Miraculous: Um Internato - Duologia

Capítulo Cinquenta e Um - Livro 2

*Emma*

Meu pai coçou a barba, olhou pra baixo, respirou fundo....vários movimentos enquanto pensava no que dizer.

- Onde encontraram isso?

- No quarto de vocês - Louis disse receoso.

- Quantas vezes dissemos para não entrar lá?

- Não fuja do assunto - tomei coragem - por que esconderam que eram super-heróis?

Mamãe não dizia nada, apenas olhava fixamente para o uniforme de joaninha que eu usava.

- Eu nunca imaginei que um dia iria ver minha filha usando isso.

Ela disse olhando para o meu pai - Chat Noir sempre soube que um dia conquistaria a Ladybug.

Ele disse piscando ela e os dois riram

- Nós dois - papai disse - decidimos deixar essa história de super-heróis de lado depois que o miraculous da Queen Moth foi pego, como descobriram tudo?

- Tikki e Plagg contaram tudo - Hugo falou.

- Fofoqueiros!

- Mas tem algo que me deixou curiosa e o senhor acabou de falar, quem era a Queen Moth?

Mamãe pareceu ficar tensa.

- Er....melhor deixar essa história para trás.

- Ah não, não aguentamos mais vocês escondendo segredos de nós - Hugo falou.

- Por favor conta - nós quatro começamos a pressioná-los.

- CHEGA, ERA A LILA!

Ele gritou se arrependendo logo em seguida, meu coração acelerou e eu olhei para Henri, o mesmo tinha os olhos perdidos e estava boquiaberto. Ele tirou o anel e todos nós tiramos os miraculous deixando em cima da mesa ao lado do dele.

- O-o quê? N-não po-pode s-ser....

- Calma Henri, é só q....- minha mãe tentou falar mas Henri já estava se virando para correr em direção a porta, vi que ele chorava, meu pai correu e o segurou.

- Escuta aqui, garoto, você não vai correr assim.

- Em um dia eu descobri que meus pais são dois golpistas, que minha mãe era a mulher mais perigosa da cidade, o que mais você quer que eu ouça?

- PARA DE CHORAR E ME ESCUTA! - meu pai disse segurando os ombros de Henri e o sacudindo, o que o fez chorar mais.

- VOCÊ NUNCA VAI ENTENDER O QUE EU ESTOU PASSANDO! NÃO DEVE TER NOÇÃO DO QUE É TER PAIS QUE FAZEM MAL PARA AS PESSOAS!

Meu pai soltou Henri e vi seus olhos ficarem vermelhos de lágrimas. Mamãe correu até meu pai e o abraçou, fiz o mesmo com Henri e ficamos um tempo ali apenas ouvindo os dois chorarem, eu só queria entender por que meu pai estava tão nervoso, eu nunca tinha o visto desse jeito. De repente ele se solta de mamãe e fica em pé.

- Henri venha até o meu escritório.

Ele disse bem sério e saiu, Henri saiu logo atrás e os dois se trancaram lá.

*Adrien*

Entramos no meu escritório e eu tranquei a porta logo em seguida. Me sentei numa cadeira e ele na minha frente.

- Eu entendo você mais do que você pensa.

- Como pode me entender se você nunca....

Fechei os olhos e suspirei. Que garoto difícil!

- Não me interrompa novamente.

- Desculpe.

Fiquei em silêncio por um tempo procurando palavras para contar isso a ele.

- Quando eu tinha dezoito anos ainda era Chat Noir e Hawk Moth ainda estava a solta - ele abriu a boca para falar mas acabou não dizendo nada - eu desisti de derrotar akumas e resolvi ir atrás dele pessoalmente e não gostei nada do que vi...

- Como assim?

- Você deve saber do poder do Miraculous do Gato, não é?

- Cataclism.

Dei um leve sorriso ao ver o quanto eles tinham aprendido.

- O miraculous ficava na altura da gravata e eu não vi quando a Ladybug tirou ele - comecei a chorar novamente - eu tinha ativado o cataclism e....e-ele estava de mãos dadas com mulher que o ajudava, ela era portadora do Miraculous do Pavão e....eu toquei nas mãos deles.....eram meus pais e....e-eles morreram....

Henri estava com os olhos arregalados.

- E-eu....sinto muito....

- Eu ouvi eles falando mal de mim um pouco antes....meus pais me odiavam muito, mas nunca foi motivo para eu aceitar melhor a morte deles e ainda mais o fato de que fui eu que os matei.

Henri levantou e me abraçou, abraçou bem forte na tentativa de me confortar e eu fiz o mesmo, não é nada fácil ter pais como os nossos e só nós dois entendemos isso.

- Eu só queria ser filho de vocês....- ele sussurrou - queria morar aqui.

- Você não pode morar aqui, vai querer namorar minha filha.

Ele riu - Você também namorou a Marinette.

- É diferente.

Rimos - Não é não.

Paramos de rir e nos encaramos por um tempo.

- Você realmente se parece comigo, garoto! - falei.

- É uma honra me parecer com você.

Sorrimos.