capítulo 20

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POV ARIZONA

Desespero

Raiva

Culpa

Medo

4 sentimentos que me atormentam, 4 malditos sentimentos que não saem de mim, 4 porras de sentimento.

Depois que a ambulância chegou meus pais correram para o carro e eu fui na ambulância com ela, era tão ruim ver ela tão frágil daquele jeito, a menina marrenta e angelical ganhou um novo rosto com machucados e expressão de dor, fico analisando a expressão dela e segurando sua mão enquanto a ambulância se locomove mas um barulho me tira a atenção de seu rosto perfeito.

-Ela tá parando, preciso que vc estacione -Diz o paramédico no rádio provavelmente falando com quem está dirigindo, logo a porta de trás é aberta e entra uma mulher.

-Me dá as pás -Fala ela para o paramédico - eu preciso que você se afaste ok?

-Me diz que ela vai ficar bem por favor -Digo chorando.

-Eu não posso prometer isso mas eu quero ajudar ela então por favor, se afaste -Faço o que ela pede -Ok, carrega em 150, afasta -Corpo de Callie dá um solavanco mas a máquina continua apitando e o monitor continua mostrando linha reta -Carrega em 200, afasta -O corpo dela da outro solavanco e o monitor mostra novamente uma frequência de batimentos que indica que o coração dela voltou me fazendo soltar a respiração que nem sei em que momento prendi.

-Ok, pode deixar que eu cuido de tudo aqui, tenta ir mais rápido possível beleza? ela não pode ter outra parada -Diz o paramédico para a outra médica que fecha as portas de trás e sinto a ambulância voltar a se mexer.

Mais ou menos dois minutos depois a ambulância para e a porta de trás é aberta novamente, vejo o paramédico de Callie ir locomovendo a maca dela para fora da ambulância enquanto a outra médica que estava conosco vai explicando o caso de Callie para os cirurgiões que estavam do lado de fora.
Eles vão correndo com a maca dela para um corredor em direção a um local que imagino eu ser a sala de cirurgia.

-Desculpa mas você só pode vir até aqui -Diz uma das médicas me parando -Antes de vocês chegarem tinha mais dois senhores na recepção atrás de informações sobre ela, é melhor você ficar com eles, tenho que ir agora, eu prometo dá notícias assim que tiver mais informações.

-Tudo bem, obrigado... -Dou uma pausa lendo o crachá dela- Stevens, Dr. Stevens.

-Pode me chamar de Izzy, agora vai lá com sua família, acredito que eles devam estar preocupados -Diz ela entrando no corredor da sala de cirurgia.

Caminho em direção a sala de espera vendo meus pais, chego e abraço eles e começo a chorar no peito de meu pai com minha mãe me abraçando pelas costas.

-É culpa minha, é tudo culpa minha -As palavras saem abafadas por eu falar elas contra o peito de meu pai.

-Não é culpa sua filha, ela te amava, ela queria estar lá por você, isso foi um acidente, não foi culpa sua -Diz meu pai acariciando meu cabelo.

-Cadê ela? cadê minha filha -Diz Carlos entrando afobado no hospital com Sofia chorando em seu colo. Sofia... se eu tivesse saído mais cedo com Callie pra ver ela talvez ela não correria o risco de ficar órfã novamente.

-Ela acabou de entrar na sala de operação, a doutora Stevens virá aqui dá informações assim que puder -Digo ainda soluçando -Posso pegar ela? -Aponto para Sofia que ainda não parou de chorar.

-Eu não sei se ela vai gostar, ela praticamente não gosta de ir pro colo de ninguém, mas pode tentar. O que aconteceu com a minha filha?

-Me acompanhe, nós explicaremos para o senhor -Diz meu pai, retomando a pose de Coronel.

-Pode deixar ela comigo, vem meu amor -Sofia estica os braços pra mim e assim que eu a pego ela para de chorar.

-Ela gosta de você, você será uma boa mãe -Diz Carlos antes de sair, olho para Sofia e tento controlar as lágrimas ao ver o quanto ela se parece com Callie.

-Ela é forte igual você, quando você chegou ela disse que você era meio quilinho de pura força, ela já sabia que vc ia ficar bem, ela sempre soube, ela também vai ficar, ela é tão forte e vai ficar bem -Sofia me olha como se entendesse oq eu estivesse falando -Sabe, ela disse que nós seríamos uma família, oq vc acharia se eu fosse a sua outra mamãe hum? -Sofia solta um de seus gritinhos oq me faz pular de susto por não estar esperando, me recomponho do susto e começo a rir -nós vamos dá irmãos pra você e talvez a gente crie uma galinha, eu tenho esse lance estranho com galinhas -Vejo meus pais voltarem com Carlos com uma cara nada boa e sinto meu coração acelerar.

-Eles contaram? -Pergunto a ele.

-Contaram.

-Eu sinto muito, eu sei que oq eu fiz foi imperdoável e assumo totalmente a culpa do que aconteceu.

-Pequena Robbins, a culpa não foi sua, Calliope é teimosa e você pediu pra ela descer, foi um acidente e você é só uma adolescente, não deveria carregar um peso desses, minha filha não é só forte, ela é uma Torres, ela ficará bem, você vai ver, ela ainda vai aprontar muito com essa coisinha fofa aqui e ainda vai nos dar muita dor de cabeça.

-Aquela maluca realmente é teimosa -Digo sorrindo pela primeira vez desde...Desde a morte de Timothy, com tudo oq aconteceu eu mal tive cabeça para processar tudo o que aconteceu desde a partida dele até o momento da queda dela.

De 5 em cinco minutos o Sr.Torres ia até a recepcionista pedir informações sobre o quadro de Callie mas nada era falado, quase 7 horas depois vejo Dr.Stevens entra na recepção.

-Familiares da senhorita Torres? -Diz ela perto do balcão e nos levantamos com pressa indo até ela, vou calmamente por Sofia estar dormindo no meu colo e com o meu coração acelerado.

-Somos nós, eu sou o pai dela -Diz o Sr.Torres -Como ela está?

-Pelo tamanho da queda o impacto com o chão foi muito forte, tivemos que reparar uma pequena lesão na C2 da coluna dela, não foi nada grave mas ela precisará fazer fisioterapia de 3 a 4 meses para recuperar totalmente os movimentos, também tivemos que abrir o abdômen dela pois estava vazando sangue, por sorte conseguimos reparar mas tivemos que tirar o baço dela pois ele tinha se rompido e o sangue estava quase se espalhando por toda aorta dela, bom agora é uma notícia que creio não ser tão boa, pelo corpo dela ter aguentado tanta dor pela lesão na coluna e o rompimento do baço o coração dela se sobrecarregou levando ela a ter uma parada no caminho do hospital, ela ficou quase um minuto sem batimentos cardíacos o que fez o corpo dela parar, sendo assim o cérebro parou de receber oxigênio, quando fizemos uma TC dela percebemos um pequeno edema, por sorte não tivemos que operar pois ele diminuiu e sumiu sozinho, mas juntando a falta de oxigenação com o edema nós não temos certeza de como ela vai acordar, talvez ela não consiga falar, ou se mexer, talvez ela perca partes da memória, talvez ela não consiga mexer os braços ou perna, enfim, não temos certeza do que realmente resultará esses fatores mas ainda existe a possibilidade de que nada aconteça, mas é isso, ela está bem, daqui a 2 horas o efeito da anestesia passa, vocês já podem ir lá mas ela ainda estará dormindo, mas lamento informar que crianças não podem entrar naquela ala.

-Obrigado, obrigada, muito obrigada -Diz Carlos abraçando Izzy.

-Eu só fiz o meu trabalho Sr.Torres.

-Obrigada mesmo -Sussurro na direção dela para não acordar Sofia.

-Não tem de quê -Ela acaricia o cabelinho de Sofia e some novamente pelos corredores.

Só pro meu prazer (Calzona)Onde histórias criam vida. Descubra agora