Capítulo 53

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Ao contrário do feriado de Natal dos anos anteriores, Anastasia não se importava desta vez com a família ou com quem iria para as reuniões, a garota estava muito concentrada em aperfeiçoar ainda mais seus poderes para quando precisasse lutar.

Se Draco Malfoy já era um Comensal da Morte infiltrado em Hogwarts, não demoraria para ela descobrir se houvesse outros alunos ou pior, ter um ataque ordenado em Hogwarts.

Somente pensando nessas possibilidades, e outras tão cruéis que poderiam ser um plano de Voldemort, Anastasia cobrava a si mesma para se concentrar e melhorar os poderes, mesmo que isso exigisse todo o seu tempo.

Ela tinha que saber mais, ser a melhor, ser aquela que poderia conter tudo para não refletir em ninguém que ela se importava, sua família, amigos, e até mesmo Draco.

Todas as noites, a Bellini ainda lembrava do reflexo dos olhos de Draco enquanto ela aplicava o Obliviate, as lágrimas escorrendo pela bochecha da garota antes dela desaparecer antes que ele voltasse a si, sem as memórias de que ela sabia sobre ele ser um Comensal e mais algumas sobre os dois que poderiam ser usadas como chantagens.

Quanto menos o outro lado soubesse o que aconteceu, melhor era para ela se preparar e protegê-lo.

Tendo a família que havia, Anastasia estudou o suficiente sobre Belatriz Lestrange e o quão boa a bruxa era não apenas torturando, mas invadindo a mente de outras pessoas, e Draco sendo sobrinho da mulher, deixava tudo ainda mais específico sobre o que ela deveria apagar de sua memória.

Então, Anastasia Bellini guardou somente para si as boas memórias que viveu com Draco Malfoy.

— Filha? — Athena bateu na porta do quarto — Posso entrar? Quero falar com você.

Anastasia abriu os olhos e pode sentir que estava flutuando de volta ao chão, algo que estava cada vez mais se tornando comum, como se a terra não conseguisse mais ser o que lhe segurava, tudo agora poderia ser um ponto estável se estivesse concentrada.

Fechando o livro e colocando-o debaixo da cama, ela abriu a porta vendo o olhar preocupado da mãe e sabia exatamente sobre o que seria a conversa. 

Athena sentou na cama da filha, analisando o ambiente e buscando qualquer ponto do qual poderia indicar que ela estava começando a ficar instável, assim como alguns ficaram quando mexeram com os ensinamentos profundos de Rowena.

— Ana, filha. Você está bem?

— Claro mãe, por que não estaria?

— Eu sei o que você está fazendo, e com o que está mexendo. Só quero me certificar de que não vou perder minha filha para um poder muito forte.

Anastasia segurou a mão da mãe, sorrindo levemente.

— Mãe, está tudo bem. Eu tô bem de verdade e não sinto nenhuma pressão, pelo contrário — contou — É como se eu me sentisse infinita, sabe? A magia me faz sentir tantas coisas boas, é como se eu me conectasse com toda a geração da nossa família e um pouco de cada conhecimento fosse passado para mim. Eu tô bem.

Athena suspirou, sabendo que aquela conversa não iria adiantar com a filha, ela já estava muito envolvida com a magia e só restava acompanhar para pará-la quando algo saísse do controle.

E Athena esperava que esse momento nunca chegaria.

— Então se está bem, quero que desça e coma algo. Você está trancada aqui por dois dias inteiros, sem comida e água. Deseja se matar?

Dois dias. Anastasia franziu o cenho, estava todo esse tempo estudando magia que mal notou a fome ou a sede?

— Tudo bem, estou descendo em instantes.

— Agora mocinha, vamos. 

E sem alternativas, Anastasia obedeceu sua mãe.

ೃ *ૢ✧

Draco olhava a neve caindo em seu vasto quintal pela janela do quarto, sentindo a cabeça pulsar levemente nas têmporas. 

Fazia alguns dias desde que as dores começaram, um pouco antes de ser liberado da escola, mas quando ele tentava entender o porquê, era como se uma memória estivesse faltando no quebra-cabeça.

E não somente tentava entender porque as dores começou, mas tentava compreender o que houve com suas memórias com Anastasia.

Tudo o que envolvia a corvina lhe dava dores de cabeça, às vezes um sangramento nasal se pensava muito, e no fim, Draco se sentia desgastado mais do que já estava.

— Filho? — Narcisa o chamou — Vamos almoçar.

— Não estou com fome.

— Você precisa comer filho, para o seu próprio bem. Precisa ter forças.

O loiro desviou a atenção da janela e olhou para a porta do quarto, onde sua mãe estava. Forças, essa era a palavra que estava movendo o Malfoy por mais tempo que ele poderia imaginar.

Forças pela família. Forças pela sua mãe. Forças pelo propósito de proteger Anastasia.

Anastasia.

Anastasia.

Por que ele sempre sentia dores quando pensava nela?

— Draco? — sua mãe o chamou — Vamos?

— Desço em instantes.

Narcisa lançou mais um olhar preocupado ao filho, sabendo que ele era somente um menino que assumia riscos maiores do que aguentava.

Quando a porta se fechou, a janela se abriu com um vento repentino fazendo com que algumas cartas que estavam na escrivaninha caíssem no chão, e foi então que um suave aroma de morangos preencheu o quarto.

Draco se abaixou para pegar os papéis, quando viu a caligrafia de Anastasia e de uma forma voluntária, levou o papel para perto do rosto, sentindo o aroma de morango mais forte desta vez.

E de modo automático, o sorriso da corvina lhe viera à mente, aquecendo-o por inteiro e fazendo com que as dores passassem.

Guardando em uma gaveta trancada, o loiro deixou a carta junto com outras e desceu, tomado pela adrenalina que o perfume da Bellini lhe causava e sentindo suas dores de cabeça mais leve, como se estivesse disposto a enfrentar o mundo por causa dela e por ela.

Talvez o antídoto para que aguentasse tudo era o som da risada de Anastasia, e seu perfume de morangos.

ೃ *ૢ✧

Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Um leve momento Drasia? Sim, apenas para aquecer os tambores para o que virá...

Logo mais está chegando o que provavelmente será meu capítulo favorito da fanfic, e eu tô mto ansiosa para ver a reação de vocês.

Me digam o que estão achando, quero saber de tudo!

Até o próximo!

Unconditionally - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora