Redenção

Capítulo 9

"Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças." Leon C. Megginson

Helena

- Você pode tentar fugir, correr, esconder se no lugar mais obscuro que procura como refúgio, mas estarei ali, te aguardando ansiosamente. Pois a fraqueza que reina dentro de si, é a fome que me consome. O medo é a dor que me faz de alicerce. Não tente mudar o mundo minha menina, pois você não consegue mudar nem a si mesma.

- Mudanças são feitas de escolhas e eu fiz a minha, a partir do momento que me deixei amadurecer e sair desta prisão a qual você me acolhe e me faz gritar aos quatro cantos do mundo, que preciso ser socorrida e não apenas por um homem, mas sim pelo ser humano que me faça renovar as minhas energias.

- Helena, olha se profundamente. O que vê quando se olha ao espelho? Uma pobre garota que tem uma vida de merda, ou uma mulher que tem seus demônios a aterrizando de forma brutal?
Não seja um anjo disfarçado, mas faça juízo a quem é como pessoa por dentro e por fora. Estou aqui para fazer entender que somos a mesma pessoa. A mesma Helena forte e amedrontada, pela forma como foi criada em uma família de poucos valores. Porém posso te garantir, farei o mundo conspirar ao seu favor e verá lá na frente que tomou a decisão certa de sair de lá...

A mente dela estava uma bagunça, pelo fato de dar ouvidos a verdadeira mulher que ela é. A fatos a serem apresentados que ela precisa entender, mas tudo tem um tempo para poder ser digerido e ainda está cedo para a mesma.

Helena saberia o que fazer dali em diante. Tomar a atitude sabia de sair da casa de seus pais e ir atrás do que realmente a importa. Tentar compreender o que a de errado com os que estão a sua volta e assim poder ajudá-los.

A pessoa que a alertou, sabe que a guerra que está a crescer em sua vida não será fácil de combater. O terror que ela senti em estar na presença de seu pai, ouvir as fofocas tóxicas de sua mãe a seu respeito. Ainda mais pelo fato de estar exausta emocionalmente e mentalmente. Entretanto a fraqueza não é sua melhor arma, mas sim o seu calcanhar de Aquiles. O qual todos podem destruir.

Ao fechar os olhos, sentia as lágrimas percorrem seu rosto, esvaziando seu peito carregado de tristeza e ódio. O corpo pedindo socorro, procurando a cura de todas as mágoas que o percorrem.

Ela tenta ao menos se acalmar e entender o que sua mente queria dizer. Contudo vem inúmeros pensamentos confusos e rápidos, trágicos e perplexos que ela tem que decidir qual escutar.

Ela tenta ao máximo se manter firme e deixar para lá tudo que estava ao seu redor, porém uma rajada de emoções vem a tona, quebrando o coração de aço que carregava dentro de peito.

Saindo de si, uma pessoa que jamais alguém diria que poderia existir.
Soluços que eram ouvidos a passos largos, foram transformados em pensamentos objetivos.

Única forma de se acalmar foi procurando algo que tinha guardado a muito tempo. Dentro de uma caixa de bijouterias, um colar que havia ganhado de sua avó antes de falecer.

As palavras que a senhora dizia ecoa em sua mente: - Você consegue sorrir em meio às lágrimas, sempre estarei com você quando precisar de alguém. Mantenha sempre em seu peito. Pois virei ao seu encontro.

Ao recordar daquilo, ela firmou os pensamentos em algo bom, positivo. Nisso foi devagar respirando pelo nariz e soltando pela boca, sentindo que toda a pressão que tinha sobre seus ombros estão indo embora.

- Você consegue, ela está aqui contigo. Ao dizer aquelas palavras em som alto, pode sentir um abraço esquentando seu corpo, como um bebê a ser acolhido por sua mãe. A paz tomou conta de si, podendo permanecer durante alguns instantes.

Toda está situação estava mostrando a ela, que independente de seus maiores temores, alguém estará a segurar a sua mão. Tudo não passou de um sonho que se início de uma determinada forma pesada, fazendo que ela acordasse para o que o mundo queria que ela tem que distinguir o que cabe a si.

Helena luta por todos os fatores externos, entretanto o que a dentro deste coração, ninguém consegue lutar junto a ela.