seu discurso de chegada, em seu corpo apenas as velhas cicatrizes fazendo com que exalasse o poder de um alfa guerreiro. Isso me excitava, mesmo sabendo que havia algo errado não podia deixar de perceber o quanto meu corpo o necessitava enquanto sua língua esfregava em meu interior até o orgasmo. Ainda podia sentir seu sabor na minha boca, alguns minutos atrás seu membro estava tão profundo dentro da minha garganta que foi difícil respirar. Contudo, sabia como dar prazer ao homem que segurava minha cabeça dando estocadas firmes, usando minha boca ao seu bel prazer e mesmo assim aquele único fato me deixava extremamente sensível. Agora estava atirado na cama de bruços enquanto percebia que se sentava na cama. Meu corpo estava suado. Aquela sensação não me abandonava, seus olhos frios me encaravam como mero ornamento. Onde estava a calidez da nossa despedida a meses atrás?

- Há algo errado, não? – Fui sentando na cama, pegando o manto que estava ao lado, cobrindo as marcas que deixou durante o ato. Não podíamos exagerar devido a gravidez, ao menos consegui sentir um pouco do seu calor. Seu cheiro sempre me provoca arrepios deliciosos.

- Não há nada com que deveria estar preocupado. – O alfa soltou um suspiro pesaroso se virando na minha direção. – Voltamos a dominar todo o reino, não temos mais preocupações além disso.

- Ainda planeja invadir Akasia no inverno? É uma loucura passar pela floresta Amarintia. – Era apenas um conselho.

- Normalmente valorizo suas ideias, mas, é uma questão de poder e honra passar pelas defesas do rei e chegar à capital Urukiza antes do final da estação. Nós conseguimos poder chegando até aqui, provamos que adversidades e clima não são o suficiente se quer para combater nossas armas. O reino de Neopolita foi derrotada por soldados famintos, por um povo que enfrenta a escassez a muitos anos. Acha que vou voltar atrás? – Notei seu tom inflamado, o rosto altivo demonstrando toda sua arrogância enquanto me encarava como se fosse apenas alguém insignificante que carregava seu sucessor.

- Não precisa me provar absolutamente nada. – Fui andando na direção do banheiro enquanto deixava os panos que cobriam o corpo caírem sobre o chão de mármore. – Seus discursos são apenas sobre o quão superior é seu poder sobre meu povo.

- Meu povo. – Corrigiu como se fosse necessário.

- Oh, sim, seu povo, obvio, como poderia esquecer? – Perguntei com o toque suave de frieza. Limpando a pele, esfregando mais do que deveria. Passo por cada marca onde Yurick havia passado sua boca, marcando a carne mostrando a quem realmente pertencia. Estávamos vinculados, isso só mudaria se um de nós perecesse. O que havia acontecido com o alfa? O que não estava me contando? Havia fugido dos soldados Akasianos, corrido a floresta e desaparecido por pelo menos dois dias, de repente encontrado na estrada com aquela criança bizarra ao seu lado como se fossem antigos companheiros. Não haviam lendas sobre espíritos da floresta? Amarintia é conhecida por ser um local mágico, doce aos espíritos e cheio de ilusões, porém, quem acreditaria nisso? É o mesmo que pensar que há dragões entre nós, ou em locais distantes escondidos em vulcões adormecidos como contam as velhas histórias. Mas, como explica o comportamento do Alfa? De repente, seu olhar caloroso havia se transformado no mais terrível inverno.

- Irei sair. – Yurick diz quando estava me enxugando. Noto que estava com roupas completas da nobreza de Roham.

- Vai vê-lo? – Pergunto com o tom da indiferença, mas meu coração se aperta. Podia fingir. Era um bom mentiroso quando se tratava de esconder minhas reais emoções, foi assim quando perdi minha família e amigos, não podia demonstrar o quanto sentia a falta dos seus braços, da forma que ajeitava meus cabelos, ou mesmo seu sorriso petulante como se soubesse cada um dos meus sentimentos mais profundos. Estava apaixonado e odiava sentir aquilo. "Seyrim, é um casamento político, não há porque existir paixões infantis nesse cenário. O que há aqui é apenas um esquema de poder que resultará em guerra" tento me convencer cotidianamente. Porém, quem queria enganar? O amava. Havia sido arrastado até o abismo da literatura romântica.

O Peso da Coroa - A ascensão de Roham [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora