Me rendo ao seu amor

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Aviso inicial: Essa história foi escrita em 2010 e publicada em outro site. Por isso ela pode não refletir muito da minha escrita atual. Eu revisei o texto para publicar aqui, mas não mudei muita coisa, porque gosto de ver como fui crescendo ao longo dos anos. São apenas 8 capítulo.

***

Me rendo a você

Me rendo ao seu amor...

Me rendo ao seu poder...

Me rendo ao meu desejo...

Me rendo a você!

Ele acordou num sobressalto, sentando-se no futon. Apertou o lençol fino com os dedos trêmulos. A respiração era ofegante e o coração estava disparado. Pôs a mão no peito e tratou de se tranquilizar, respirando mais calmo. Fechou os olhos, quando uma mecha de cabelo escorreu para seu rosto. Já estava calmo, mas seu coração ainda batia rapidamente.

Fora um sonho.

Aquele sonho perturbador que tirava o seu sossego na hora de dormir.

Ele olhou para o lado do futon, uma bandeja com chá. Tocou na xícara, e a bebida já estava fria.

Byakuya se levantou lentamente, vestindo um roupão de algodão, presente de Rukia após uma estadia em Karakura. Até que gostou daquele traje. Era confortável e podia usá-lo para caminhar pelo quarto à noite, sem ter que vestir algo mais elaborado.

Ele não costumava dormir muito, sempre passava a maior parte do dia e da noite acordado, pensando. Refletindo sobre passado e futuro. Pois o presente estava um tanto quanto confuso ultimamente.

O sonho que tanto o perturbava já estava se repetindo todas as noites quando tentava dormir. Mas, também, o seguia sempre que fechava os olhos. Sempre que se sentava para ler algum rolo de pergaminho, sempre que caminhava em seu jardim. Sempre que ele estava na sua frente.

O capitão mordeu o lábio inferior, balançando a cabeça para que aquelas imagens sumissem.

A manhã chegou.

Para Byakuya fora como ver o ano passar.

Ele tomou um banho na tina d'água, esfregando a pele branca devagar para não deixar marcas vermelhas. O cabelo estava bem preso com um grampo no alto da cabeça. Não queria molhá-lo naquele dia.

Saiu da pequena bacia, pegando a toalha pendurada num cabideiro ao lado. Enxugou-se no mesmo ritmo lento que estava naquela manhã. Um pouco sonolento, um pouco cansado.

Prendeu a toalha na cintura e olhou-se no espelho. Dessa vez não precisou fechar os olhos para ver as cenas daquele sonho perturbador. Era agora um pesadelo o seguindo.

Ele passou a mão no espelho, tirando o vapor. Seus olhos estavam um tanto marcados pelas olheiras. Esfregou as mãos no rosto e voltou a encarar o espelho.

— O que está acontecendo comigo? — Ele soltou os cabelos, deixando a franja cair em seus olhos. Pegou a presilha e prendeu os cabelos no típico penteado altivo. — O que está acontecendo comigo? — A imagem das tatuagens invadia a sua mente. Fazia-o ruborizar de tal forma que sentia vergonha de si mesmo ao olhar-se no espelho. Apoiou as mãos na bancada em frente ao seu corpo. E estremeceu. — O que... — O corpo suado que lhe fazia despertar à noite. — Está acontecendo... — Os gemidos que ouvia no silêncio. — ... comigo.

Seu corpo escorregou até o chão, estava sentindo até mesmo o cheiro dele, ouvindo a voz, vendo os fios vermelhos.

E lá vinha a imagem do sonho, os cabelos molhados, suados pelo momento

Me Rendo a vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora