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Andando de forma lenta e nervosa, com um gato em seu colo, Samantha estava a caminho de um tal Pet Shop bem conhecido por ela. Era a primeira vez que se vestia com vontade, sem nenhuma preguiça ou sem prestar atenção no que usava. Ela havia se arrumado.

Bufou para espantar o que sentia em seu peito e então olhou para frente, tirando os fones ao chegar naquela rua. Algo ressurgiu em seu corpo, ela estava feliz, quase radiante.

Passou pela porta do mercadinho que havia frequentado uma vez, vendo a mesma garotinha sentada atrás do balcão. As duas se olharam e Samantha acenou para ela enquanto sorria.

— Oii namorada do Baji! — gritou animada

— Yua! — seu avô a repreendeu. Samantha passou pelo local totalmente vermelha, sem saber o que fazer, e então seguiu seu caminho. Estava quase tão nervosa como da primeira vez que o viu, e nem entendia o porquê. Bem, os dois conversam pelo telefone muitas vezes, da última vez quase fizeram uma pequena declaração - talvez seja esse o motivo do nervosismo.

Suspirou, sentindo seu peito palpitar mais a cada passo que dava, estando a menos de 5 metros do local. Respirou fundo quando já estava praticamente em frente a vitrine, pronta para abrir a porta branca de madeira, mas deu um pulo para trás quando alguém, desconhecido, abriu a porta rapidamente com uma sacola de lixo na mão.

Ele tinha duas mechas do cabelo descoloridas, usava um avental com o nome do estabelecimento e duas luvas amarelas. Havia muito pelo na sacola que estava levando para a cesta de lixo em frente ao local.

Os dois se observaram por um tempo, ambos confusos. Ele tinha a cabeça levemente virada para o lado, com o cenho franzido alternando o olhar entre ela e o gatinho quase dormindo em seus braços, enquanto Samantha o olhava com um pequeno biquinho nos lábios, sem saber o que dizer. Nunca havia visto ninguém, além de Baji, trabalhando ali.

— AH — ele gritou de repente, a assustando — Você é a Samantha? — apontou para ela animado

— ... Sou — assentiu, vendo ele sorrir animado enquanto jogava a sacola no cesto e tirava as luvas — e você...? — ele se aproximou animado

— Kazutora! Hanemiya Kazutora — estendeu a mão para fazer cafuné no gato, esperando que ela o cumprimentasse — sou o melhor amigo do Baji, prazer — disse quando fizeram um aperto de mãos estranho

— Você que pensa — uma voz suave apareceu vindo da porta. Lá estava Chifuyu, encostado na parede com um sorrisinho nos lábios — oi Sam! Oi gatinho sem nome. — acenou

— Oi Chifuyu — sorriu para ele, sentindo o puxão de Kazutora para que ela entrasse — não sabia que alguém além dele trabalhava por aqui — olhou para o garoto

— Ele mendigou pro Baji até conseguir — Chifuyu comentou, recebendo um tapa em seu braço — nem ganha salário direito, mas ele come bastante — ela riu junto dele, deixando Kazutora emburrado ali

— ENFIM — olhou mortalmente para o amigo — Baji tá lá tomando banho pra ficar cheirosinho pra você — se encostou no balcão — e ai? — tentou mudar a voz para que ficasse mais grossa, causando risos nos outros dois — Ai, é bom não machucar o Baji, tá ouvin- — Chifuyu deu um tapa em sua cabeça — ué porra

— Ela nunca faria isso, né Sam? — ela assentiu, sorrindo fraco — Não ouve o que ele fala dela? Idiota — murmurou, fazendo com que ela corasse — Baji disse pra eu cuidar dele — apontou para o gato em seus braços — se você deixar... — deu de ombros, ele estava com vergonha

— Ah... — sorriu — Tudo bem, confio em você — entregou cuidadosamente no colo de Chifuyu

— E vê se para de falar merda pra ela, Baji... — começou a sussurrar algo no ouvido dele

A Rua dos Corações Solitários, Baji KeisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora