Kimetsu No Yaiba: Flor de Inverno

Meu amigo

Passaram-se sete dias desde o começo da seleção final.

Teriam que esperar até amanhã para que Makoto chegasse lá, Yuri preparou os medicamentos e faixas para ele em seu quarto; Kana ficava o dia todo na janela da frente o esperando; e Deijī ficava com sua mãe no dojo fazendo ajudando a limpar. O final do sétimo dia veio, e todas ficaram ansiosas, pois faltava pouco para sua volta. Dormiram com o sono leve aquela noite e na manhã seguinte foi o mesmo roteiro. O coração estava a mil o esperando.

Horas se passaram e nada dele aparecer. Yuri começou a ficar inquieta querendo sair. A cada minuto que se passava, ficava difícil de respirar.

A noite caiu, e Kana já tinha comido suas unhas das mãos. Shimo que estava em seu dojo  fechou os olhos em luto, o rapaz não iria mais voltar.

 Ela se levantou com calma, indo as filhas que estavam o esperando, quando as viu, a mais nova estava sentada balançando as pernas ansiosa, e a mais velha roendo as unhas um pouco perto da entrada, quando se viraram vendo o rosto de sua mãe com lágrimas. Um silêncio permaneceu no local, quando a mãe fechou os olhos com força e virou o rosto escondendo suas lágrimas, foi aí que a ficha caiu para ambas, as pernas Yuri pararam de se mexer, ela não queria acreditar naquilo.

— Makoto...meu Makoto-kun… — sussurrou colocando as mãos na boca, lembrando de seu rosto sorridente quando foi embora — meu amigo... 

"Quando eu voltar, vamos no restaurante do lado?"

Lembrou do que ele disse, e começou a hiperventilar naquele momento. Ela pôs a mão em seu peito apertando o yukata. Um choro alto veio, era doloroso, era de rasgar a alma de quem ouvisse. A menina escondeu seu rosto para abafar a voz, aquela dor era muito forte.

"Te juro, vou pedir aquela tigela que você tanto gosta, eu já vou indo, até breve"

Ela lembrava de seus últimos momentos com ele.

 Ele não voltaria mais.

 Só de pensar nisso doía muito, depois que Shun morreu, ele passou a fazer mais companhia a ela e suas irmãs, se tornando quase da família. Sua visão ficou embaçada logo achou que perderia sua consciência, mas sua mãe a segurou com força a deixando recostada na parede.

Kana por sua vez não chorou. A queda foi tão grande, que ela mal conseguiu raciocinar a informação, todos esses anos reprimindo o que sentia pelo rapaz, a notícia de perdê-lo a fez ficar vazia. 

Ela olhou suas mãos trêmulas em choque, e as colocou em seus olhos tentando secar as lágrimas, tentava enxergar pelas lágrimas a saída da pequena cidade, esperando que fosse mentira, seu desespero foi tão grande, que ela correu para fora de casa.

— Kana, volte! — Shimo gritou a chamando — Já está de noite! — disse vendo a filha ignorar seu chamado, ela então correu para o dojo e pegou sua katana.

—  Eu não me importo! — continuou a correr até a saída da cidade — Ele não pode ter morrido! Não pode!— entrou na floresta, queria ir até onde ele tinha feito a seleção final — MAKOTO-SAN...por favor… — ela caiu de joelhos fechando os punhos arrancando um pouco da grama — por favor... você não pode estar morto…

“Está preocupada comigo?”

Lembrou da conversa que tiveram naquele inverno, que sentaram e conversaram perto do lago. Seu rosto esquentou ao lembrar desse momento.

— Sim seu idiota, eu estava preocupada...estou preocupada eu estou...eu estou… — ela não conseguiu terminar de completar a frase, ela se engasgou com seu choro — eu nunca mais vou te ver…