Conversa de pai e filha

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Os meses se passaram, e ela já tinha ido em várias missões, algumas em grupo, e as vezes em dupla, Yuri acompanhou até o Murata depois das duas primeiras missões, ela o salvou de uma oni gueixa que amava devorar homens, nos seis meses se foram, o seu ranking de caçador também mudou, ela era Tsuchinoe, e com isso, já pegava missões mais difíceis que a feriam mais, mas não ao ponto de ficar inconsciente, com isso, ela intensificou os treinos.

A menina se encontrava em sua residência sentada num banco, estava trajando uma yukata leve por estar bem quente, observava suas irmãs com seus noivos, e como elas estavam felizes ao lado deles, um sorriso tímido saiu de seus lábios, pensava se encontraria um amor assim. Quando se deu conta do que estava pensando, ela balançou a cabeça tentando esquecer aquilo.

— 'o que eu estou pensando, como vou administrar um relacionamento e matar onis?' — pensou se martirizando — 'e mesmo que isso não fosse um problema, eu ainda poderia morrer em combate'.

Ela colocou as mãos nos cabelos ainda se punindo com os pensamentos românticos "como eu ainda posso pensar nisso!". Estava na sua juventude, ela via várias jovens com seus amados, ela suspirava os vendo, se sentindo meio carente.

Levava esse trabalho muito a sério, as palavras que sua mãe lhe disse quando estavam discutindo antes de ser treinada, ainda ecoavam, mesmo após anos "Futuros filhos" você não vai poder ter, imagine, uma caçadora grávida… até você descobrir, o quanto você não se arriscou? E se você morrer em uma missão? Vai deixar suas crianças com quem?!" Mesmo sendo dito num momento de raiva, tinha um fundo de verdade, já que sua mãe perdeu seu filho sem nem saber que estava o esperando. Lembrava da dor de perder seu tão amado amigo, e seu colega, o quanto isso doeu em seu peito, ela não queria fazer outro sentir isso, ela recebia alguns pedidos de noivado, mas acabava recusando todos, pedia desculpas aos rejeitados, se lembrou de quando o seu colega de seleção veio até você.

Era tarde, e ambos voltavam de uma missão feita em Tokyo, perto de um distrito da luz vermelha, onde tinha uma oni vestida de gueixa devorando os homens. Yuri tinha finalizado a mulher dando-lhe um golpe por trás, ao terminar seu serviço, foi ver Murata que estava com uma mordida enorme em seu ombro, a mesma tirou o kit de primeiros socorros de seu obi-jime e socorrendo ele.

— Desculpe, eu fui uma pedra inútil — ele falava com dificuldades — mesmo com você me treinando… eu sou um peso morto.

Ela deu um forte tapa em sua nuca.

— Você foi muito útil, além disso, está vivo até agora, então, você não é um peso morto — terminou de enfaixar — Vou levá-lo à mansão borboleta, Kocho-san vai cuidar melhor de você — o pegou dando-lhe apoio.

— N-Não precisa, eu posso andar

— Eu insisto, como sua superior, eu quero te ajudar — disse confiante o segurando — talvez eu chame uma carruagem para ir mais rápido.

Assim ela fez, alugou a carruagem mais barata e ambos chegaram à sede bem rápido, ela o carregou até a mansão borboleta, onde chamou por Kocho, mas ela estava em missão, então só estava a Aoi, que logo socorreu o rapaz. Nisso a garota foi até Kagaya dar o relatório de sua missão, se curvou mostrando bastante respeito por ele, ao terminar, foi dito que sua posição tinha se elevado, ela o olhou feliz o agradecendo.

— Tsuchinoe… eu sou uma Tsuchinoe! Minha mãe vai ficar tão feliz! — Deu pulinhos animados indo para visitar seu amigo, os caçadores e Kakushis que passavam viram sua empolgação rindo um pouco. — Murata-Kun! Eu fui promovida!

— Sério?! Isso é ótimo! — ele falou dando um sorriso alegre, ele estava na cama descansando com o corpo enfaixado.

— Como você está? Está com fome? — viu a sopa ao lado de sua cama, ela andou e pegou a tigela.

Kimetsu No Yaiba: Flor de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora