7. Movus

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Harvey

Na segunda-feira, depois da aula de história da magia, Harvey e Tony haviam sido chamados para a sala da diretora Glinda Aramonth, sendo guiados até o local por Mafalda.

A sala era localizada na torre mais alta do castelo. Dentro da sala, haviam quadros pendurados na parede de rostos conhecidos de cabelos dourados. Eram todos os diretores que a escola possuíra, desde Theodorus Aramonth, até Stephanie Aramonth, antecessora a Glinda.

A escola havia sido fundada por Theodorus, com o objetivo de treinar jovens aprendizes que um dia viriam a se tornar uma das primeiras gerações de magos formados exclusivamente em escolas. A partir de Aramonth, surgiram inúmeras outras escolas de magia ao redor de todo o globo.

Na mesa com vista para as janelas, sentada em sua poltrona como um juiz prestes e decidir um caso de extrema complexidade, estava Glinda. Sua face com expressão terna havia sido substituída por linhas faciais duras que os encarava com certa frieza. Mafalda bate a porta atrás deles e os conduz para ela.

— Aqui estão os infratores — A voz de Mafalda era ríspida e séria.

— Acho que vocês sabem muito bem o motivo de estarem aqui — disse Glinda. Ela os fitava com seus olhos negros particularmente, passando de um para outro. — O que vocês fizeram foi muito grave. Poderia acarretar consequências que prejudicariam a escola inteira, vocês entendem a gravidade da situação?

Os dois acenam com a cabeça.

— Pois bem. Agora quero ter uma conversa em particular com os dois, Mafalda poderia fazer o favor de sair por alguns minutos?  — O olhar de Glinda se dirige a supervisora logo atrás deles.

— Mas senhorita, não existe nada com o qual eu não possa ficar a par… — protesta Mafalda.

— Agora, Mafalda — O tom de voz de Glinda ganha seriedade, assustando os dois com o que poderia vir a ser a expulsão.

Mafalda protesta antes de ir e sai com uma cara carrancuda. Após a saída da mulher, a expressão dura de Glinda se desfaz e dá lugar a usual face terna. Aquela mesma expressão que deixava a impressão de conforto e amizade imediata.

— Vocês me deixaram em uma enrascada. — Glinda pega um pincel e começa a escrever em um caderno sobre a mesa.

Os dois garotos estão atordoados pela súbita mudança de humor da mulher e não parecem ter coragem para a dirigir sequer uma palavra.

— Ah, ainda estão assustados com minha expressão de anteriormente — disse ela sorrindo para eles. — Só fiz isso para que Mafalda não ficasse no meu pé. Todo ano letivo é a mesma coisa. Alunos criando confusão e se metendo em encrenca, mas sabe de uma coisa?

Fecha o livro e o guarda.

— Eu sou diferente. Quero deixar uma marca nessa escola como a diretora que iniciou a mudança didática em Aramonth — explicou ela. — Chega de caretice e burocracia. O importante é viver e possuir experiências, não se preocupar com detalhes chatos e inúteis para vida na sociedade magi.

— Obrigado — agradeceu Harvey.

— No entanto, não é porque sou liberal que quer dizer que vou encobrir as ações de vocês. — O olhar duro retorna a face da mulher, como se os repreendesse por algo que ainda poderiam vir a fazer. — A próxima vez que cometerem algum ato que vá contra as regras regidas na escola sofreram severa punição. Claro que não irei os expulsar, isso vai contra minha filosofia, entretanto vou garantir a vocês que irão se arrepender de qualquer transgressão cometida.

Corações Mágicos - Escola de Magia Aramonth (Vol. 1) CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora