07,

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Baji e Samantha realmente se falaram algumas vezes, mas não era a mesma coisa. Foi por isso que a primeira troca de mensagens não durou nem dez minutos.

— Foi só eu sair e você conseguiu o número dele? que — Mitsuya pulou ao lado dela incrédulo — Eu realmente te subestimei. — sorriu abertamente ao ver ela revirar os olhos

— Eu já disse que foi sem querer — murmurou

— Acredito — disse com um falso sarcasmo. É claro que ele acreditava no que ela dizia, não era idiota nem nada — mas agora, vocês se reencontrarem não vai ser mais 'obra do destino' ou suas mentiras sobre ter um gato, não é?

— É, acho que sim — disse sorrindo, mesmo sabendo que Baji ainda acreditava no suposto gato dela

Enquanto andavam até o terceiro andar, caminho oposto de Mitsuya, que estava indo apenas para acompanhar a amiga, Samantha sentiu um aperto no peito ao pensar que nem tudo havia mudado. Claro que não. Baji era só um cara, em meio a uma vida de caos.

Ainda estavam odiando ela internet a fora, seu ex ainda estava a esperando para poder encher seu saco, e ainda estava fazendo um curso que não desejava.

— Até o almoço? — ouviu a voz do amigo e apenas assentiu, entrando na sala sem olhar para trás.

Ninguém notou nela, quando foi se sentar e puxou seu caderno para anotações. Mas isso foi apenas por alguns, belos, segundos.

— Olha quem resolver aparecer — ouviu a risada feminina atrás de si — eu sempre disse que, uma hora, iria dar merda esse lance todo de trabalhar na internet. Mas você nunca ouviu sua melhor amiga — fingiu choro

— Você me dizia para desistir, dizia que eu não era engraçada e só me assistiam por causa de outros — respondeu de forma ríspida

— E eu menti? Você saiu, você fugiu por causa deles. As pessoas acreditam neles, não em você. Você só estava tapando buraco enquanto eles não iniciavam as lives no horário brasileiro. Me diga, Sam, eu menti? — ela estava ao lado da orelha dela, sussurrando tudo, como se fosse algum tipo de entidade cruel.

Quando Samantha não respondeu, ela saiu dali, rindo da mesma forma que chegou.

Afinal, ela estava mesmo mentindo?

Quando as aulas acabaram, ela se sentou nas escadas enquanto esperava Mitsuya terminar seus deveres como um bom veterano e líder. Ele demorou meia hora, mas ela não se importou em esperar, mesmo com todos os pedidos de desculpa.

— Podemos almoçar lá nos Kawata? O Hakkai queria te ver de novo — ele disse esperançoso — se tiver outra coisa pra fazer, sem problemas, eu posso...

— Vamos! — ela sorriu — Estou com muito tempo livre, você sabe — deu de ombros e ele a levou até seu carro. Ela se perguntou se ele sempre deixava estacionado ali e apenas andava a pé por causa dela, mas não disse nada.

Enquanto ele dirigia até o local, Samantha observava com atenção cada parte da cidade. Conheceu o caminho desde a ultima vez, sempre teve um bom senso de direção, mesmo que nunca ultilizasse isso pra sair de casa.

— Você tá bem? — ela assentiu diretamente, mas não disse uma palavra. Mitsuya não disse mais nada, e se concentrou na direção. Claro que ela se sentiu culpada, mas, no momento, só queria aproveitar a sensação que tinha enquanto observava tudo se movendo rapidamente pela janela.

Durante o caminho, pensou sobre o que havia ouvido mais cedo. Ela realmente tinha quem gostasse de suas lives? Ela era realmente alguém divertida? Fato, quando estava no Brasil, tinha menos pessoas do que quando foi ao Japão e mudou os horarios de live. Suas lives eram da madrugada, era uma das únicas opções enquanto os favoritos não estavam online. Caso contrário, talvez nem estivesse trabalhanco com aquilo mais.

A Rua dos Corações Solitários, Baji KeisukeOnde histórias criam vida. Descubra agora