Seleção final

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A menina ficou por lá chorando e lembrando dos momentos que passou com eles, seus pulmões e garganta doíam já, quando atrás dela, veio barulho de passos, a jovem de cabelos azuis se virou vendo Kana, que levava uma tigela de soba, e na outra mão, uma sombrinha para a proteger da neve que caia. Yuri estava tão perdida nos pensamentos, que nem notou a neve caindo.

— Você vai pegar um resfriado, o que está fazendo aqui? — ela falou andando até a irmã para compartilhar a proteção.

— Kana-Nee, você sabe que eu não fico doente por pegar frente fria — sorriu secando as lágrimas — eu vim fazer uma visita a eles.

— As vezes esqueço que você aguenta temperaturas baixas. Toma — entregou a sombrinha a ela se agachando para servir as duas tigelas que estavam vazias. — aproveitem a comida — sussurrou juntando as mãos.

— Você vai deixá-los gordinhos do outro lado — Yuri brincou para aliviar o clima.

— Gordinhos e felizes — devolveu a brincadeira — Yuri... promete que não vai me odiar ou melhor odiar eu e a Deijī? — Kana disse voltando a ter um semblante sério.

— Por que eu odiaria vocês? Tudo bem que a Deijī-Nee é implicante, mas não poderia odiar — ela disse curvando uma de suas sobrancelhas em dúvida.

— Estamos pensando...em noivar — falou um pouco nervosa — seguir em frente. Por mais que eu ame o Makoto e ela amasse o Shun, precisamos fazer nossas vidas andarem novamente, entende?

Um silêncio veio de ambas, logo uma resposta veio junto com um sorriso.

— Eu entendo, era o que mais queria para vocês — desenhou na neve — ter o coração partido pela perda de quem você ama. Eu queria ser forte assim que nem vocês — a olhou nos olhos aumentando o tom de voz — e eu quero que vocês me dêem muitos sobrinhos ou sobrinhas, vão ser lindos! Cinco de cada uma!

— Oh, meu...você está se empolgando demais — ela colocou a mão na sua boca. — e você? Vai aceitar o Kaito?

— Não poderei, eu ficarei andando pelo Japão caçando e matando onis, não terei tempo para um relacionamento — falou um pouco triste.

— Nem com um colega de profissão? — A mais velha inclinou a cabeça.

— Ainda tem chances de morrer em combate. Farei o possível para não me apegar a eles, tanto em amizade, quanto por amor — riu começando a andar com a irmã — meu foco será sempre vocês, proteger e amar vocês, esse é meu único objetivo.

Saiu rindo de lá, um tempo se passou, com a menina vestindo um haneri que ia até metade de suas coxas, colocou meias pretas e calçou os sapatos. Virou para a mãe que aguardava com um pacote nas mãos, quando a menina terminou, Shimo se levantou para arrumar os cabelos da menor.

— Teremos que dar um jeito nesse cabelo — a platinada falou fazendo as quatro tranças nos dois lados da cabeça, uniu colocando eles em um laço lilás, dessa vez, não fez a trança grossa, deixou o cabelo solto. — apesar de amá-lo assim…

— Eu também, mas isso pode me atrasar — mexeu neles — e também, dá muito trabalho às vezes, principalmente no frio.

— Você é bem preguiçosa, não esqueça os enfeites — ela riu entregando o pacote — use isso.

— Ir tão arrumada para um exame? — diz abrindo o pacote, vendo uma linda yukata curta, ela era azul claro com desenhos de lírios e neve, a tomori eram da cor lilás, e seu obi-jime era preto. — é linda, mas não vai atrapalhar? É tão extravagante.

— Só porque você vai matar onis, não quer dizer que tenha que ir mal vestida — apertou suas bochechas — lembra da minha antiga roupa de caçadora? Eu era muito elegante; aliás, a yukata vai nas coxas para melhor movimento e menos barulho de tecido.

Kimetsu No Yaiba: Flor de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora