Era um sábado bem comum em Paris. O sol brilhava por entre as nuvens e uma brisa suave soprava enquanto as joaninhas do Talismã da Ladybug consertavam o rotineiro estrago do akumatizado. A heroína e seu parceiro, depois do típico "Zerou", tentavam acalmar o senhor que acabara de voltar ao normal. Logo após o conciliar com sua neta, e ter certeza que o akuma não o atacaria tão cedo, Ladybug ouviu o típico apito de seus brincos. Ela se transformaria logo logo.
- Preciso ir, gatinho.
- Tudo bem, Ladybug. - Chat respondeu com um sorriso simpático no rosto. - Vou levá-los para casa.
Já fazia meses que ele a chamava apenas de Ladybug, porém os ouvidos da garota não conseguiam se acostumar com tal resposta. Desde a Batalha dos Miraculous - como Chat Noir apelidara a inacreditável batalha contra Hawk Moth, Mayura e a Mega Rainha - que o gato tinha reduzido as cantadas e parado de chamar a garota de Bugboo. Ela concluiu que o garoto tivesse arrumado uma namorada, ou simplesmente não sentia mais nada por ela, o que de certa forma era um alívio, agora que a mesma tentava um relacionamento com o Lukka. Mas ainda assim, uma parte dela sentia uma falta enorme do apelido.
Pulando de telhado em telhado, a garota ia o mais rápido possível com os apitos do miraculous de lembrete do seu pouquíssimo tempo, chegando cada vez mais perto da varanda de seu quarto. No último segundo ela pulou pelo alçapão, se transformando assim que seus pés tocaram o chão. Agora com sua roupa preta, branca e rosa, e com Tikki ao seu lado como única lembrança de sua identidade secreta, Marinette se jogou na cadeira, suspirando de alívio.
- Ufa, essa foi por pouco, Tikki.
Ainda recuperando o fôlego, Marinette pegou um macaron em sua bolsa e entregou a sua kwami, que o pegou e voou até a mesa. Enquanto se deliciava com seu lanchinho, Tikki reparou que o telefone da dona não parava de vibrar ao seu lado. "Marinette, o telefone", ela disse suavemente a garota. A menina correu para a mesa, mas o celular parou de tocar assim que ela o pegou. Com sua pequena amiga ao lado perguntando quem era, a garota foi verificar nas chamadas perdidas.
- Era o Lukka. O QUE? - a azulada quase derruba o celular ao ver as ligações. - 14 CHAMADAS PERDIDAS!?
- Vocês não tinham marcado de tomar o sorvete do André com ele e a turma?! - Tikki respondeu, com a boca cheia, sobressaltando a dona.
- Eu esqueci, Tikki. Mas nós tínhamos marcado às 11 horas, e ainda são... - mais uma vez ela se sobressaltou, mas, dessa vez, derrubando o celular no chão. - 3 HORAS DA TARDE?! Eu deixei ele esperando por 4 HORAS?! Ele vai me matar, Tikki!
Marinette mal podia respirar. Aquela não era a primeira vez que isso acontecia, na verdade, já era a quarta só naquela semana. Quando começaram a namorar, a garota começou a entender o quão difícil seria manter um relacionamento e sua identidade secreta ao mesmo tempo - akumas apareciam nos momentos e situações mais inacreditáveis, ela não conseguia atender todas as ligações dele, principalmente quando estava transformada de Ladybug, e ela já teve que cancelar ou sair no meio de vários encontros (quando não os esquecia completamente). No começo, Lukka se mostrava sempre compreensivo e esperava pacientemente até que ela pudesse responder ou ligar de volta. Apesar das infinitas desculpas da azulada, ele sempre sorria quando ela tinha que sair às pressas de um encontro ou ligava por vídeo pra cancelar - ele compreendia o quão esquecida e atrapalhada sua namorada era. Mas, ultimamente, ele tinha perdido um pouco a paciência, e as 14 ligações eram um sinal de que algo não estava nada bem.
- Tenho certeza que ele vai entender, Marinette. - a kwami tentava acalmar a dona, mas não adiantava mais, ela não ouvia mais nada.
- Vamos, Tikki!
Com pressa para salvar seu relacionamento, a garota tropeçava pelos degraus até chegar na calçada, com Tikki em seu encalço. Somente parando para ver se sua kwami tinha acompanhado e entrado na bolsa, Marinette quase voava em direção à ponte, torcendo para não ter torrado a paciência do garoto.
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Chat Noir Desaparecido
FanfictionAcorrentado em um átrio, com um desespero crescente acorrentado no peito e uma dor de cabeça insuportável, Chat Noir usava todas as suas forças para se lembrar do ocorrido - apertando os olhos com toda força para resgatar qualquer lembrança. Uma ima...