Prólogo

14 1 0
                                    



  Chat Noir acordou, atordoado e desorientado, com sua cabeça girando como um pião. Ao tentar descobrir onde estava, ele reparou que, ao seu redor, paredes metálicas sustentadas por vigas de ferro se abobadavam em uma cúpula gélida, com um vitral baixo como única fonte de luz. A luz que vinha dele parecia um fraco holofote no centro do lugar e só tinha energia para iluminar aquele círculo, deixando o resto do enorme átrio - e o próprio garoto - em uma penumbra mortificante.

   A visão trouxe ao nosso herói arrepios na espinha, porém essa sensação foi logo substituída por uma fisgada na cabeça. Ao tentar levar a mão a sua cabeça latejante, ele sentiu algo puxando seu pulso e um leve barulho de metal se batendo. Chat virou o olhar e percebeu correntes imobilizando seus braços no ar, bem acima de sua cabeça, e seus pés bem firmes no chão. Mesmo se esticando e se balançando o mais forte que conseguia, o herói mal conseguia fazê-las mover, muito menos arrancá-las do teto; também lhe parecia inútil usar o Cataclismo, pois as garras de sua roupa não chegavam nem perto de alcançar as amarras. Ele estava completamente imóvel.

   Se sentindo inútil, acorrentado em um átrio e uma dor de cabeça insuportável, Chat Noir usava todas as suas forças para se lembrar do ocorrido - apertando os olhos com toda força para resgatar qualquer lembrança. Uma imagem, uma pessoa, qualquer vaga lembrança que o recordasse de quem - ou o que - o prendera naquela estranha situação. Mas antes que ele pudesse pensar em alguma coisa, sua cabeça latejava mais forte.

   Quando estava prestes a desistir, seus olhos se fixaram no vitral, e no mesmo instante ele entendeu. Chat não havia percebido antes, mas seus arcos formavam quatro figuras elípticas que se encontravam no centro, cercados por um grande aro de metal. Parecia uma... borboleta.

Chat Noir DesaparecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora