15. Bolos voadores

118 2 0
                                    

Lica

O professor Pasqualli retirou seus óculos retangulares e os limpou no tecido de sua camisa. Voltou a os colocar então indagou os alunos:

— Em que parte eu parei mesmo? — perguntou ele para os alunos.

Alguns mexiam em seus cabelos entediados, outros desenhavam em seus cadernos e uma menina loira não fazia o menor esforço para esconder que estava lixando as unhas.

O silêncio permaneceu. Lica resolveu tomar a iniciativa.

— Professor o senhor estava falando sobre as figuras históricas magi — respondeu para ele.

— Oh sim, certo.

Pegou seu pincel então escreveu no quadro alguns nomes.

Leonardo da Vinci
Hans Christian Andersen
Thomas Edison

— Alguém pode me dizer o que esses três tem em comum? — indagou o professor para a sala.

— Os três eram artistas!? — respondeu uma voz sem certeza.

O professor olhou para a dona da voz.

— Creio que não possamos chamar Thomas Edison de artista Felli, porém você não está errada — respondeu ele. — A maioria dos magos é de uma forma ou outra um artista, porém essa não é a resposta.

Ele olhou para Lica. Todas as aulas dava a chance para os outros colegas responderem para não o acusarem de favoritismo. No entanto, recorria a ela quando não conseguia uma resposta que o satisfazesse.

— Lica, você poderia nos ajudar com a questão?

— Claro professor. A semelhança entre os três é que todos eram magis — respondeu.

— Correto.

Andava pela sala quando voltou para frente.

— Da Vinci, Hans e Edison, todos eles possuíam linhagem magi — respondeu o professor. — No entanto, como a maioria das figuras históricas que eram magis, tiveram que esconder sua magia para evitar a perseguição e a morte. Conseguiram fazer com tanto êxito que apenas a comunidade maga possuía, e ainda possui, o conhecimento de que esses três, assim como muitos outros ao decorrer da história, eram magos.

O professor então pegou um controle que pousava em cima de sua mesa e apertou um botão. Um projetor desceu do teto e começara a emitir imagens no quadro branco. A imagem se estabeleceu. Era a pintura de Mona Lisa.

— Alguém sabe me dizer qual o nome desse clássico quadro renascentista? — indagou ele.

— Mona Lisa — todos responderam ao mesmo tempo.

— Correto. Da Vinci era, entre várias coisas, um talentoso pintor. Porém, esse quadro tem uma história especial por trás de sua criação.

Ele pegou um copo de água e bebeu.

— Esse quadro na verdade não fora inspirado em nenhuma mulher existente, mas sim em Leonardo em sua versão transfigurada, obtida com a ajuda de uma poção de transfiguração. Por isso aqueles que acreditam na teoria de que a mulher pintada no quadro se tratava do próprio não estavam inteiramente errados.

Corações Mágicos - Escola de Magia Aramonth (Vol. 1) CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora