Monster [Satori Tendou]

24. Notícia

Wakatoshi P.O.V

Dois anos. Para algumas pessoas isso não parece ser muito, mas para mim foi os dois anos mais tortuosos da minha vida.

Eu estava no primeiro ano da faculdade, quase não tinha tempo para ver meus amigos, estava cansado de tantos deveres e simulados e ainda tinha um trabalho de meio período.

Muita coisa mudou nesses últimos anos, mas algumas lembranças eram impossíveis esquecer. Imagens da noite em que vi meu melhor amigo matando alguém de forma fria ainda rodavam pela minha cabeça dia e noite. Ao mesmo tempo que eu ficava puto por lembrar dele com certa frequência, eu ficava extremamente triste por não ter ter ele ao meu lado.

Ele estava preso e, não que eu seja um convarde, mas toda vez que eu pensava em visita-lô, algo dentro de mim dizia que não era a hora certa e eu simplesmente desistia. Meus amigos pensavam da mesma forma e isso acabava nos deixando angustiados.

Meu pai vivia visitando o ruivo e sempre nos dizia que ele estava bem e que estava mais tranquilo. Eu ficava aliviado em ouvir isso, mas nada como ver pessoalmente...

– Hey, Wakatoshi! Para de viajar! – Chae, um rapaz que trabalha comigo numa pequena loja de discos e filho do dono, estalou os dedos na frente do meu rosto, me assustando.–Já tem um tempão que você tá aí paradão olhando pro disco do The 1975.

The 1975... era a banda favorita do Satori e de uns tempos pra cá passei a ouvir a banda com mais frequência e por ironia minha música favorita era Robbers.

– Desculpa, tô meio distraído hoje.– falei coçando a nuca de forma nervosa.

– Só hoje?  – ele riu baixo e eu revirei os olhos.– Bom, seu amigo está ali fora da loja. Acho melhor você sair e ir conversar um pouco com ele.

– Estou no horário de serviço agora, Chae, sabe que seu pai não gosta quando fico saindo fora do horário.

– Pode sair mais cedo, hoje não tem tanto movimento e acho que você precisa de um tempo pra sair e tomar um café com seu amigo.– ele sorriu e eu fiz o mesmo, o agradecendo.

Fui até os fundos da loja e peguei meu casaco e mochila e saí da loja, vendo Semi mexendo no celular.

– O quê faz aqui? – falei assim que cheguei perto do platinado, atraindo a atenção do mesmo pra mim, guardando o celular no bolso da calça.

– Ver como você tá.– Semi deu de ombros.– Podemos ir tomar um café? – eu assenti e começamos a andar, indo até um café estilo retrô que tinha por ali.

– Faz tempo que não saímos.– comentei depois de um tempo. Ele suspirou e soltou um riso baixo.

– Nunca pensei que a universidade seria tão difícil.

– Nem me fale.– suspirei de forma cansada.– Esse piercing tava aí no mês passado? – falei analisando o nariz do rapaz que agora tinha um piercing no septo.

– Não, furei na semana passada.– ele sorriu. Nos últimos dois anos, Semi deu uma mudada no visual, com piercings, tatuagens e brincos. Combinava com ele.

– Ficou legal.– sorri minimamente. Ele sorriu de forma divertida e agradeceu.

Andamos mais um pouco e finalmente chegamos no café.

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Enquanto tomávamos café, – no meu caso era chá  – Semi me fala como o dia dele andava corrido e estava super cansado, mas estava gostando da nova experiência.