Monster [Satori Tendou]

25. Rumo a liberdade

Satori P.O.V

Minhas pernas balançavam sem parar em sinal de nervosismo e minhas mãos estavam suando. Eu tentava me concentrar no livro que estava lendo, mas era impossível.

Hayato tinha me feito uma proposta para diminuir minha sentença. Por sorte, o policial era amigo do juiz. Este último não gostava muito da ideia de ter um ex criminoso procurado quase que na cidade inteira a solta novamente, mas Hayato jurou de pés juntos que eu iria me comportar e estava disposto a mudar e isso não era mentira.

O juiz, o qual eu não sei o nome, ficou de pensar no assunto e disse que daria a resposta no dia seguinte, mas se passou duas fucking  semanas e essa espera estava acabando comigo e tudo se intensificou quando o Sr. Ushijima disse que teria uma surpresa que, de acordo com ele, eu iria cair para trás. Só espero que não seja morto...

– Tendou! – ouvi a voz conhecida e levantei o olhar do livro, que eu nem estava prestando atenção, para o homem do outro lado da grade.

Marquei a página e fui até ele, tentando esconder minha ansiedade.

– Tenho notícias... Mas quero que você venha comigo.– ele disse sério, dando passagem para um guarda abrir a cela e algemar meus punhos.

Caminhei ao lado de Hayato até uma sala não muito longe de onde eu estava antes. Ele abriu a porta e eu entrei no local, avistando o juiz. O homem velho e cabelos brancos me analisou de cima a baixo e suspirou profundamente.

– Sente-se.– ele disse apontando para a cadeira em sua frente. Fiz o que ele pediu, tentando pensar em uma maneira de acalmar meus batimentos cardíacos, pois eu sentia que poderia ter um infarto a qualquer momento.

Hayato se sentou ao meu lado, cruzando as mãos em cima da mesa.

Um silêncio extremamente desconfortável se fez presente no local e por breves segundos podia jurar que os dois homens ali presentes poderiam ouvir meu coração batendo forte dentro do peito.

O juiz analisou alguns papéis, que só agora os notei, e soltou um riso nasal.

– Eu só devo estar perdendo o juízo.– ele disse balançando a cabeça negativamente.– Hayato, você ainda tem esse dom horrível de convencer as pessoas.– seu olhar pousou no homem ao meu lado que riu. Logo em seguida me olhou.– O jeito que você fazia as coisas me assustava, garoto.

Eu deveria receber isso como um elogio?

– Você só tinha 17 anos quando roubou aquele banco e com a ajuda do destino conseguiu sair sem deixar uma vítima.– ele passou a mão pelo rosto. Eu permaneci quieto.– Com 16, você matou cinco homens de uma suposta gangue.

Aquele dia foi doido... Eu quis rir por lembrar da cena.

– Com 19 anos você matou um dos chefes de gangue mais temidos da cidade, matou o subchefe e deixou seis homens inconscientes sem a ajuda de ninguém.– ele estreitou os olhos.– Hayato me disse que você está disposto a mudar e eu te pergunto, por que devo confiar em você, Satori Tendou?

Eu olhei para o velho por alguns segundos, antes de me inclinar sobre a mesa e abrir um pequeno sorriso.

– Eu prometi que ia mudar. Quando eu faço uma promessa, eu simplesmente a cumpro.

– Gosto da sua audácia, garoto.– ele assentiu.– Pois bem, vamos ver se chegamos a um acordo.

– Sou todo ouvidos.

O juiz assentiu para Hayato, que se pôs de pé e começou a falar:
– Dois homens foram vistos trazendo mercadoria roubada de Osaka, ao que parece são compradores de drogas. Foi feita uma investigação sobre ambos e vimos que tinham negócios pendentes com Makoto Yamazaki.– ele falava sério. Não pude evitar de revirar os olhos ao ouvir o nome daquele infeliz que causava problema até mesmo depois de morto.– Você é ótimo para se infiltrar nos lugares, rapaz.