Capítulo 10

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" As marcas mais profundas de uma dor, não ficam apenas na pele, mas sim cravadas na alma." Autora Vitória T

Rael

Em seus sonhos, a liberdade é sua amiga, alguém que pega em suas mãos e o deixa ser livre e solto.

Respeita o seu espaço, alegra um pouco, tirando a escuridão que habita dentro de si.

O faz ser alguém que realmente é, não apenas um simples menino ou homem, porém o desafia a compreender algo que está diante de seus olhos.

A ferida está aberta, apenas deixando entrar às bactérias e microorganismos para o destruir ainda mais. Fazendo gemer de dor, por saber que nenhum medicamente poderá parar.

Todavia, sabemos que ela fechará quando ele enfim perdoar a pessoa que o ama. A mulher que largou tudo que havia conseguido, para o ter em um chão sujo e oriundo.

Dando a luz, esse rapaz que carrega o rancor e amargor que a vida o deixou, por não saber que ela estava apenas fazendo o certo.

Contudo, Rael meu menino, digamos nosso. Você verá que entre as trevas mais sombrias existe a luz, aquela que brilha de uma forma diferente e incomum.

O trará a realidade, fazendo ver com outros olhos o prazer de ter uma verdadeira família por perto e um grande amor.

Esse foi o passado escrito por ela, sua genitora, a qual estará se juntando a nós para podermos compreender de todos os ângulos está história de superação e amor familiar.

Rael tinha uma missão, podemos dizer que é a única em sua vida. Descobrir o porque de sua historia ser tão misteriosa. Entretanto, alguém de um passado distante poderá o revelar.

                       *Dias atuais*

O jovem rapaz havia dormido em um cômodo um tanto diferente de seu costume. Tinha se descolado para uma área menos procurada pelos jovens, um jardim pouco cuidado, com algumas plantas e flores mortas, o chão sujo e com a grama alta.

O local tinha uma determinada semelhanca com ele, deixado de lado por todos, sem um mísero cuidado, ficando apenas ali.

Estava deitado sobre sua jaqueta de frio, quando sente uma brisa fria e frequente o acordando. Despertando para um dia nublado e com pouco sol.

Aos poucos vai abrindo seus olhos lentamente, deixando a visão do céu cinzento dar olá ao mesmo. Começa a olhar para os lados, tentando entender o que houve. O motivo de estar distante da instituição.

Tenta puxar na memória mais profunda, porém não obtive sucesso. Tendo a sensação que poderia sido dopado? Ou até mesmo expulso do lugar? Estas respostas estão longe de chegar.

- Aí, o que estou fazendo aqui? Esfregava os olha para poder entender. Aos poucos foi levantando o corpo leve e cheio de marcas.
Não digamos machucados, mas imagens de anjos e demonios lutando, nomes em línguas diferentes, até um rosto um tanto quanto bonito.

Depois de se recuperar da noite turbulento, Rael volta para o orfanato e nota olhares distintos para si.

- O que tanto vocês me olham? Perderão alguma coisa, vão arrumar uma roupa para lavar ou ler alguma coisa, bando de vagabundos. A forma como estava sendo julgado o incomodava, porém ele não notou que ela estava ali.

A pessoa que o deu, estava próxima querendo apenas uma palavra, a mais simples que seja.

- Rael, sou eu, Ana meu filho, volta para mim como era quando menor. Você sempre será meu menino, aquele que veio do meu coração.

Ao sentir aquelas palavras, seu coração se encheu de lágrimas, pois a dor não era passageira, contudo ele poderia aceitar ou não as suas palavras.

- Sua vadia, vagabunda, piranha, velha do caralho eu te odeio com todas as minhas forças. Quero que vá para o inferno junto com essas desculpas esfarrapadas de merda. Não sabe a merda de vida que estou passando, o quanto eu queria sair desse lugar e ir para longe de você. Nunca foi e nunca será a minha mãe, pode escrever isso na sua lápide, porque é aonde estará depois daqui.

Todos estavam chocadas ao ouvir aquelas palavras, crianças menores chorando, os maiores não sabiam o que dizer, mas apenas um rapaz poderia dividir este sentimento com ele. O que está sempre ao seu lado, mesmo que não veja ou sinta, a carinho por ele como um irmão, um protetor.

- Rael chega, não fale assim com está senhora, ela está apenas querendo o ajudar da melhor maneira. O que trará estas palavras pesadas em seu coração? Dor e sofrimento? Não meu amigo, não mesmo.

O colega que tentava o acalmar é empurrado contra a parede por Rael, ao notar que estava entrando em uma briga que não era sua. Consequentemente trazendo a tona todas as mágoas que ele sente, as feridas que nunca se cicatrizaram.

- Fica longe disso, você não sabe nem 1/3 da minha vida para dizer o que devo ou não fazer. Me faz um favor e vai seguir seu rumo, porque daqui em diante eu vou seguir o meu.

                      *Continua...*

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