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N/A: Oi oi minhas anchovas lindas! Como vocês estão?

Bem, aqui está Vortice. Eu tive a ideia para essa história mais ou menos entre a sexta e a sétima vez que eu assisti esse filme, que aliás foi num dia em que eu estava triste (o que foi uma péssima combinação por motivos de vocês saberão em breve)

Nela, eu vou explorar a minha ideia ao mesmo tempo de um headcannon que tive, que são respectivamente: o que aconteceria com Luca se ele realmente houvesse ido morar com tio Ugo no Abismo? E se os monstros marinhos conseguem mudar sua anatomia e biologia para poder sobreviver entre as mais diversas condições de vida, como quando saem da água e viram "humanos"?

Maiores explicações eu vou dar só mais adiante. E as atualizações não serão todos os dias como foi Sob as Anchovas e está sendo Mil Memórias, mas sim toda sexta, porque essa é uma escrita pesada para mim e eu preciso tomar cuidado com as palavras e comigo mesma.

Ah, aliás, podem conter gatilhos aqui, ok? Então quem for muito sensível leia com cuidado ou não leia. Se cuidem, viu?

Boa leitura

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Vórtice.

Um intenso movimento giratório de poder destrutivo. Também conhecido como sorvedouro, redemoinho, turbilhão. Um vórtice é uma consequência, ele é o pior cenário resultado de vários outros fatores que colidem em um ponto central e então giram em torno de si mesmos, em um movimento que irá levar tudo para as profundezas. Sempre para baixo.

E é incrivelmente difícil de se escapar de um deles, tendo em vista que sua força destruidora é grande e poderosa demais para ser suportada.

Vórtices acontecem o tempo inteiro na natureza, porque suas forças frequentemente são subestimadas e ela precisa saber como revidar. Então tudo o que é vivo não costuma se aproximar de um vórtice quando ele se forma e, quando já estão perto, correm por suas vidas porque sabem que ela está em perigo. Nada escapa. Nunca.

Mas, então, o que fazer quando o vórtice se forma dentro de uma alma?

Luca havia crescido longe do perigo. Desde muito novo, ouvira de seu pai e de sua mãe sobre seu povo, suas origens e sobre os monstros terrestres que os caçavam até a morte. Ele havia sido ensinado desde cedo a temê-los, a se esconder e a sobreviver e nunca, jamais, subir até a superfície.

Porque ele sabia o quanto sua vizinha sofria depois que o companheiro fora capturado e morto, sabia o quanto seu outro vizinho tinha dificuldades em se adaptar com a falta da perna direita e um pedaço da cauda, perdidos para uma armadilha humana, mesmo que já houvessem se passado muitos anos desde o acidente. Ele sabia quantos amigos seus pais já haviam perdido ao longo dos anos e o quanto sofriam com a falta deles.

Luca não queria nada daquilo. Nem para si, nem para sua família. Ele queria permanecer em segurança e manter todos os outros em segurança e aquele era o único motivo de seguir à risca todas as ordens e proibições de sua mãe. Os humanos eram cruéis e terríveis, eram criaturas brutas e violentas que não tinham amor pelo Oceano e nem pelas vidas que moravam nele.

Até este ponto, Luca não tinha problemas. Ele sabia sobre os perigos e sobre as regras, sobre o que fazer e o que não fazer e era obediente. Ele sempre havia sido um bom menino.

Mas havia aquela parte dele que, mesmo com toda a consciência do perigo e tudo o que o aguardava se subisse até a superfície, Luca ainda queria ir até lá. Ele queria sair da água e caminhar pela terra, conhecer o mundo dos humanos e saber de onde vinham os barcos que cortavam as marés, barulhentos e grandes. Queria conhecer a vida das pessoas e saber suas histórias, toda a sua beleza e plenitude.

VorticeOnde histórias criam vida. Descubra agora