3. Auroros

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Alex

— Vai mais devagar, não vou conseguir acompanhar — gritou Alex, enquanto corria logo atrás de Harvey.

A passagem estava tumultuada e o barulho de portas fechando-se preenchia o grande pavilhão. Uma guerra para conseguir os melhores quartos ocorria.

Eles pararam em um quarto ocupado por dois meninos.

A porta, com o número 07 cravado em um detalhe de prata, estava aberta. Olharam para dentro. O menino maior era rechonchudo e sua camisa estava cheia de uma meleca verde, o outro tinha cabelos lambidos com bochechas vermelhas e segurava um sapo.

— Poncho já disse pra você não cuspir em desconhecidos, isso é falta de educação! — disse o garoto menor.

— Argh, que nojo. — O maior se limpava da meleca. — Agora vou ter que tirar essa camisa.

Os olhos dos dois foram direcionados para Alex e Harvey na entrada da porta.

— Parece um bom quarto, vamos ficar aqui — disse Harvey, entrando no quarto.

Alex o seguiu.

O garoto maior foi ao banheiro limpar a camisa da meleca enquanto escolheram as suas camas. Alex escolheu a de cima e Harvey ficou com a de baixo do beliche do lado direito. Em seguida foram conversar com seus novos colegas de quarto.

— Meu nome é Tony — disse o menor enquanto erguia o sapo. — Esse é o Poncho.

O sapo era de um tamanho incrivelmente grande.

— Me chamo Harvey. Nossa, esse sapo é grande pra cacete. — Harvey acariciou a cabeça do sapo. — É alguma espécie de sapo mágico?

—  Não, é só um sapo normal —  respondeu ele. — Meus pais me deram no meu aniversário de 14 anos e desde então ele faz parte da família Quentin.

Alex pensou que era bem estranho a ideia de ganhar um sapo de presente de aniversário. Já havia ganhado bicicletas, computadores, video-games...  Mas ganhar um animal era bem fora de sua realidade.

— Eu me chamo Alex — apresentou-se.

Tentava manter distância. Nunca tinha gostado de sapos, principalmente dos gigantes.

O garoto maior saiu do banheiro. Havia tirado a camisa.

— Droga de sapo — resmungou. Sua grande barriga estava exposta com as banhas saltando com o seu movimento.

— Esse é o Jorge — apresentou Tony sorridente. — Como vocês podem perceber ele não é uma das pessoas mais bem-humoradas do mundo.

— Quero ver você ficar de bom humor cheio de vômito de sapo — respondeu Jorge em tom irônico.

— Poncho só vomita em pessoas que ele gosta, então você deveria se sentir honrado croac.

— É mole...

Os dois continuaram a discutir enquanto Harvey e Alex acessavam o sistema de Aramonth pelo celular e confirmavam o número do quarto.

Alex dirigiu-se a janela para admirar a vista. O rio prometheus cruzava as redondezas e, além, imensas planícies verdes e florestas. Mais além ainda o grande mar de águas do oceano pacífico.

Era uma vista linda. Sua beleza era ampliada pelo por do sol.

A ilha dos três magos.

Era incrível como um lugar como aquele era praticamente invisível no mundo. Uma grande ilha, longe da civilização e industrialização das grandes cidades, onde a magia fluía livremente e criaturas mágicas existiam. Sentia como se estivesse entrado em outro mundo.

Corações Mágicos - Escola de Magia Aramonth (Vol. 1) CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora