Capítulo 37

3K 281 154
                                    

— Pensei que iríamos para a torre — Anastasia comentou ao ver que Draco havia parado de frente a entrada da Sala Precisa, onde ela estava poucas horas atrás.

— Está tendo aula lá, e aqui pouca gente conhece — o loiro disse abrindo a porta e revelando dentro como se fosse um interior da torre, porém bem mais espaçosa do que a verdadeira e bem mais confortável, já que tinha alguns sofás além de um tapete com almofadas no chão.

— E o que você pensou para aparecer isso? — ela perguntou se referindo a lareira que estava no canto com almofadas muito confortáveis perto.

— Hã...em nada muito específico.

Anastasia assentiu fingindo acreditar no que o loiro havia dito.

— Está com a sua varinha?

O garoto assentiu tirando-a do bolso e Ana fez o mesmo com a dela, apontando na direção dele sem pestanejar com o rosto tão sério e sereno que Malfoy não sabia ainda o que ela estava pensando, então ele não ergueu a dele.

— Você sabe duelar? — a corvina perguntou.

— Sei.

— E se defender?

— Também.

— Até mesmo dos Dementadores? — Draco paralisou com a pergunta da menina — Eu sei que você não sabe, então por isso quero te ensinar a conjurar o feitiço do Patrono. Parece um feitiço complicado, mas se você tiver a memória feliz perfeita, se tornará fácil. Então, procure a memória mais feliz que você tem.

— O que é isso? Um teste?

— Faça o que eu te pedi apenas Malfoy.

— Eu não tenho muitas Bellini — murmurou em confissão.

— Em algum momento da vida você deve ter tido alguma, que revive nos dias mais escuros da sua vida onde procura uma luz.

— Me mostre o seu primeiro — pediu saindo da mira dela.

A garota assentiu e fechou os olhos. Concentrada, lembrou de algo vivido mesmo com tão pouca idade. Era uma manhã de Natal, e ela havia ganhado uma caixinha de músicas que mudava o ritmo de acordo com o que gostaria de dançar, então ela abriu a caixinha e deixou rodando várias músicas por horas tendo seus pais como plateia, às vezes só a observando e outras dançando junto com a filha em meio a risadas e brincadeiras.

— Expecto Patronum — falou vendo o feitiço sair de sua varinha.

Uma luz azul prateada saiu de sua varinha e segundos depois, a forma corpórea de um cisne começou a voar pela sala graciosamente dando loopings no ar. Draco observou o animal e viu que ela sorria, provavelmente estava ligado a sua memória.

— Um cisne? — perguntou Draco sorrindo e vendo a garota dar de ombros — É lindo.

— Sua vez.

O Malfoy assentiu e respirou fundo antes de fechar os olhos. Buscou as memórias com o quadribol e quando recitou o feitiço, nada aconteceu.

Nem mesmo um filete de luz.

— Esquece isso, Ana. Me fala logo o porquê de você querer falar comigo.

— Não mesmo, vamos, pense em algo mais forte Draco — a menina segurou a mão dele que estava com a varinha e olhou no fundo dos olhos acinzentados do loiro — Você consegue. Eu acredito em você.

Enquanto encarava Anastasia, Draco percebeu que os olhos dela estavam brilhantes como quando voaram de vassoura após o baile de inverno, ou quando ela ria com suas amigas ou lia um livro com tanta atenção que nem se importava com quem estava perto de si, para a sorte do garoto.

Unconditionally - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora