Capítulo 63

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Fungo enxugando o restante de lágrimas, bebo um gole de água e finalmente tomo coragem pra pegar novamente o cartãozinho e digitar o número, e ao discar, não demora muito pra atender.

-Oi doutora tudo bem? Liguei pra avisar que hoje ainda estou voltando pra casa, queria saber quando poderia marcar uma consulta.-Digo fungando.

-Oi senhorita Clark, pode ser na semana que vem, às oito da manhã?.-Diz gentil.

-Ok, perfeito.-Digo em um tom tranquilo.-Bom então até segunda doutora, tenha uma boa tarde.

-Você também querida, se cuida. Tchau.-Diz desligando em seguida. Permaneço sentada na cama enquanto me encontro entristecida por termos acabado algo que nem começamos direito. Droga, já tô com saudades do que a gente ainda não viveu. Penso comigo mesma enquanto bufo. Ok que eu fui uma babaca com ele mas ele também foi comigo, idiota.

-Ain eu só quero saber do meu filho agora, santo do pau oco.-Digo cruzando os braços irritada.-Filho da puta, deveria ter cortado aquela língua ao invés de ter dado um tiro no braço dele. Seu papai não iria mais poder falar.-Digo olhando minha barriga.-Eu só queria uma vodka.-Digo me deitando derrotada.

-Meu deus por que tanta lamentação?-Entra Nikolai e Leon dentro do quarto.

-Ele não quer nada comigo.-Digo com a cara enfiada no travesseiro.-E sete meses velho, sete meses sem poder beber nem uma cachaça.-Reclamo novamente com lágrimas nos olhos fazendo ambos segurarem a risada.-Ja  agradeceram hoje por serem homens? Nunca vão ficar grávidos!

-Meu Deus Sam deixa de ser dramática, sete meses passam rapidinho.-Diz Nikolai revirando os olhos.-Alem do mais, você vai estar muito preocupada com essa barriga e coisas de neném pra se preocupar com a bebida.

-E como assim ele não te quer mais?-Pergunta Leon.

-Sim é exatamente isso que você ouviu, ele não me quer mais, acabou o que nem tinha começado direito.-Digo me virando e olhando pro teto.-Eu tô na merda.

-Sinto muito, tudo bem que você é um porre, as vezes dá muita vontade de simplesmente matar ou cortar a língua, ou em alguns momentos afogar numa banheira, mas você ainda assim é maravilhosa, ele que saiu perdendo.-Diz Leon fazendo Nikolai rir.

-É assim que você costuma consolar alguém?

-Isso deveria ser um consolo?-Pergunto vendo Leon dar de ombros.-O que eu vou fazer agora? Pensei em insistir mas ele já deixou claro que são de 0% as chances de voltarmos.

-Ta me achando com cara de guru do amor ou algo do tipo? Eu é quem vou saber.-Diz Nikolai dando de ombros.

-Seu grosso! Quando gostar de alguma mulher eu vou dizer a mesma coisa.-Digo o fazendo revirar seus belos olhos azuis.

-Isso não vai acontecer, sou muito bruto e impaciente pra qualquer mulher, além do mais, é mais provável o Leon se apaixonar por alguém do que eu. Eu garanto querida, eu nunca vou me apaixonar.-Diz me encarando.

-Leon anota de lápis que eu vou fazer o mesmo, quando chegar a vez dele vamos ter nossa vingança.

-Esse dia não chegar querida, eu não sou um homem de relacionamentos.-Diz cruzando os braços.

-Muito menos eu.-Diz Leon cruzando os braços também.

-Senhor Deus, eu nunca te pedi nada, mas agora te peço, peço que o tombo desses dois seja enorme e que virem cadelinhas de um rabo de saia, amém.-Faço uma pequena prece e depois os encaro.-Acreditem, um dia isso vai acontecer com vocês dois e euzinha vou estar presente pra ver o maravilhoso tombo.

O mafiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora