10. A Temporada das Fadas

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Alex

— E após extrair a raiz quadrada do número vocês devem aplicar-lo na formulação para encontrar o resultado do problema — explicava o professor Lionel enquanto escrevia números no quadro à uma velocidade surpreendente. Os alunos o olhavam com uma expressão desoladora, certamente não estavam entendendo nada.

Alex apenas anotou todas as instruções dadas pelo professor e prosseguiu com o raciocínio da questão. Sempre fora bom em matemática e coisas que envolvem números e raciocínio lógico, não conseguia explicar o porquê. Por isso sempre revirava os olhos cada vez que alguém reclamava da disciplina. Matemática não era para todos.

Ao seu lado, Harvey bocejava enquanto riscava em uma folha de seu caderno linhas aleatórias.

Pelo ao menos dessa vez ele está de bico fechado, pensou. Se ouvisse mais uma vez ele indagar pela milésima vez o porquê de terem que estudar cálculos matemáticos em uma escola de magia temeu que enlouqueceria.

Ainda se lembra da primeira vez que ele indagara o professor a mesma pergunta.

"Matemática é inútil para magos" disse ele.

"Meu caro jovem, saber realizar as fórmulas matemáticas e cálculos é essencial para qualquer mago que se preze. Imagina o que seriam daqueles que não souberem calcular seus limites energéticos e o quanto de magia podem utilizar sem esgotar a energia em seu corpo rapidamente, ou calcular as melhores estratégias em um combate mágico. Essas são questões básicas para qualquer um que deseja se tornar uma mago, e você só entende elas conhecendo os cálculos matemáticos mágicos" respondeu o professor deixando o garoto sem resposta.

Depois dessa resposta Harvey nunca mais questionou o professor.

Os sinos tocaram. Os alunos se apressaram para sair da sala o quanto antes.

— Finalmente — sussurrou Harvey ao seu lado. Então pegou sua bolsa e saiu apressando o passo.

Alex nota a saída repentina do garoto e o chama.

— Harvey, você não vai me esperar não? Olha que da próxima vez eu não dou cola sobre os deveres de casa — disse Alex.

— Foi mal, preciso resolver uma coisa — disse após parar no meio do caminho e o fitar. — Além disso você é a última pessoa que pode me cobrar isso, ou se esqueceu do que aconteceu depois da aula de medicina mágica?

— Como você é rancoroso — disse por fim. — Isso foi há um mês atrás.

Até que o argumento dele fazia sentido, não deveriam ter deixado ele para trás, não importa que motivo fosse. Não teria como rebater isto.

— Tudo bem, mas guarda um lugar no refeitório se você chegar antes de mim.

— Okay — disse Harvey. Então saiu em disparada.

Pegou sua bolsa e jogou dentro todos os livros e o caderno, sem se importar com a bagunça que imperava dentro. Rumou para porta e saiu.

Abriu espaço por entre a multidão de alunos. Todo dia era a mesma confusão depois das aulas em Aramonth. Temeu que uma hora ou outra a instituição precisaria de uma guarda de segurança e semáforos, do contrário muitas pessoas seriam atropeladas pela multidão de pés andantes reunidos no mesmo lugar. Abriu espaço pela multidão então prosseguiu seu caminho.

Dobrou em um corredor um pouco mais vazio, algumas pessoas batiam papo enquanto caminhavam e o tumulto não era tão grande quanto o do corredor principal.

Continuou caminhando quando sentiu uma mão o tocar nas costas e um braço se posicionar por entre seus ombros. Agora, ao seu lado, estavam uma garoto e uma garota que não conhecera.

Corações Mágicos - Escola de Magia Aramonth (Vol. 1) CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora