Havia se passado duas semanas desde o ocorrido com o Wakatoshi-kun e eu passava os dias sem saber se ficava feliz ou triste pela polícia não ter arrombado minha porta até hoje. É claro que tentei ligar pro Wakatoshi ou Semi, mas eles não atendiam e pelo visto o Goshiki e o Kenjirou bloquearam meu número.
Eu não voltei para a escola e nem sei se isso vai acontecer, já que meu plano foi por água a abaixo e isso obviamente foi culpa minha porque cá entre nós: Eu sou um imbecil. Os responsáveis pela Shiratorizawa me ligavam constantemente e eu tenho uma grande vontade de mandar todo mundo pro quinto dos infernos.
Meu ânimo sumiu, juntamente com minha vontade de sair da cama. Eu sei que não vou chegar a lugar nenhum no estado que eu tô, mas só de lembrar da carinha do Goshiki e do Kenjirou, do olhar de desespero do Semi e das palavras frias do Wakatoshi eu volto a me afogar nas minhas próprias lágrimas.
– Talvez o Makoto tenha razão... Eu sou um monstro.– falei pra mim mesmo, olhando para o teto do meu quarto.– Eu não mereço ter amigos...
Deitei a cabeça para o lado, olhando o criado mudo ao lado da cama e vi o papel com o endereço do Makoto e ao lado dele havia outro papel com o número do celular do Akaashi.
Peguei o celular que estava do meu lado e o papel com o número de celular e disquei o mesmo. Eu, provavelmente, estou agindo sem pensar, mas eu realmente não ligo. Eu não quero ficar parado desse jeito, pode ser pior.
Após três toques o Akaashi atendeu:
– Alô?– Hmm... oi. A gente se conheceu na casa do Makoto na semana passada...
– Ah, o garoto ruivo! Você não me disse o seu nome...– ele riu baixo. Eu provavelmente estava vermelho. Ele tinha razão, eu esqueci se me apresentar.
– Meu nome é Satori, desculpa.
– Relaxa! Mas enfim, aconteceu alguma coisa?
– Você disse que eu podia te ligar caso precisasse de ajuda e cá estou eu.– de certa forma eu estava nervoso, mas eu tentei ignorar esse sentimento.
– Ah, sim... É sobre aquilo que conversamos? – notei uma certa preocupação na voz do rapaz.
– Sim... a gente pode se encontrar? Prefiro explicar tudo pessoalmente.
– Tudo bem. Eu conheço um café bem tranquilo--
– Não! – eu o interrompi, suspirando em seguida.– Desculpa... Mas não acho que seja uma boa eu ficar saindo. Se não tiver problema para você, eu te passo meu endereço...
– Humm, já entendi.– ele soltou uma risada nasal.– Tudo bem, me manda por mensagem então. Aliás, você se importaria se eu levasse alguém comigo?
Eu hesitei um pouco antes de responder. Afinal eu só tive uma curta conversa com o rapaz e não sabia o que caralhos ele estava fazendo na casa do Makoto, já imaginou se ele for um policial disfarçado? Eu tô na merda. Mas eu não estava com tempo pra criar hipóteses e paranóias.
– Sem problemas. A gente se vê mais tarde.– nos despedimos e encerramos a ligação.
❁❁❁❁
Por volta das 15:00 horas da tarde, alguém tocou a campainha e pela primeira vez no dia eu me levantei da cama e fui atender a porta.
Assim que eu o fiz, encontrei o Akaashi arrumando a gola da camisa social de um rapaz um pouco mais alto do que ele e de cabelos platinados com as raízes pretas. Ambos me notaram quando eu chamei a atenção deles, coçando a garganta.
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Monster [Satori Tendou]
Fiksi PenggemarSatori Tendou é um criminoso muito procurado pela polícia pelo seus diversos assassinatos e roubos. Tentando fugir dos oficiais da lei, ele entra pra uma escola chamada Shiratorizawa. Lá ele será obrigado a se enturmar com alguns alunos e agir norma...