03,

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Samantha não teve coragem de voltar para aquela rua depois daquele dia, tantas perguntas se passavam pela sua cabeça e nenhuma tinha uma única resposta. As lives continuaram até sexta, ela não fazia lives durante o fim de semana e nas segundas, usava esse tempo para descansar, de tudo.

Durante três dias, ela se manteve firme o suficiente para ignorar Jane e Nanaki, esperava que os dois fizessem o mesmo depois de um tempo. Mitsuya fazia questão de sair com ela para almoçar, na cabeça de ambos, já deveriam ter feito isso a muito tempo, mesmo que Samantha ainda ache que ele merece amizade melhor.

Na noite de sábado, ela teve um sonho.

Andava sob o meio fio enquanto observava o céu mais do que estrelado. Tinham algumas lanternas japonesas acesas em faixas estendidas de um lado para o outro.

Mesmo que estivesse sozinha, ainda ouvia passos e sons de sinos de lojas. Precisou andar um pouco para perceber que estava na mesma rua que tanto admirou por dois dias.

Sentia a presença de pessoas passando ao seu lado, tinha quase certeza de que via algo dourado no canto dos olhos, mas quando virava, ela continuava sozinha.

Andou alguns metros, e quando percebeu, havia miados e latidos vindo de uma porta. Era o pet shop, claro, mas estava tão diferente que quase não reconhecerá. Resolveu entrar quando a porta se abriu, revelando um local muito maior do que parecia por fora e do que viu quando foi realmente para lá.

— Ei... - sorriu quando viu o gato preto e branco em cima do balcão ao seu lado. Quando tentou passar a mão, ele virou uma fumaça dourada que se espalhou por todo canto. Estava sozinha novamente.

Ao observar mais atentamente, notou que era um salão de dança, não havia nada no centro, mas em todos os cantos estava abarrotado de mesas e cadeiras, além de algumas estantes que pareciam as que ela havia comprado o brinquedo de gato.

Andou lentamente para lá, tentando entender o que fazia ali, e por onde poderia sair, já que a porta atrás de si havia sumido.

Enquanto observava todo o local, de ponta a ponta, não encontrou porta alguma, todas as janelas pareciam dar a lugar nenhum, apenas a imagem do céu estrelado aparecia nelas. Quando menos percebeu, todas as cortinas se fecharam sozinhas, e ela deu um pulo no mesmo lugar.

Um baque atrás de si fez com que seu corpo se arrepiasse, quase sentiu que estava indo embora. Foi ali que percebeu que estava sonhando. Se concentrou o máximo para continuar, mas já estava na hora. Quando se virou, ele estava lá, olhando para ela dando aquele sorriso marcante e estendendo uma mão para que começassem a dançar. Uma música começou e ela estendeu a mão para ele em seguida.

Mas já era tarde de mais.

Samantha se levantou rapidamente com seu despertador vibrando ao seu lado, marcando que já era 8 horas da manhã de domingo. Bastou 5 minutos para que ela se esquecesse do que havia sonhado.

Enquanto estava fazendo seu café da manhã, aproveitou para abrir a cortina, só fazia isso duas vezes ao ano: quando nevava ou quando estava quente de mais e precisava abrir a janela. Mas naquele domingo, ela apenas quis se sentir viva enquanto olhava para o movimento das ruas. Sem que percebesse, um sorrisinho se estendeu por seu rosto durante um bom tempo, até que terminasse de tomar seu chá e se irritasse por ter que lavar a própria louça.

Seu celular vibrou duas vezes em cima da mesa, fazendo com que ela observasse o próprio celular por um tempo antes de pega-lo. No momento em que encostou, alguém estava ligando.

— Zasper?

— Sam! Você não me respondeu no discord, eu queria saber se você pode... Quer jogar aqui comigo, eu e o Rafa, no Gartic com alguns inscritos — de cara ela percebeu que ele estava em live naquele momento

A Rua dos Corações Solitários, Baji KeisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora