Havia se passado uma semana desde que Makal foi embora, sentia-me completamente sozinho, principalmente pelas mudanças que tinham acontecido no castelo. Toda a equipe técnica foi substituída, alguns que tinham cargos de liderança foram rebaixados para serviçais, afinal precisavam manter seus próprios empregos. As mudanças se tornaram mais evidente quando não reconheci o próprio conselho. Sir Magnada foi substituído, era nosso general e chefe da guarda real, agora estava aposentado. Yurick lhe deixou com o título e terras, creio que tenha feito isso por mim, afinal não devia nada a nenhum dos soldados inimigos que combateu por tantos meses. Eram tempos difíceis. As cores de Neopolita foram substituídas pelo vermelho e preto de Roham, a bandeira que antes era hasteada todas as manhãs agora estava pendulando como a bandeira do exercito inimigo, indicando nossa derrota. A pior parte era ter que olha-la desde a sacada assim que surgia os primeiros raios de sol.
Parecia cada vez mais evidente que o povo se encontrava insatisfeito com aquelas mudanças, talvez por isso o rei tenha adiantado nosso casamento para o primeiro dia do inverno, ou seja, faltava menos de três semanas para que aquela ideia fosse concreta diante do população, visto que Yurick notou que as pessoas em geral me amavam, então parecia ser coerente antecipar o casamento político que tínhamos. Apesar disso estava me sentindo triste por ter que ver tudo o que conhecia mudando repentinamente, a rotina, as pessoas andando pelos corredores no palácio e agora os rostos diferentes me remetiam a uma nova era a qual tinha que me acostumar.
Yurick em suas primeiras medidas providenciou um conselho de guerra, afinal, Neopolita era só o início, agora que tinha a capital Neolia, poderia conquistar as próximas cidades com meu apoio, apesar de contra a vontade, enviei quatro cartas a mando de Yurick para nossas cidades mais importantes pedindo sua rendição, visto que a capital sucumbiu seria apenas questão de tempo até os outros locais terem o mesmo final, ou seja, era apenas uma questão diplomática que esses regentes aceitassem o rei como seu único governador. Não havia mais o que ser feito em Neopolita além de aceitar, então estávamos apenas esperando as cartas serem entregues e retornarem com seus pedidos de rendição. Yurick mandaria as pessoas que deveriam reger esses locais depois que as desistências chegassem em suas mãos, substituindo os governadores e regentes, impondo regras de conduta seguidas em Roham.
Era tudo como o rei de Roham desejava. Lógico que me preocupava, a política não se faria em uma semana apenas, mas Yurick era rápido em encaminhar suas devidas providencias e conferir todos os mantimentos do inverno para serem devidamente distribuídos. Uma grande quantidade de grãos, animais e outros alimentos estavam sendo preparadas para serem levados ao reino de Roham que contava com duas cidades menores e a capital. Era uma grande quantidade de provisões, temia que ficássemos sem comida o suficiente para todos. Mas quando tentei confrontar Yurick sobre o assunto a resposta foi obvia: "Acha que guerreei para ver meu povo passando fome? Então os que tem muito terão que dividir com os que não tem nada."
Compreendia isso, então não tive mais como argumentar, até porque seria crueldade privar outros de alimento quando realmente temos estoques para o inverno. No momento estava sentando na cama encarando o entrar e sair das pessoas que estavam providenciando as minhas roupas. Não sabia o que aconteceria com as antigas, mas conhecendo o pouco do rei não iria queima-las. Solto alguns suspiros, notando que as cores predominantes no meu armário e no quarto já eram bem diferentes. E os servos pareciam bem animados. Yurick designou uma beta para me seguir, servir, vestir, ajudar e principalmente me vigiar, obviamente, seu nome era Lara e estava extremamente entusiasmada com a nova função.
- Veja esse senhor, é magnifico. - Lara dizia apontando a roupa que teria que vestir para o jantar, a separando das demais. Em todas as roupas meus braços ficavam a mostra assim como a minha barriga, as roupas de inverno não eram tão diferentes, apesar do tecido mais grosso, morreria de frio. Era esse o objetivo do meu futuro esposo, me matar congelado.
- O rei Yurick disse que deve escolher um local em seu corpo para levar as joias reais. - Aquele era um problema, os brincos e as tatuagens. Não era apenas furar meu corpo, porém, espetar várias vezes e ter um desenho pelo resto da vida. No dia do casamento isso seria feito em minha mão, o desenho simbolizaria nossa união, Yurick também o faria, mas ao contrário de mim o mais velho estava acostumado a ter agulhas perfurando seu corpo, nas suas costas cortado pela cicatriz havia o desenho de um leão majestoso, trazendo consigo o significado do sobrenome de sua família.
- É tão animador. - Murmuro entediado. Me jogo na cama encarando o teto. Quando o rei voltaria? Estava em uma reunião com seu recém formado conselho. Me sinto excluído, pois mesmo que ninguém me ouvisse ao menos participava dos conselhos importantes.
- Alteza, melhor trocar as vestimentas antes que o rei retorne. - Lara me indica a roupa. Os artesões e servos já haviam ido, estava tudo devidamente arrumado e modificado. Retirar cada tecido do meu corpo foi doloroso, era como arrancar minha pele no sentindo simbólico, tirando minha identidade lentamente, pois aquela era a última roupa que me restava, agora estava no chão sendo, o corpo despido de nenhum tecido que pudesse me proteger da situação. Meu coração batia de maneira descompassada diante da presença de Lara que sorri se aproximando de mim. As roupas eram sob medida, cada parte que me tocava era como se queimasse a minha pele lembrando-me da minha realidade. Era o esposo de Yurick, era alguém que pertencia ao Rei e a Roham. Estava feito. A calça era larga na parte superior, não usaria sapatos fechados, todos os sapatos de agora eram com os dedos de fora ou andaria descalço com joias enfeitando meu calcanhar.
O braço exposto foi coberto por pulseiras e braçadeiras, anéis em quase todos os dedos que não entravam completamente, minha barriga estava exposto com o tecido que parecia cobrir apenas meus mamilos e nos meus ombros um manto sem manga que descia quase até o chão tanto na frente quanto atrás. Era confortável, no entanto, me sentia nu e incomodado. Olhar no espelho foi difícil, era como alguém diferente, meu rosto era o mesmo, os olhos continuavam cor de esmeralda e os cabelos ruivos que agora deveriam sempre estar amarrados.
- Está lindo. - A voz vinha de trás. Yurick retira o manto expondo seu corpo como sempre. - Combinou com seus cabelos e agora seus sinais estão mais expostos o que torna tudo mais charmoso. - O maior não parecia estar mentindo sobre os elogios. Toco nas minhas sardas que estavam em meu ombro e meu rosto inteiro. Franzi o cenho por alguns momentos por causa da sensação que ainda impregnavam meu corpo o alfa me elogiando não ajudava a sensação de incomodo e falta de pertencimento diminuírem.
- Ainda bem. - Digo sem energias. O maior dispensa Lara que apenas vai alegremente pela porta. Sua felicidade me agoniava e sabia que isso era deveras errado.
- Logo irá se acostumar com as roupas e seu novo aspecto. Não pretendo abrir mão disso, pois é a minha imagem que deve representar quando falar com outras autoridades importantes. - O alfa me explicava algo que já tinha ideia, mas parece que apenas queria me confortar da sua maneia, o que não me tranquiliza. Apenas me volto na sua direção, saindo da frente do espelho.
- Pode furar as orelhas e a única tatuagem que quero no meu corpo é na mão no dia do casamento, nada mais. - O que me restava era aceitar, mas da minha forma para que conseguisse ao menos me sentir como Seyrim.
- Pois bem, venha aqui, vou furar sua orelha. - Yurick se ergue, limpando as mãos em uma tina de água, depois pega uma caixinha com alguns brincos dourados, com joias e perolas vermelhas. Estava nervoso, não imaginei que o próprio iria me furar. Quando sentei na cama fiquei de frente com o maior que me olhou com seu sorriso que parecia estar fazendo algum enfeito na minha empatia pelo mesmo, o que era péssimo para meus planos.
- Isso será muito doloroso? - Tento não fazer minha voz tremer quando o mesmo pega uma agulha para fazer os furos.
- Não muito. - Sabia que Yurick não tentaria me consolar, então tento acreditar em suas palavras. - Mas, como você não é acostumado com perfurações, provavelmente deva sentir um pouco mais.
- Ótimo, bom saber que será difícil. - Manter a respiração calma naquela circunstancia estava sendo deveras difícil. Fecho os olhos quando as mãos grandes do alfa se aproximam de mim tocando na minha orelha, eram quentes e firmes, entrando em contraste com a agulha que toca na minha cartilagem, a perfuração foi dolorosa, não contive a voz, por isso mordi os lábios com força para não gemer por causa de uma dor tão insignificante.
Yurick colocou o primeiro brinco na parte superior, limpando com o pano molhado em álcool. Meu corpo esquentou de repente me deixando confuso, a dor foi algo que nunca me agradou, ver pessoas se digladiando em arenas era apenas desagradável. No entanto, quando a segunda perfuração aconteceu meu corpo se arrepiou inteiro, cada parte de mim parecia estranhamente entumecida, principalmente na parte inferior do meu corpo. Meu rosto corou inteiro, por isso seguro a mão de Yurick quando colocou o outro brinco.
- Quantos ainda faltam? Podemos dar uma pausa? - Pergunto em suplica, voltando o olhar na sua direção. O rei parece perceber que tem algo bem errado acontecendo, mas sorriu de maneira quase gentil na minha direção.
- Faltam só mais quatro, não se preocupe, logo irei terminar e você pode descansar. - Aquela falsa gentileza e maciez em sua voz não tinha passado despercebida. O maior sabia que havia algo errado acontecendo comigo e estava se aproveitando das circunstancias. Segurando minha orelha sensível, todos os brincos seriam na mesma parte, o que tornava tudo mais doloroso. Na terceira agulhada penetrando minha orelha soltei um gemido baixo, minha entrada se contraiu de maneira inevitável enquanto ficava úmida pela excitação que a dor me proporcionava.
Queria pedir que parasse, porém, seria humilhante admitir que aquilo estava me deixando excitado. Eram agulhas perfurando meu corpo deveria ser o oposto de tesão, mas estava duro e molhado, meu cheiro estava saindo sem controle. O dedo de Yurick passa por cima dos outros brincos recém feitos na minha orelha, doloridos e inchados, o que me faz sentir ainda mais tesão. Não sabia se conseguia me conter por muito tempo.
As últimas três agulhadas foram demais para o meu corpo, estava mais curvado e o alfa teve que me segurar para penetrar o ultimo brinco em minha orelha. Nunca se quer poderia supor que teria fetiches com perfurações de forma a me classificar como pervertido. Lógico que o maior tinha notado o quão sensível me deixou, meu cheiro, minhas expressões e meu corpo mole me denunciavam completamente. Para ser ainda mais cruel o alfa tocou minha orelha recém furada e acariciou cada um dos piercings que tinha posto, acabei sentindo o arrepio mais forte em todo meu corpo, cada fibra estremeceu em um êxtase que nunca senti na minha vida.
Gozei com aquilo? Yurick apenas limpou a área passando algo que não consegui identificar porque meu corpo estava totalmente curvado na cama e estremecido.
- Então você gosta de agulhas? - O silencio foi quebrado por aquele comentário impertinente. Ergui meu corpo o encarando, choroso por causa da humilhação que agora era totalmente minha culpa. O alfa toca meu rosto com estranho carinho, acariciando as bochechas de forma leve e sorrindo, não sei o que dizer, não poderia confirmar aquilo, mas meu cheiro e minha expressão diziam tudo sobre sua indagação. Até sua mão descer, acariciando meu mamilo. - Que tal aqui? Podemos preencher seu corpo de brincos se quiser, acho que irá ficar lindo, todos nós temos, apesar de que isso não é um ato sexual, mas podemos tornar apenas entre nós dois.
Yurick apertou meu mamilo por cima do tecido, o puxando na sua direção, projetei a voz em um gemido mais manhoso do que deveria sair. Queria ser tocado, meu corpo inteiro estava ardendo em desejo, minha mente estava entorpecida com as sensações. Não queria mais brincos, mas ao mesmo tempo era o que mais desejava naquele momento. Porém, tudo acabou repentinamente quando o outro se afastou de mim.
- Desculpe, Seyrim, apenas depois do casamento, tinha esquecido. - Yurick estava me provocando, estava me fazendo arder e agora queria recuar. Aquele homem tinha consciência que seus atos sobre mim me deixavam desejoso. - Mas, seu cheiro é o mais doce que já senti, então é difícil resistir. - Admitiu provocativo com seu sorriso petulante que amava odiar. Mordo o lábio inferior, o certo seria apenas me levantar, tomar banho e ignorar a existência do alfa, no entanto, cada fibra do meu ser queimava em desejo pelas suas palavras anteriores, não iriamos transar e nem concretizar o ato, não tinha nada a ver com isso, não é? Então era permitido. Não acredito que em todos aqueles anos que tinha resistido a atos libidinosos estava apenas cedendo ao prazer da carne de maneira tão fraca.
Levei a mão até minha blusa que mal cobria minha barriga, erguendo aos poucos, expondo meus mamilos em sua direção. Sabia que aquilo era comum no povo de Roham, homens e mulheres alfas e ômegas perfuravam seus mamilos, mas para mim aquilo agora parecia um ato sexual que me fazia sentir muito bem.
- Pode perfura-los. - Digo com a voz tremula. Yurick apenas sorri como se tivesse ganhado o desafio, sua característica arrogante só me causava desagrado. Contudo, quando o alfa mostrou a agulha limpa meu corpo se arrepiou totalmente. Segurou a pele na área dos mamilos, encostando a ponta da agulha, a ereção se mostrou presente antes mesmo que o maior enfiasse a ponta que entrou de maneira dolorosa. Apenas gemi sem tanto pudor quanto antes, segurando forte os lençóis abaixo de mim. O brinco que o mesmo pos era uma argola de ouro um pouco grossa. Ao fazer o mesmo com o outro peito não consigo aguentar, tendo a mesma sensação intensa conforme sou perfurado naquela área, o êxtase me cega e mantem minha mente em branco por alguns momentos, o orgasmo vinha forte, só conseguia me recuperar devidamente quando Yurick pós a segunda argola a prendendo em meu mamilo, deixando os dois iguais.
Estava mareado, meu corpo inteiro estremecido, arrepiado com o mínimo de contado. As roupas estavam em uma situação lamentável na parte inferior, totalmente encharcada. Estava arfando profundamente sem conseguir aguentar meu tronco, notando isso o maior apenas me empurrou me fazendo deitar na cama. Mordo o lábio inferior com mais força quando o vejo pegar outra agulha limpa, onde mais iria perfurar? Não quis perguntar porque a ideia não me assustava mais, estava me deixando totalmente ansioso para o que viria a seguir. Apenas permito que Yurick me perfure onde desejava. Nunca imaginei que daria aquele tipo de permissão a um inimigo, ao meu casamento político, apenas porque meu corpo desejava cada ato que vinha do mesmo.
- Logo irei terminar, Seyrim e você estará perfeito. - O alfa segurou na minha na orelha direita sensível e perfurada apenas desejando me persuadir conseguindo de maneira exemplar. Fecho meus olhos por alguns momentos, apenas aproveitando a sensação. Foram seis furos ao todo nas orelhas, cada um deles causava uma sensação única e arrepiante em meu corpo. Não preciso dizer que meu terceiro orgasmo foi quando a perfuração estava no meu umbigo, aparentemente era o último local que o maior iria por. - Esse será o último... Por enquanto. - O que aquilo significava? Onde mais iria colocar? Não consigo imaginar que parte do meu corpo poderia ter mais daqueles brincos. Estava tão exausto que apenas apaguei.
O corpo inteiro tinha chego ao seu limite graças ao que Yurick tinha feito, desmaiar ao lado de uma pessoa que não confiava não era prudente, mas não conseguia me manter desperto.A noite foi sem sonhos, meu corpo não tinha nem a capacidade de sonhar, quando acordei no dia seguinte senti o corpo dolorido. O Alfa não estava na cama, mas isso nem era importante agora. Minhas orelhas pareciam queimar, meus mamilos e meu umbigo estavam tão inchados. Fui até o espelho com o lençol de cetim ao redor da minha cintura. Notei que estava limpo, o alfa havia me limpado? Aquilo era tão vergonhoso. Mais ainda quando vi meu corpo diante do espelho, estava tão diferente, minhas orelhas tinham argolas e brincos de ouro em detalhes vermelhos com joias raras e preciosos, meus mamilos também tinham enfeites. O umbiga era que tinha a maior das joias. Meu coração batia forte conforme me via daquela maneira.
Lembrando cada detalhe do que tinha acontecido no dia anterior. Yurick disse que não era apenas aquelas perfurações que faria em mim. Meu nariz, meus lábios, minha língua? Quem sabe, mas ao invés de estar assustado com aquelas palavras me sentia incrivelmente ansioso, desejando que o momento que aquela agulha tocasse a minha pele chegasse logo.Off: Olá, galerinha, eis uma representação do Seyrim. Espero que gostem <3
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O Peso da Coroa - A ascensão de Roham [Completa]
FanficO príncipe ômega Seyrim que precisa se sujeitar a um casamento político obrigado pelo Rei que subjugou seu país com o exercito mais poderoso e implacável do continente. O que lhe resta é lutar pela própria liberdade ou aceitar o destino