Capítulo 11

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-Bom, obrigada pela hospitalidade, foi muito gentil de sua parte.-Digo antes de entrar no táxi.

-Sem problemas detetive.-Diz sorrindo.-Espero que tenha sucesso nas buscas por suspeitos e provas e lembre-se, do que precisar é só me avisar.

-Ok, obrigada.-Digo sorrindo levemente. Entro dentro do táxi e após dar meu endereço, me encosto no banco do carro enquanto sorrio me lembrando de ontem, foi uma noite... Divertida. Ficamos vendo filmes de terror até cairmos no sono, acordei em cima dele em uma cena engraçada. Durante o caminho reviso algumas mensagens, sorrio ao conseguir marcar finalmente o horário pra poder dar uma olhada no local do crime, que permanece intocado e fechado. Rapidamente chego em casa, pago o táxi e sigo pra minha pequena kitnet, tomo um banho rápido e chamando outro Uber, sigo pro meu destino, o local de morte da vítima.
Após vestir tudo o que é necessário pra não comprometer a cena, olho o enorme galpão de vinhos com cuidado enquanto avalio as causas da morte, 5 facadas no abdômen e estrangulamento. O assassino se preocupou com cada detalhe já que a única marca deixada por ele foi de seu sapato por conta do sangue de vítima. A imagem do Christopher logo me vem em mente, não faz o feitio dele matar alguém assim, não quando ele tem uma multidão de assassinos a sua disposição e diversas armas mais eficientes que fariam o trabalho de formas menos suspeitas. Envenenamento, arma com silenciador, dentre várias opções poderiam ser muito mais viáveis e eficientes, minha melhor hipótese seria a de a vítima ter morrido em uma calorosa briga onde o assassino já estava mais que decidido a matar. Ainda andando pelos corredores repletos de vinho, sinto um arrepio sinistro e algo faz com que eu observe dentre os vinhos na parte de baixo, seguindo minha intuição o faço e prendo minha respiração ao ver uma frágil pulseira. Como a perícia deixou passar uma coisa dessas? Com as mãos enluvadas, pego a frágil pulseira e a analiso, um H cercado por pequenas pedrinhas que suspeito serem de diamantes, olho para o local onde a vítima foi morta enquanto uma imagem mental vem me deixando com ainda mais certeza de que o assassino teve uma ajudante mulher, explicaria o fato de ter sido enforcado e levado cinco facadas, talvez alguém o tivesse enforcado enquanto levava as facadas e ao tentar lutar por sua vida, a vítima acabou arrancando a pulseira e a jogando. Chamo uma mulher e peço um plástico pra colocar a evidência achada.

-Leve isso imediatamente pra análise.-Digo e concordando com a cabeça. Olho novamente os dados da autópsia incluindo a foto do falecido. Motivada, saio da cena do crime e ligo pro número de contato de sua esposa na qual atende no segundo toque.

-Alo?-Uma voz feminina atende.

-Ola, estou falando com a senhora Grace Gonzalez?

-Sim, quem quer saber?

-Sou a Samantha Clark, a detetive que está investigando o caso de seu falecido marido, gostaria de saber se posso ir em sua casa fazer umas perguntas a você e seu filho.

-Oh claro, compreendo, vai demorar muito? Uma filha minha acabou de chegar de viagem e planejamos fazer uma festa de boas vindas.-Diz com um tom de voz nervoso me deixando surpresa, não sabia que ela tinha mais de um filho, pelo menos não constou nos documentos.

-Não irá demorar muito senhora eu prometo.-olho as horas em meu relógio e digo.-Irei aí às quatro, está bom pra senhora?

-Está sim, vou avisar meus meninos pra ficarem em casa. Até breve.

-Ate senhora, tchau.-Digo e desligo. Pra alguém que perdeu um familiar querido a muito pouco tempo uma festa pra comemorar a volta da filha é meio inusitado. Estranho, aí tem. Respirando fundo saio da cena do crime e sigo pro centro da cidade onde acho um táxi e sigo pra casa enquanto várias suposições.
Mostro meu distintivo pros seguranças que liberam minha passagem, caminho até a cada enorme cor creme cercada por grandes arbustos. Ao bater na porta, espero um tempo até que vejo uma loira abrir a porta, grandes olhos azuis me olham de cima abaixo com desdém cercado por um leve tom de desejo.

-A senhora Grace Gonzalez está?-Pergunto séria a vendo arquear a sombrancelha.

-Sim, você é a detetive presumo né?

-Sim.-Digo pegando meu distintivo e a mostrando.

-Hm, entra aí.-Diz saindo da porta e caminhando pela sala, ela usa um vestido florido, saltos bege e seus cabelos longos e loiros caem em cascatas por suas costas lhe dando um visual inocente, o que se destaca ainda mais com seu perfume doce, enjoativo. Ao fechar a porta, a sigo até uma sala luxuosa onde a senhora Gonzalez me espera tomando chá, ela sorri levemente enquanto me pede gentilmente pra me sentar. A loirinha com perfume enjoativo se senta ao meu lado me encarando levemente curiosa.

-Bom podemos começar?-Pergunto pegando meu gravador.-Onde está seu filho?

-Ele não pôde vir, teve que ficar pra se arrumar pra uma festa com alguns amigos empresários, agora que ele assumiu o controle dos negócios nas empresas ele precisa se enturmar e tudo mais.-Diz sorrindo levemente.

-Hm que interessante, em qual festa ele estará essa noite?

-Ah querida não precisa se preocupar com isso, mesmo se eu te dissesse você nunca poderia participar dela já que é somente pra pessoas com classe e requinte.-Que velha vagabunda!

-Mamãe não seja mal educada, ele vai em uma onde todos os empresários vão, vai ser na casa do anfitrião Victor Oliver.-Diz a loirinha com desdém, tão vadia quanto a mãe.

-Interessante. Mas enfim podemos começar então?-Pergunto olhando as duas vadias. Passasse um bom tempo até finalmente terminar com tudo, em todo o momento não deixando observar as diversas expressões que presenciei de ambas, a loirinha que se chama Heather chegou a pouco mais de três semanas a Los Angeles, ambas estão escondendo algo, assim como a loirinha está escondendo, ou pelo menos tentando esconder o seu subito interesse em meu decote.-Bom, por hoje é só, qualquer atualização sobre o caso informo a senhora.-Digo me levantando. O telefone da senhora toca e sorrindo diz a sua filha.

-Querida, pode acompanhar a senhorita até a porta? Obrigadinha.-Diz sorrindo enquanto atende ao telefone.

-Vem detetive.-Diz arrogante me acompanhando até a sala porém sou surpreendida por sua mão em meu pulso que me puxa rapidamente pra um escritório e me tranca consigo.-Ok detetive eu sei que você não é burra, anda, me beija.-Diz me fazendo arquear a sombrancelha divertida.

-E por que acha que eu iria querer te beijar?-Digo divertida a vendo ficar levemente vermelha.

-Porque eu sou linda e a gente tá interessada uma na outra ué.-Diz me fazendo rir.

-Eu não vou ficar com você loirinha. Agora da pra abrir a porta?-Digo a vendo ficar surpresa por minha rejeição.

-Por que?!-Diz me fazendo revirar os olhos.-Eu quero ficar com você e você quer ficar comigo e, eu não entendo!

-Fica sem entender, abre a porta.-Digo entediada.

-Por que!?-Me encostando na parede a respondo.

-Você não superaria minha pegada.

-Escuta aqui, quem voc- Não a deixo terminar pois a pego pelo pescoço e jogo na parede tomando sua boca com força. O suspiro surpreso é substituído por um gemido e sem que ela perceba, pego a chave de sua mão e a deixo la, em pé recuperando a respiração enquanto abro a porta, dou uma rápida olhada vendo seu olhar desejoso e surpreso.

-Ate mais loirinha.-Digo saindo da mansão, pegando meu telefone, disco o número de Christopher que no primeiro toque atende.

-Eai detetive, saudades?-Revirando os olhos, vou direto ao assunto.

-Tem alguma ideia de como conseguir entradas pra festa do empresário Victor Oliver?

-Talvez...-Diz divertido.-Te mando o endereço por email.

-Obrigada.-Digo e desligo.

O mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora