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Sentiram saudades de mim? Eu sei que sumi (de novo) mas vim aqui para presentear vcs, com um ou dois capítulos fresquinhos. Então por favor, me amem. :)


Jesus, Mila!” Dinah exclamou, o teste de gravidez momentaneamente esquecido e jogado sobre a cama ao lado quando ela se levantou rapidamente e correu para sua amiga que estava no chão.
Camila estendeu a mão para se firmar e se encostou na parede ao lado da cesta de lixo, deixando cair a cabeça para baixo numa tentativa de aliviar a tontura repentina.

“Merda” Dinah xingou se abaixando ao lado da amiga e colocando uma mão em seu ombro.
Camila limpou a boca com as costas da mão, a outra ainda na borda do cesto de lixo ao lado dela.

“Você está bem?” Dinah perguntou “Quer que eu chame alguém?”
“Não” Camila disse com firmeza, levantando a mão que limpou o rosto e a colocando no braço de Dinah “Eu estou bem.”
“Sim, até parece” Dinah respondeu, seu tom grave ainda sarcástico. Ela esfregou as costas de Camila suavemente.
“Eu realmente acho que deveria ligar pra sua mãe” disse Dinah e Camila levantou um pouco o rosto para encarar o olhar preocupado da amiga.

“Você não tem que fazer isso” disse Camila, mas a cor permanecia drenada de seu rosto e ela estava coberta de suor, sua pele brilhando por conta disso “Não é nada. Meu cérebro e meu estômago estão se desentendendo. Vai passar num momento.”
“Você parece um lixo” Dinah disse sem rodeios.
“Eu já me sinto melhor” Camila mentiu, descansando a cabeça contra a parede ao lado dela e fechando os olhos por um momento.
“Você é uma mentirosa” disse Dinah colocando as costas da mão na testa de Camila tentando verificar sua temperatura.

Camila sentou novamente em resposta ao toque de Dinah e abriu os olhos.

“Você está certa” Camila admitiu, seus olhos se esforçando para se concentrar no rosto de Dinah e ela se inclinou novamente no cesto de lixo vomitando outra vez, seu peito arfando penosamente com o esforço sendo atingida por outra onda de náusea.

Dinah tirou o cabelo de Camila do caminho, sua outra mão segurando a cesta de lixo enquanto a menina vomitava.

“Merda” Camila reclamou quando a bílis quente que estava no fundo da garganta apenas momentos atrás foi substituída por nada mais do que um espasmo muscular agonizante em seu esôfago.
Camila cuspiu no cesto algumas vezes enquanto tentava livrar a boca do gosto nojento que sentia e ela caiu contra a parede novamente e fechando os olhos.

“Vou ligar pra sua mãe” Dinah disse com firmeza, seus próprios problemas agora superados pelo alarme que sentia pela saúde de Camila.
“Não, por favor” disse Camila ofegante, abrindo os olhos novamente e colocando a mão no ombro de Dinah “Está tudo bem.”

Camila engoliu seco, a garganta parecendo ter sido atingida por diversas lâminas.

“Foi só um choque…” ela admitiu em silêncio, fechando os olhos de novo “Eu não achei que seria tão cedo.”
“Você quer dizer o julgamento?” perguntou Dinah finalmente compreendendo, com os olhos ainda inchados e vermelhos de suas próprias ansiedades anteriores.
Camila acenou com a cabeça lentamente de forma afirmativa e Dinah sorriu tristemente para Camila em troca, acariciando a testa da garota suavemente com a mão e tirando alguns fios de cabelo que estavam presos no suor de sua testa.

“Mila, vai ficar tudo bem” Dinah tranquilizou e Camila abriu os olhos para encarar a amiga “Ele vai pra prisão. É praticamente garantido…”
“Não é isso. O advogado da minha mãe pensa que ele ficará preso no máximo cinco anos, talvez um pouco mais por obstrução da justiça porque ele alterou a evidência física.”

Camila fechou os olhos de novo brevemente sentindo as tonturas novamente.

“Eu só… quando ouvi a mensagem me fez pensar sobre o acidente de novo. Eu lembrei e acho que estou um pouco oprimida.”
“O que você se lembra?” Dinah perguntou quando Camila enxugou o suor da testa com a manga da blusa e abriu os olhos.

Ela olhou para Dinah, mas não disse nada, a memória causando náuseas novamente.

“Podemos falar sobre outra coisa?” Camila implorou, inalando profundamente “Como… por que não falar do fato de que eu não vou ter que me preocupar com a existência de uma versão em miniatura de você correndo em nove meses?”

Dinah visivelmente se desintegrou diante da revelação de Camila, cada grama de tensão deixando seu corpo juntamente com uma nova onda de lágrimas que inundaram seus olhos como resultado de seu alívio absoluto.

“Tem certeza?” Dinah perguntou através de seus pequenos soluços e Camila apontou na direção do teste na cama com dificuldade, o braço trêmulo em seu estado atual.
“Não com certeza” Camila respondeu fechando os olhos novamente por um mero instante “Eu checaria se fosse você… minha cabeça começou a girar quase que imediatamente depois que eu olhei pra ele e não tenho certeza, então não confiaria até checar de novo.”

“Você acha que foi negativo?” perguntou Dinah ansiosa.
“Tenho certeza que era” Camila incentivou balançando a cabeça na direção da cama. Ela fez um movimento para se levantar e pegá-lo, mas Dinah a impediu.
“Não, eu pego” Dinah assegurou e se levantou pegando o teste observando o resultado.

Camila ouviu Dinah rir e imaginou o sorriso largo no rosto da amiga, suas pálpebras firmemente fechadas enquanto sua cabeça descansava contra a parede mais uma vez, o quarto ainda girando ligeiramente.
Quando ela abriu os olhos, Camila encontrou Dinah sentada ao lado dela mais uma vez, uma mão cobrindo a boca, a outra segurando o teste de gravidez em frente a ela como se o resultado pudesse mudar se tirasse os olhos dela.

“Então eu não serei tia em breve, né?” Camila perguntou já sabendo a resposta à sua pergunta, mas tentando fazer uma piada.
“Não, você não será.”
“Ótimo” comentou Camila ainda se sentindo horrível “Isso é ótimo, Dinah.”
“Aqui” disse Dinah através de suas lágrimas de alegria colocando suas mãos ao redor do tronco de Camila “Deixa eu te ajudar ir pra cama.”
“Eu acho que deveria ficar aqui por um minuto” Camila disse, ainda sentindo um pouco enjoada.
“Vou trazer o cesto de lixo com você” Dinah tranquilizou e Camila encontrou o olhar da menina, balançando a cabeça uma vez de forma decisiva.
“Vamos lá, levanta” Dinah instruiu puxando o corpo de Camila a ajudando a ficar de pé.

Camila colocou uma mão firme contra a parede, o quarto girando descontroladamente ao redor dela enquanto se levantava quase perdendo o equilíbrio e caindo de novo.

“Merda” Camila xingou quando Dinah apertou seu poder sobre ela, a puxando para seu corpo.

Dinah guiou Camila até a cama e a ajudou se sentar na borda antes de voltar e pegar o cesto de lixo. Quando estava voltando para Camila, Dinah viu a menina menor cair no colchão e ela correu preocupada que Camila tivesse desmaiado ou estava prestes a ter uma convulsão.
Ela ouviu Camila gemer e rapidamente deixou cair o cesto de lixo ao pé da cama, pairando aflita sobre a amiga.

“Mila, você está bem?”
“Sim. Eu só senti uma vontade súbita de deitar.”
“Ok” disse Dinah jogando o teste de gravidez que ela ainda segurava no lixo e sentando ao lado da amiga.
“Você não quer moldurar isso?” Camila perguntou Camila, os olhos tampados por seus braços “Você sabe, pra posteridade?”

Dinah sorriu para a tentativa de Camila de fazer piada e riu.

“Não, eu acho que estou bem” ela respondeu sentando na cama ao lado da amiga e colocando a mão em seu joelho o acariciando suavemente.
“Você vai falar com Siope? Você provavelmente deveria dizer que não está grávida.” Dinah gemeu e se deitou em cima do edredom ao lado de Camila.
“Eu vou” Dinah disse.
“Quando?” Camila perguntou virando a cabeça para olhar Dinah, finalmente abrindo os olhos, apertando os olhos quando luz chegou até eles.
“Mais tarde” Dinah respondeu e Camila franziu o cenho.
“Você deveria dizer a ele agora. Ele tem o direito de saber e isso não é justo com ele.”
“Ele estava mais escolhendo o nome que fosse mais parecido com o dele” Dinah comentou secamente.

Camila fez uma careta e Dinah franziu a testa em resposta.

“O quê?” ela perguntou a amiga percebendo que ela tinha algo a dizer.
“Eu só estou tentando descobrir por que você está tão chateada que ele gostaria de ficar com a criança” ela respondeu piscando os olhos algumas vezes, a luz de os irritando.

“Mila, tenho 16 anos. Você realmente acha que é o momento certo pra ter um filho?”
“Não” respondeu Camila fechando os olhos um pouco “Mas você daria uma ótima mãe, Dinah. Seria natural pra você.”
“Você está me dizendo que está decepcionada por eu não estar grávida?” Dinah perguntou encarando Camila que ainda parecia pálida.

“Eu só estou dizendo que você será uma ótima mãe um dia…” ela pensou, não realmente respondendo à pergunta, seus pensamentos distraídos com outras coisas.
“Sim, um dia, no futuro quando eu for muito mais velha e feliz no casamento.”
“Você deveria tomar isso como um elogio” Camila soltou se sentindo um pouco enjoada novamente.

“Por que?” perguntou Dinah soando um pouco irritada com as palavras de Camila “Honestamente Mila, você não viu a raiva dele. Eu nunca o vi assim antes. Ele estava furioso que eu ainda não tinha sugerido manter o bebê. Ele disse que se eu o amasse tanto quanto ele me amava, nós poderíamos pensar em algo. Era como se eu o tivesse insultado, mas é o meu corpo, então minha escolha.”

“Sim, é em última instância, mas não é todo garoto de 16 anos que ficaria feliz em defender sua namorada grávida. Só mostra o quanto ele se preocupa com você, que acredita na duração de seu relacionamento a ponto de pensar em ter um filho com você tão jovem. Isso é um compromisso enorme, não acha?”

Dinah olhou para Camila por um momento como se fossem as últimas palavras que ela esperava ouvir da boca da amiga.

“Deus, você é chata” Dinah murmurou brincando, frustrada por não ter visto isso antes.
“Ele provavelmente reagiu assim porque você feriu seus sentimentos. Ele estava lá mostrando quão comprometido ele estava com seu relacionamento e você meio que contradiz dizendo que não queria um filho.”

Camila abriu um olho para encarar Dinah.

“Me diz, por que você não quer falar com ele?” Camila sondou interessada, tentando distrair da memória do acidente que ficava voltando em sua cabeça desde que ouviu a mensagem de telefone referente ao julgamento.

“Porque ele ficou muito chateado e começou a gritar comigo” Dinah disse.
“Ok, você pode me dizer exatamente o que aconteceu?” Camila perguntou, tentando sentar.

Dinah se endireitou e encarou Camila tentar se ajeitar, a menina menor levando a mão à testa numa vã tentativa de aliviar a tontura que sentia como resultado do movimento repentino.

“Você está bem?” Dinah perguntou inquieta com as mãos sobre os ombros de Camila.
“Só tonta” Camila disse apertando o nariz e fechando os olhos “Já vai passar.”
“Ok” Dinah concordando e esfregando os braços de Camila.
“Então, comece desde o início” Camila disse forçando sua mente em não pensar no Dodge Avenger azul, depois de revelado, o motorista já não sem rosto ou anônimo.

Então, pelo bem Camila, Dinah contou.

Ela contou a Camila quando foi sua última menstruação e como ela não tinha pensado em nada disso até ontem, quando sua mãe falou sobre a ecografia que faria na próxima semana. Foi então que Dinah tinha finalmente considerado a possibilidade de que poderia estar grávida e que ficou aterrorizada. Assim, em pânico, ela manteve a situação para si mesma até hoje quando encontrou com Siope e finalmente confessou seus temores a ele.

Dinah explicou a Camila que Siope e ela não tinham dormido juntos recentemente e que a última vez tinha sido no Dia dos Namorados quando seus pais tinham saído para jantar para comemorar os deixando com a casa para si. Ela disse a Camila que tinha usado proteção como sempre faziam e que tinha sido uma grande parte da razão pela qual ela não tinha sequer considerado que poderia estar grávida antes de ontem. Ela assumiu que Siope e ela estavam protegidos, mas Camila estava certa quando disse que acidentes podem acontecer e Dinah tinha chegado exatamente à mesma conclusão na noite passada depois de muita consideração.

De acordo com Dinah, Siope inicialmente tinha ficado chocado com sua confissão, a mesma linha de pensamento de Dinah, que era impossível porque eles tinha tomado todas as precauções. No entanto, quando ele começou a considerar ser uma possibilidade muito real, ele passou a dizer que talvez não era necessariamente uma coisa ruim se ela estivesse grávida. Ele disse que talvez fosse um sinal, que era a maneira do mundo mostrar que eles estavam destinados a ficarem juntos. Siope havia declarado seu amor por ela e disse que poderiam se casar para que pudessem criar o bebê juntos, como uma família.

Dinah tinha dito que não queria isso e disse que se estivesse grávida, provavelmente a terminaria.
Avaliando melhor, Dinah admitiu que provavelmente poderia ter se expressado melhor, que talvez não teria acontecido a grande briga se ela explicasse por que não queria a criança, se ela dissesse que era porque achava que ela era muito jovem e que não estava pronta ainda. Olhando para trás, ela percebeu que explicou tudo claramente. Ela só ficou chocada com a ideia e como resultado, ela tinha ferido seu orgulho e questionou seus sentimentos por ele.

“Ugh” Dinah gemeu “Eu realmente fui uma vaca com ele.”
“Você estava preocupada. É compreensível dadas as circunstâncias. Vocês dois provavelmente disseram algumas coisas que não queriam no calor do momento.”

“Foi tudo por nada também. Eu nem estou grávida.”
“Você deveria falar com ele. Tenho certeza que vocês dois podem resolver as coisas.”
“Eu não sei” Dinah discordou.
“Siope te ama Dinah e você o ama muito. Foi uma briga estúpida e eu tenho certeza que vocês terão outras no futuro. Vocês só precisam conversar. O procure e diga que você estava com medo e que sente muito. Apenas… seja honesta com ele.”
“E você?” Dinah perguntou evidentemente preocupada com a aparência de Camila. “E eu?”
“Eu não posso deixar você aqui sozinha” disse e Camila acenou com a mão com desdém.

“Eu vou ficar bem, provavelmente vou dormir…”
“E se você vomitar e sufocar em seu sono até a morte?” Dinah perguntou.
“Isso é um pensamento alegre” disse Camila fazendo uma careta.
“Estou falando sério, Mila. Eu não vou te deixar até sua mãe chegar em casa.”
“Eu vou ficar de lado” disse Camila numa tentativa de acalmar os temores da amiga “Dessa forma, eu não vou sufocar até a morte se eu vomitar novamente, ok?”

“Não, não está tudo bem. Então, você acha que está sobre o choque inicial agora? Você está bem sobre o julgamento?”
Camila fez um esforço para concentrar o olhar e forçou um sorriso fraco enquanto levantava o polegar para Dinah.

“Sim, quer dizer, eu já fiz o reconhecimento. Quanto pior poderia ser?”
“Mila” disse Dinah, seus olhos encontrando os de Camila “Você sabe que não é o mesmo. Sua mãe estava contando aos meus pais sobre isso. Haverá um juiz e um júri desta vez, um tribunal cheio de testemunhas. Você terá que reviver cada momento do acidente tudo de novo desde o início até agora. Você terá que dividir cada dificuldade, cada luta, para que possam acusá-lo de forma adequada e determinar os danos que ele te deve…”

“Por favor, pare” disse Camila fechando os olhos por um momento e esfregando a testa.
“Eles vão mostrar todas as imagens que os médicos e a polícia fizeram, Mila. Seus pais disseram que não fizeram isso no depoimento porque era apenas uma chance para você dar um testemunho oral de que se lembrava.”
“Dinah…” disse Camila se sentindo mal de novo com o pensamento de ver essas imagens, mas sabendo que teria que ver durante o julgamento.

“Eu sinto muito, mas eu não acho que você está bem com isso, Mila. Eu acho que você está mentindo porque você quer que eu vá resolver as coisas com Siope. Você está tentando ser uma boa amiga apesar de se sentir um lixo porque sabe que finalmente terá que olhar para o quanto seu corpo sofreu imediatamente após o acidente. Que tipo de amiga eu seria se apenas me levantasse e te deixasse agora? ”

“Eu…” Camila começou a protestar, mas só de pensar sobre isso novamente, a enorme sensação de pânico quando notou o carro em alta velocidade vindo em sua direção e o encontro sonoro logo depois, até que a próxima coisa que lembrava era uma dor como nunca tinha sentido na vida “Po…” ela começou a xingar quando virava o corpo para vomitar no cesto de lixo novamente.
Dinah se deslocou para o seu lado e esfregou as costas confortavelmente até que ela estava apenas arfando mais uma vez, cuspindo ruidosamente para livrar a boca do gosto ruim.

“Jesus Cristo” Camila gemeu enxugando o rosto com a manga “Merda.”

Ela caiu contra o pé da cama e Dinah ergueu um braço para envolvê-lo em seus ombros a puxando contra seu corpo quando Jasper apareceu pela porta do quarto e saltou em direção a elas energeticamente.

Dinah espremeu Camila em seu abraço e a menina menor estendeu o braço em direção a Jasper, confortada pela sua presença.
Jasper passou por cima das pernas de Camila e colocou as patas dianteiras contra o peito, ansioso por sua atenção, apesar da pequena mão o acariciando.

“Desce, Jasper” Dinah repreendeu o cachorro pequeno quando Camila inclinou a cabeça para descansar contra a amiga e ele andou até as pernas dela antes de descer para o chão e pular em cima da cama.
Ele deu a volta por cima do edredom por um momento antes de se dirigir em direção ao pé da cama onde se deitou com a cabeça descansando sobre as patas entre Dinah e Camila.

“Posso fazer alguma coisa?” Dinah perguntou a Camila, seus dedos acariciando seus ombros.
“Você pode ficar aqui até minha mãe chegar em casa?” disse Camila finalmente cedendo “Quero dizer, se estiver tudo bem?”
“É claro que está tudo bem. Eu não ia sair mesmo.”
“Mas você vai falar com Siope?” Camila perguntou preocupada.
“Assim que souber que você não está sozinha” Dinah a tranquilizou acariciando seus cabelos.
“Ugh” Camila gemeu, sentando de frente sobre o lixo novamente. Jasper sentou atrás dela com o movimento.
Dinah viu quando Camila se abaixou totalmente sobre o cesto de lixo mais uma vez, um braço descansando em cima da borda enquanto ela inclinava, a cabeça pairando.

Camila vomitou algumas vezes, mas não estava doente e Dinah estava grata por isso enquanto pacientemente segurava os cabelos da amiga até que ela respirou fundo e recostou contra a cama novamente.
“Você quer algo para beber?” Dinah perguntou e Camila balançou a cabeça antes de descansar de volta contra a cama fechando os olhos.
Jasper deitou novamente e começou a lamber a testa de Camila, empurrando o nariz em sua pele com entusiasmo quando Dinah levantou e foi ao banheiro pegar água para a morena para beber.

Camila, sem energia para se mover ou protestar, apenas ficou lá enquanto Jasper continuava lambendo, só sentando com a ajuda de Dinah para tomar a bebida. Camila engoliu a água com dificuldade, sua garganta tensa, mas estava grata pelo líquido fresco e como ele ajudava a tirar o gosto amargo da boca.
Dinah manteve sua promessa e ficou com Camila até que sua mãe chegasse em casa uma hora depois, a distraindo de suas memórias, discutindo o que iria dizer para Siope quando fosse à sua casa mais tarde. Camila ofereceu sua opinião sobre as coisas quando solicitada e Dinah considerou suas palavras cuidadosamente, grata.

“Obrigada por ficar comigo” disse Camila quando estavam na porta da frente se despedindo.
“Não” disse Dinah puxando Camila para um abraço rápido “Obrigada” ela sussurrou no ouvido dela lançando um rápido e furtivo olhar para Sinu que estava assistindo a interação, obviamente preocupada com a filha.

“Eu não fiz nada” respondeu e Dinah balançou a cabeça em desacordo.
“Isso não é verdade e você sabe disso. Você fez.”
Camila apertou Dinah firmemente em seus braços.
“Eu espero que você possa resolver as coisas com Siope.”
“Eu ligo pra você pra contar como foi” Dinah prometeu a beijando na bochecha suavemente.
“Obrigada” disse Camila quando Dinah se afastou.

Ela sorriu gentilmente para Camila e ofereceu a Sinu um adeus antes de sair.
Camila fechou a porta e foi rapidamente envolvida nos braços de sua mãe calorosamente.

“Oh mija” disse Sinu beijando Camila enquanto a filha a agarrava com força. “Eu estou bem” Camila disse enterrando o rosto no peito da mulher.
Sinu beijou sua testa de novo e guiou Camila para a sala onde seu pai estava sentado no sofá esperando por elas.
Camila explicou o que aconteceu, que tinha ouvido a mensagem deixada na secretária e que tinha ficado oprimida pelas lembranças do acidente e implacavelmente a fez sentir náuseas e um pouco desorientada ao ponto de vomitar.

Ela discutiu seus medos para o julgamento e os pais de Camila prometeram conversar com seu advogado sobre haver uma maneira dela poder ver as imagens tiradas no hospital para a investigação antes de vê-las no julgamento, a salvando do choque de vê-las pela primeira vez na frente de uma sala lotada.
Camila ficou com seus pais por um tempo, Sofi chegando para se juntar a eles dando um abraço nela e logo se desculpando e desaparecendo para o quarto dela.

Já em seu quarto, Camila ficou deitada olhando para o teto, sua mente pensando alucinada pensando sobre tudo e qualquer coisa relacionada ao acidente. Camila massageou sua testa, a dor de cabeça de mais cedo ainda presente apesar de ter tomado alguns analgésicos. Camila cobriu os olhos com a mão esperando que a escuridão pudesse ajudar a aliviar o latejar de sua cabeça e ela respirou profundamente tentando relaxar o melhor que conseguisse.
Ela soltou o fôlego lentamente, concentrando sua energia em expulsar todo o ar de seus pulmões, mas parando na dor que sentia na cicatriz em seu peito. Ela moveu a outra mão para massagear o local com os dedos, pressionando com força até que abrandou um pouco.

Camila rolou para o lado incapaz de se sentir confortável e ela estendeu a mão para sua mesa de cabeceira, para o pequeno recipiente de analgésicos que guardava lá. Ela olhou para o rótulo lendo atentamente a orientação escrita lá.
Ela passou uns bons cinco minutos debatendo a possibilidade de tomar outro, apesar de ter já tido a dose máxima que podia naquele momento, mas independentemente da voz em sua cabeça que garantia a ela que era apenas ‘mais uma pílula’ ela colocou o recipiente de volta suspirando lamentavelmente.

Em vez disso, Camila rolou novamente procurando pelo celular cegamente com sua mão, o encontrando alguns centímetros de distância em seu lado direito. Ela pegou e encontrou o número de Lauren, discando na esperança de que o som de sua voz iria consolá-la quando estava se sentindo tão mal.
Após alguns toques, Lauren atendeu a chamada e Camila fechou os olhos com os braços novamente.

“Hey, amor” Lauren cumprimentou alegremente, um tom leve, o fim de uma risada nos lábios.
“Hey” respondeu Camila, sorrindo pelo som suave da namorada e imaginando o sorriso em seu rosto.
“Está tudo bem?” ela perguntou, silenciosamente perguntando por Dinah sem alertar Normani ou Ally sobre o que tinha acontecido à amiga.

“Sim. Tudo está bem.”
“Ótimo! Dinah está com você?”
“Não, ela foi falar com Siope. Eles têm algumas coisas pra acertar e ela não queria deixar pra amanhã.”
“Ah, ok” Lauren respondeu tentando não revelar muito, mas querendo responder de alguma forma às palavras de Camila.
“Esperemos que eles se resolvam. Eu acho que deveriam de qualquer maneira.”
“Estou feliz. E quanto a você? Você está bem?” ela perguntou, sua voz mais suave.

Camila achava que era porque ela tinha um pouco mais de privacidade para conversar, Ally e Normani provavelmente olhando alguma loja.
“Sim, eu estou bem” Camila respondeu evasivamente.

“Tem certeza? Você parece um pouco estranha, Camz.”
“Eu sou um pouco estranha” Camila tentou brincar, mas sabia que Lauren não compraria sua tentativa de humor.
“O que está acontecendo? ” Lauren perguntou.
“Não é nada” Camila mentiu “Eu estou bem, honestamente. Tudo foi meio intenso nesta tarde. Como você está se sentindo? As costelas estão te dando problemas?”
“Eles não estão muito ruim, eu tenho alguns analgésicos quando a dor aparece.”

Às suas palavras Camila virou para olhar o pequeno recipiente em sua mesa de cabeceira desejando que pudesse tomar um, sua cabeça batendo dolorosamente.

“Bom” disse Camila batendo no recipiente o jogando para fora da cabeceira “Você estará de volta ao normal antes que perceba.”
“Você vai nos encontrar?” Lauren perguntou esperançosa “O novo filme Emma Stone está em cartaz. Poderíamos assistir?”
“Isso parece bom. É meu pagamento, lembra? Eu ainda estou em dívida com você.”
“Será que esta compensação também inclui pipoca?” Lauren perguntou.
“Inclui pipoca, jantar, talvez até mesmo um refrigerante se você tiver sorte” Camila respondeu quando Jasper pulou na cama e se deitou em seu estômago.

“Você vai ficar bem vindo pra cá? Qualquer coisa eu peço a Ally que te busque.”
“Não, está tudo bem, eu vou pedir ao meu pai pra me levar” Camila assegurou.
“Amor, você tem certeza que está bem?” Lauren pressionou novamente, sentindo falta da energia de Camila ao telefone “Caso não esteja, a gente pode fazer isso outra noite.”

“Não, eu preciso ver você” Camila expressou um pouco apressada.
“Por que? O que aconteceu?” Lauren sondou novamente, ouvindo um toque de desespero na voz da namorada.
“Nada” Camila mentiu mais uma vez “Acabei de passar um tempo difícil lidando com Dinah e te ver realmente vai ajudar.”

“Ok, bem, vamos te esperar na praça de alimentação” Lauren disse, não querendo pressionar Camila, mas sabendo que ela não estava sendo honesta “Me ligue quando estiver aqui e a gente se encontra. Vamos ficar num lugar bem visível.”
“Tudo bem, não devo demorar. Só vou tomar um banho bem rápido.”
“Leve o tempo que precisar. Vamos pegar uma bebida ou algo enquanto esperamos.”
“Hey, Lauren” Camila começou hesitante, debatendo se deveria dizer sobre o julgamento e sua reação a ele.

“Sim.”
“Você se divertiu com as meninas?”
“Sim, foi muito bom. Nós temos que fazer isso mais vezes” disse pensando em como sua mãe havia dito a ela sobre a importância de ter uma vida independente uma da outra para que não sufocassem “Você sabe, você passar um tempo com Dinah e eu passando um tempo com Normani e Ally.”

Camila não disse nada considerando conversar mais depois.

“Definitivamente” respondeu fingindo entusiasmo, mas sabendo que era pouco provável que passaria por outra situação como a de hoje novamente em breve.
“Então, te vejo daqui a pouco?” Lauren perguntou e Camila esfregou um dos olhos quando respondeu.
“Sim, me dê meia hora.”
“Ok, te vejo em breve, amor” Lauren disse antes de desligar a chamada.

Camila jogou o aparelho sobre a cama enquanto se sentava. Jasper escorregou de seu estômago e se enrolou numa bola na cama quando Camila passou as pernas sobre a borda, seus olhos caindo no recipiente de pílulas no chão. Ela se abaixou lentamente para pegá-los e colocá-los de volta em sua mesa de cabeceira, colocando a cabeça entre as mãos e esfregando a cicatriz acima do olho esquerdo por um momento.

Finalmente, ela se levantou e foi até a porta do quarto resistindo a cada impulso de seu corpo para chutar o guarda-roupa ao passar ou dar um soco no quadro recém- montado, ela e Sofi na sua festa de aniversário de 17 anos.

Camila saiu e bateu a porta ruidosamente, uma sensação de alívio com o som.

“Mija!” Camila ouviu sua mãe do andar de baixo, irritada com a forma como ela bateu a porta.
“Desculpe” Camila disse abrindo a porta novamente a deixando entreaberta para Jasper sair se quisesse.

Camila olhou pra ela um momento, debatendo se devia ou não batê-la novamente, mas logo pensou melhor e foi até o banheiro para tomar um banho sabendo que, quanto mais rápido fizesse isso, mais cedo veria Lauren.

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