Capítulo 12

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"O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada." Sun Tzu

Helena

Nunca estamos preparados para ir a luta contra o nosso inimigo, saber de seus segredos, temores, desejos de poder, aquece o sangue que corre por nossas  veias, por saber de suas fraquezas e trabalhar amargamente em cima delas. Até que o mesmo pesa rendição.

                             ✍🏼Sonho💭

- Amor, solte as amarras que a prende com tanta força, liberte o que a dentro de você para o mundo. Porém contenha seus desejos mais sombrios, para que não saibam suas fraquezas. Dizia ele olhando em seus olhos, limpando com as pontas dos dedos as lágrimas que caíam, como gotas de chuva que vinham para melhor o dia.

Ele podia notar o quanto ela se encontrava frágil e vunerável, por querer mudar tantas coisas ao seu redor, mas não percebe que precisa apenas combater o seu eu interior.
O mesmo que domina seus pensamentos, o tornando sombrio e enigmático.

Ela tenta dizer algo, mas parece que tudo que havia planejado dizer pudesse ter sumido de uma forma rápida e superficial.
Então apenas coloca as mãos no colo dele, fazendo algumas carícias como forma de transmitir o que sente. Contudo, a ligação que estava tendo naquele momento era de forma surreal.

- Tento compreender o que a dentro de mim, o porquê de desejar tantas coisas e poder cumprir tão poucas. O medo que assola a minha alma, de não conseguir salvar aqueles que amo, deixando a mercê de outros decidir o futuro de cada um. Só me faça entender o que a de errado comigo, por favor...

- Irei meu anjo, apenas feche os olhos e sinta, as minhas mãos passando por seu pescoço, caminhando até seus seios fartos lentamente, pois não teremos pressa hoje...

Ele sabia que ela precisava ser preenchida de todas as formas, maneiras existentes que a nossa mente possa pensar, mas não fez isso. Apenas a acalmou e deixou que o corpo e sua mente a libertasse desse sentimento ruim.

O medo que sentia estava percorrendo cada célula, membrana, músculo de seu pequeno e forte corpo. Gritando, lutando para tomar forma, fazer de um pequeno estrago mental, uma grande desgraça física e existencial.

Essa era a realidade obscura dela, dentro de sua mente a uma constante contenda, sobre tomar decisões, ir a frente de sua família e dizer o que realmente sente, somente assim sentirá a paz que precisa e tanto procura.

Entretanto, a o outro lado que anseia pela derrota do homem que fez de sua vida um verdadeiro purgatório. Aquele que ainda pedirá misericórdia aos seus pés.

Ela acorda às 06:30 da manhã ouvindo o som do alarme do celular despertar, porém prefere ignora ló, para poder descansar um pouco mais, perante a noite passada.

Sendo assim, começa a tatear o mesmo que encontrava se embaixo do travesseiro, o que poderia causar um grande acidente e aborrecimento.

- Só queria poder dormir mais 15 minutos meus Deus, é pedir demais ? Falava com a voz fraca e cansada. O sono realmente estava ganhando pontos em seu corpo.

Contudo, nem tudo que queremos irá de fato acontecer, o celular estava programado para voltar a tocar em menos de 5 minutos.
Porém, coisas boas a aguardavam.

Nesta dia, iria finalmente conhecer o local de trabalho, poder ter contato com as crianças, sentir a energia boa e pura que elas carregam consigo. Ver o brilho nos olhos daqueles que com tão pouco conseguem ser felizes.

Depois de enrolar para finalmente sair da cama, começa a pegar sua necessaire e coloca os chinelos, indo em direção ao banheiro.

Começa a tomar um banho morno e ágil, por quanto a hora estava a passar rapidamente. Quando terminou seus afazeres, foi direto para o closet escolher o look que usaria.

Consequentemente ao abrir as portas do mesmo, encontra o que chamava de " roupas" rasgadas, cortadas em pedaços por todo o armário e uma folha de papel no meio delas.

" Quero ver como irá sair agora garota. Não fique no meu caminho, porque faço coisa pior contigo."

Ao olhar aquilo, sobe uma raiva extrema começou a consumir, por saber que o velho asqueroso que poderia algum dia chamar de pai, teria feito aquilo. Por saber que ela era contra qualquer algazarra que ele fazia, das inúmeras noites em claro que passou o ajudando, socorrendo uma pessoa que estava clamando pela morte de perto.

Não demora muito para sair de roupão e ir até o quarto dele, batendo a porta com toda força, que poderia levar ele junto com ela.

- Você realmente é podre, como pode entrar no meu quarto, na calada da noite e fazer aquilo? Qual a maldade de quase queimar às peças que comprei com o dinheiro do meu suor diferente de você, que vive a custa dos outros para sustentar esse vício de merda, que não o leva a lugar nenhum, apenas ao fundo do poço. Mais ela falava, mais o temor de acabar deixando as coisas saírem do controle crescia, a ponto de pegar tudo que estivesse a sua frente e quebrar no chão. Porém ela fez diferente, ficou esperando uma resposta dele, seja a qual for, tomaria providências de sair daquele local.

Naquele ponto, ele se levanta da cama, indo a sua direção com uma expressão fora do comum, como se estivesse possuído por alguma alma acalmada.

- Sua vadia de merda, cala a porra da sua boca para dirigir uma palavra a mim. Primeiro que sou seu pai, respeito é bom e zelo por ele, segundo o que entra e sai nessa casa é através das custas do papai aqui. Você e sua mãe só são duas putas que estão aqui para me servir. Agora sai daqui antes que eu de um tapa nessa sua cara nojenta, aproveita e trás uma garrafa, porque essa aqui acabou.

Helena ouviu todas aquelas palavras calada, mas suas ações foram bem distintas. Cansou de servir de saco de pancadas a todos, principalmente a uma pessoa que presa por maldade. Então, pegou a garrafa de cinquenta e um que encontrava se na mesa e quebrou contra a parede. Como uma ameaça de morte, bateu de frente contra este senhor e dali em diante tudo seria modificado.

- Olha aqui, você limpa bem essa boca de cachaça para dizer alguma palavra decente para mim. Não sou nenhuma puta de esquina que aceita um homem escroto como você, vir se direcionar a mim.
Não sou empregada nenhuma dessa casa de merda para dizer ou fazer algo, porque quem realmente quer algo vai ao local e faz, não pedi favores e não manda recado.
Outra coisa, mais presta bastante atenção, porque não sou de repetir, se encostar novamente na porta daquele quarto, você irá ver o diabo mais cedo, porque estou farta dessas merdas. Você tem cinquenta anos e não quinze para dar um de adolescente rebelde. Agora se quer se matar, só ir ali na janela e se jogar, economiza nosso tempo e dinheiro para o velório.

Ela sai do quarto se sentindo mais leve, sabendo que poderá ir para o trabalho em uma certa paz espiritual. Tirando apenas o pequeno problema de encontrar algo para vestir. Ao retornar ao quarto, começa a mexer em algumas caixas que havia colocado embaixo da cama, para alguma ocasião mais especial, como um jantar ou algo relacionado.

Até que tira um vestido da cor royal, com a gola em v, silhueta desenha a mão, para vestir confortavelmente. Para combinar coloca o scarpin salto alto preto, com alguns detalhes.

A bolsa do escritório de lei que não poderia faltar de forma alguma. Um par de brincos de pérolas, colar com a inicial de seu nome e um jogo de anéis. Como toque final, soltou seus cachos aos ventos, fazendo sua beleza natural tomar forma, deixando todos sem fôlego.

Ao terminar a produção, pega o relógio e coloca no pulso notando que estava quase na hora de seu compromisso com o orfanato.

Não perdendo tempo, começa a guardar todas as coisas que tinha tirado do lugar, deixando o local brilhando. Antes de sair confere tudo para não se esquecer de nada.

- Celular ok, chaves ok, caderneta de anotações ok, documentos ok. Acho que não me esqueci de nada. Olha ao redor e assim fecha a porta do quarto, caminhando até às escadas, para poder começar o dia de trabalho efetivamente.






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