Não repita, aprenda

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Alguns dias se passaram desde a volta de Makoto e a morte de Shun, o garoto voltou a treinar com sua mestra, e na calada da noite, treinava Yuri às escondidas, mas o clima tinha ficado pesado.

Deijī passou dias em seu quarto não querendo comer nada, e deixou de trabalhar na casa de chá, ficava abraçada ao haori que Shun tinha deixado antes de sair. Todos os dias, as irmãs e a mãe a visitavam para ver como ela estava e fazer uma companhia e tentar convencê-la a comer.

"Não quero comer nada'' Falava sempre.

Shimo estava preocupada, pois uma menina na idade dela não podia ficar assim.

Na manhã seguinte, Shimo chamou um médico, e avisou o que tinha ocorrido. Ao entrar, o senhor viu a menina de cabelos castanhos com um olhar vazio e triste, passou uns medicamentos para ela para não ficar desnutrida. Ao voltar, ele conversou com a mulher que demonstra extrema preocupação.

- Eu não posso fazer muita coisa por ela, ela tem que superar isso... - o homem enxugou a testa com um lenço - ele era noivo dela?

- Não, era meu pupilo. Eu não sabia que ela sentia algo por ele - a mulher colocou a mão no peito, era o que ela menos queria, não queria que suas filhas se casassem com caçadores, pois poderiam morrer a qualquer momento. Mas esqueceu que elas poderiam se apaixonar por eles. - se eu soubesse disso... talvez... talvez eu tivesse pedido para ele desistir do treino...

- Não se culpe, nunca vamos saber o que se passa no coração das jovens meninas - ele se curvou indo embora.

A mulher suspirou e foi até o quarto, vendo suas filhas penteando os cabelos de Deijī, ela chamou a mais velha e a mais nova para conversar. Levou ao jardim e se sentou com as duas que estavam em dúvidas do porque a mulher levou elas lá.

- Eu quero saber, uma de vocês gostam do Makoto-Kun? - Ela perguntou às olhando nos olhos.

- Sim, ele é nosso amigo - Yuri respondeu - eu me preocupo demais com ele.

- Digo o mesmo. Eu sigo suas ordens, e evito contato com Makoto-san - ela disse desviando o olhar para baixo - afinal, a senhora mesmo nos disse que não podemos sentir isso por caçadores.

- Vocês gostam dele como algo fraternal? - ela viu ambas fazerem "sim" com a cabeça, respirando aliviada - bom...podem ir se divertirem, eu vou ficar com sua irmã.

Ambas se retiraram, Yuri pegou o kimono de treino que deixou entre os bambus e o vestiu. Ela correu até o ponto próximo de sua casa, onde tinha um campo próximo, viu Makoto a esperando sentado no chão.

- Makoto-kun, desculpe pela demora - ela se curvou o olhando - estava com Deijī.

- Sem problemas. Ela está se sentindo melhor? - ele perguntou se levantando

- Não...mais um dia sem comer - disse cabisbaixa, pegando a espada de madeira - mamãe perguntou algo estranho para minha e para Kana-Nee - começou a treinar a postura com o rapaz.

- É uma pena que ela esteja assim - fez sua posição de concentração - que tipo de pergunta?

- Se a gente gostava de você - ela falou normalmente, mas o rapaz deu um grito interno.

- E o que vocês responderam? - continuou os movimentos da espada.

- Que sim, você é nosso amigo - fez o movimento de cortar - eu me preocupo demais com você, e minha irmã também.

- Oh, sim, ficou feliz em ouvir isso - Ele acabou falando um pouco triste, mas ficou contente com as palavras seguintes - você está errando a postura.

Kimetsu No Yaiba: Flor de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora