Quando morava na cidade, eu tinha diversos problemas de saúde, e o principal fator era o estresse. Tinha uma carreira promissora lá, mas, minha saúde mental e física são muito mais valiosas do que uma porcaria de carreira.
Hoje sou uma fazendeira, mas, que ainda continuo tendo minha carreira profissional, atuo como investigadora da polícia civil aqui do interior, apesar de ter poucas coisas para se fazer por aqui na minha área de atuação, sempre tenho meus entretenimentos, como montaria, caçar por diversão (não mato, apenas gosto de seguir rastros, para estimular minha mente instintiva). Vivo com meus pais e irmão. Amo jardinagem, explorar matas, para encontrar algo exótico. Sou como uma loba solitária, não sirvo para me relacionar pra valer com ninguém, meu último relacionamento foi a prova disso.
- Júlia, você não está atrasada pro seu trabalho?
- Sim. Mas, moramos perto da delegacia, num pulo estou lá.
- Você não está satisfeita com sua carreira não é?
- Não sei mãe, acho que aqui é muito parado na delegacia... E isso me desanima de certa forma.
Minha mãe sorriu sem jeito, e eu fui quase me arrastando para delegacia.
Quando chego lá, a secretária nossa estava conversando com uma mulher, e, procurei logo me enturmar só que discretamente.
- Bom dia investigadora, que bom que chegou, temos um caso que possa te interessar!
- Bom dia, vamos para minha sala senhorita... Qual seu nome ?
- Karen. - Seu olhar era abatido, distante e uma fala um tanto seca.
- Karen, você deseja tomar algo? Um café, água?
- Doutora, só quero que resolva logo essa situação minha.
- Pode me chamar de Agente Júlia, não sou doutora, pra que eu possa resolver sua situação, preciso saber do que se trata.
Sentamos na mesa, e eu fui acessando o bloco de notas para eu poder escrever o relato dos fatos.
- Ok. Isso aconteceu ontem. Eu estava no meu serviço, e, hoje pela manhã senti falta do meu cartão de crédito, e nisso vi no sistema do banco que fizeram compras de cinco mil reais nele.
- Qual sua profissão Karen? E, já entrou em contato com o banco?
- Já sim, foram tudo bloqueadas as compras, juntamente do cartão. Sou engenheira civil daqui da prefeitura, cheguei aqui tem apenas uns meses, não sou daqui.
- Da onde é? E, preciso de seu documento de identificação. Para eu fazer seu boletim, e de todas informações que se lembrar. E fique tranquila senhorita Karen, vai dar tudo certo. Você é solteira?
- Sim. E isso faz parte da investigação? Meu estado civil?
- Sim, faz parte. Preciso preencher tudo aqui, para ter depois um banco de dados.
Que mulher mais afiada, está sempre na defensiva, como se fosse assediada frequentemente, também do jeito que é atraente não duvidaria disso...
- Senhorita Karen, você sofre algum tipo de assédio no seu trabalho?
Seu olhar foi meio receoso, e, percebi que não queria falar... Mas, precisei insistir.
- Senhorita Karen, estou te fazendo uma pergunta. Você está aqui para que eu possa te ajudar, então colabore comigo.
- Você não está ajudando fazendo essa abordagem um tanto intimidadora a mim!! Com licença, doutora!
Ela levantou da mesa e saiu da minha sala meio furiosa. E acabou me deixando sem reação... Não esperava por isso.
Depois a secretária entrou no meu gabinete com um olhar duvidoso.
- O que houve aqui Júlia?
- Segundo ela eu a intimidei. Mas, engenheiros em si são assim mesmo, sempre sensíveis demais com as emoções, por isso não me dou bem com exatas, usam raciocínio lógico demais e o emocional de menos. - Dei de ombros e a secretária Diana riu brevemente do meu comentário.

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Sob a luz do Sol
Short StoryUma investigação policial fora do protocolo, romance intenso, sedução, resistência, emoção e instinto policial combinam?