PARTE 4

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Levei a Fernanda para o porão da minha casa e lá me deliciei com o corpo dela por horas. E quando enfim desfrutamos muito de toques, beijos e suor, resolvemos parar...

- Uau, isso tudo foi o que perdi?! Você é uma mulher quente demais.. - Falou mordendo meu queixo. Com uma voz exausta.

- Agora preciso ir, amanhã o dever me chama na delegacia... Espero poder te encontrar mais vezes, pois, como você mesma disse ao se entregar, sou uma mulher sedenta...

Quando chego em casa, minha mãe me aborda falando que havia tocado meu celular várias vezes, nisso fui logo correndo ver...

- É um número desconhecido. Mas, vou ligar assim mesmo!!

Ao retornar a ligação, era a voz da Karen, lembrei bem o som da voz dela, principalmente por saber que foi marcante pra mim.

- Alô, é a investigadora Júlia?!

- Sim, sou eu, pode falar Karen.

- Como sabe que sou eu? Me desculpe ligar esse horário... É que eu descobri quem foi e estou com certo receio.

- Onde você mora? Estou indo pra aí agora! Me manda por mensagem o endereço!

Desliguei a ligação e ela rapidamente me passou o endereço, não era muito longe da onde eu morava. Era umas duas ruas daqui, acabei indo de moto. E mandei mensagem pedindo para me aguardar em frente a residência dela, que a prefeitura deu temporariamente para estadia.

Em dez minutos chego até o local, e, lá estava ela... Meio desconfiada e diria que até perturbada... Desço do moto rapidamente e já se aproxima.

- Obrigada por ter vindo... Foi minha ex mulher que fez isso comigo. E não me deixa em paz, por isso aceitei o emprego aqui no interior, pra fugir da capital, ou seja, que é onde ela mora. Agora não sei como me achou... E isso me deixa preocupada, doutora.

- Não me chame de doutora... Pode me chamar de Júlia, ok? Vamos entrar... Você está tremendo.

Peguei em seus ombros na tentativa de confortá-la. E, senti que se sentiu segura com isso e se permitiu aproximar mais de mim

- Conte-me mais sobre sua ex mulher... Preciso saber, caso queira também falar.

- Ela era possessiva comigo, confundia as coisas... Eu gostava da autoridade dela, mas, em ocasiões específicas.

- O que seria essas ocasiões específicas? - Eu sabia do que se tratava, mas, queria que ela falasse até para criar um ambiente seguro ali de conversa entre nós.

- Na cama. - Ruborizou. E me olhou tímida.

Meu olhar nela era atencioso e empático, e agora sei porque ficou tão na defensiva comigo... Eu me sinto ainda mais no dever de protegê -la.

- Eu vou dormir aqui com você. Pra que possa ficar mais tranquila...

- Dormir comigo?

- Não com você, tipo junta... Irei dormir no sofá. Se puder arrumar um travesseiro e cobertor, eu agradeceria.

- Ok, irei arrumar, espera aqui.

Ela trouxe, e, como estamos bem despertadas, Karen resolveu fazer algo pra gente lanchar e assim conversar até cairmos no sono.

- Então quer dizer que você é uma fazendeira nos tempos livres.

- Sim, é a minha liberdade. Amo cuidar da terra, apreciar sua beleza. Mas, amava também minha capital, as praias, o sol intenso queimando a pele.

- Tenho um fascínio pelo Sol, acho que qualquer pessoa exposta a ele, pode se revelar seus segredos mais profundos.

- Quais são seus segredos mais profundos?

Ela bebeu seu chocolate quente, e percebi que não ficou confortável com minha pergunta. Na verdade nossa conversa parecia de quem já se conhecia. O olhar dela discreto, me fazia recuar, de querer saber mais sobre ela.

- Está gostando do seu chocolate quente? Não estou vendo você tomar...

- É que quando fico curiosa com algo, meu foco fica preso a isso aí esqueço as demais coisas. Mas, está sim delicioso. Posso te perguntar uma coisa?

- Desde que não seja pessoal demais... Igual foi a anterior.

- Peço desculpas por isso. Como conseguiu meu número? E por que resolveu me procurar pra te ajudar? 

Sob a luz do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora