Aventura na Cozinha-Parte II

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Mark foi demitido.

Mas reagiu de maneira bastante corajosa. Chegou em casa à tarde, vestiu terno e gravata e voltou para a cidade no ônibus seguinte para se inscrever no Centro de Trabalho.

Disse a Jay que já tinha decidido que se ofereceria para qualquer emprego, apesar deser um ótimo artesão, com anos de experiência.

— Acho que não podemos ser muito exigentes no momento — falou, sem ligar para os protestos de Jay. Se para Louis tinha sido difícil conseguir um emprego, imagina para um homem de cinquenta e cinco anos que só fez uma coisa a vida toda. Mark voltou para casa após uma série de entrevistas e contou, desanimado, que não servia nem para almoxarife ou vigia. "Eles preferiram um rapaz bobo e inseguro, de dezessete anos, porque o governo daria mais incentivos, e não podiam aceitar um homem maduro, com um currículo extenso"
Após duas semanas de recusas, os pais de Louis decidiram pedir o auxílio-desemprego e passaram as tardes decifrando formulários incompreensíveis, de cinquenta páginas, que perguntavam quantas pessoas usavam a máquina de lavar deles e quando foi a última vez que viajaram para o exterior (O cinquentenário achava que tinha sidoem 1988).

Louis colocou a quantia que Harry o tinha dado na latinha no armário da cozinha onde eles guardavam o dinheiro. Achou que se sentiriam melhor sabendo que tinham uma pequena reserva.

Quando ele acordou de manhã, o dinheiro havia sido colocado em um envelope e jogado por debaixo  da sua porta.

•••

Os turistas começaram a chegar e a cidade foi ficando cheia. O Sr. Twist aparecia cada vez menos em casa; o trabalho dele no castelo era proporcional à quantidade de visitantes.

Numa quinta-feira à tarde, quando o cuidador voltava para casa depois de passar na lavanderia, vi-o na rua. Não era nada fora do comum, a não ser pelo fato de que ele estava envolvendo com o braço uma mulher ruiva que claramente não era a Sra. Twist. Quando o viu, soltou-a como se fosse uma batata quente. Louis se virou, fingindo olhar uma vitrine, sem saber se queria que ele soubesse que ele os vira, e se esforçou para não pensar mais nisso.

Na sexta-feira seguinte à demissão de Mark, Harry recebeu o convite para o casamento de Sarah e Mitch. Bom, tecnicamente, era o Coronel e a Sra. Jones, pais de Sarah, que convidavam Harry para participar do casamento da filha deles com Mitchell Rowland. Veio num pesado envelope de pergaminho com toda a programação da festa e, num papel dobrado, haviam uma extensa lista de presentes que as pessoas podiam comprar em lojas das quais eu nunca tinhaouvido falar.

— Ela é muito cara de pau — comentou, observando as letras douradas e o papel grosso debordas igualmente douradas.
— Quer que eu jogue fora?

— Tanto faz. — O corpo de Harry era um perfeito exemplo indiferença forçada.

Louis conferiu a lista de presentes.

— Que diabos é um couscoussier?

Não sabe se foi por causa da rapidez com que Harry se virou e passou a dedicar sua atenção ao teclado do computador. Ou pelo tom de voz dele. Mas, por alguma razão, não jogou o convite fora. Guardou com cuidado na agenda de Harry na cozinha.

Harry o deu outro livro de contos, que tinha encomendado pela Amazon, e um exemplar de A rainha vermelha. Logo viu que não era o tipo de livro que ele gostava.

— Não tem nem história — falou, depois de olhar a contracapa.

— E daí? — questionou Harry. — É um novo desafio para você.

Fallin' All In You | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora