Só por uma noite

17

Eu te trouxe flores, eu te trouxe brahma, eu te trouxe skol.

BEATRIZ 🍄

—O que você está fazendo aqui Leonardo? — Susurrei.

Ela saiu da moto e veio na minha direção com as duas mãos no bolso da calça. Ele se aproximou da janela e ficou me encarando, senti seus olhos passearem por todo o meu rosto, como se estivessem me estudando.

—Eu precisava saber se você estava bem.

—Você não entende? Não pode vir aqui.

Ele bufou e se aproximou ainda mais, colocando uma mão de cada lado do meu rosto e me olhando intensamente.

—Quem não entende é você — Sussurrou — Eu não consegui parar de pensar em você em momento algum, tentei dormir, mas na minha mente só vinha você. Seus olhos entregando todo o desespero, eu não ia conseguir dormir sem saber como você estava.

Meu estômago deu voltas estranhas e senti cada pedacinho de mim se arrepiar. Eu nunca vou conseguir entender essas sensações, eu só sinto isso quando estou com ele e isso me assusta porque eu não sei o que é.

—Você é a primeira pessoa que demonstra se importar de verdade — ele sorriu alisando minha bochecha — Muito obrigada.

Ele sorriu fraco e aproximou o rosto do meu, seus lábios roçaram os meus e se colaram em um selinho demorado.

—Eu me importo — disse baixinho — Eu quero te tirar daqui, vem comigo?

Estou me sentindo em um filme da Disney, na cena onde o príncipe salva a princesa.

—Você sabe muito bem que eu não posso ir com você.

—por que não?

—Porque eu sou menor de idade, você não. Imagina o que isso pode dar, além do mais, para onde iríamos? Acho que você está imaginando algo muito grande.

—Eu só não quero sentir a mesma coisa que senti hoje — Disse baixo abaixando a cabeça em seguida.

Olhei para ele confusa.

—Não entendi.

Ele apertou minha mão com força e encarou a sua moto ao lado da calçada.

—já que você não pode sair, eu posso entrar?

Pisquei os olhos algumas vezes processando o que ele tinha acabado de falar. Eu sabia que ele não batia bem da cabeça, mas não sabia que era tanto assim.

—Leo, você sabe que não tem jeito, é o mesmo que jogar um rato em um ninho de cobras.

—Não gostei da comparação — Fez careta — Mas não haveria barulhos, ele não vai perceber que eu estou aqui, por favor bea.

Esse menino está me deixando louca, mais louca do que eu já sou. Ele também não é nada legal das ideias.

—Está bem — Concordei — mas sem barulhos. E a sua moto?

—Vou colocar na rua de trás.

—Na rua de trás tem uma casa amarela com câmeras, coloca por perto e cuidado quando estiver voltando.

Leonardo foi em direção a sua moto e saiu com a mesma virando na esquina e sumindo do meu campo de visão.

Isso não podia acontecer, não podia estar acontecendo. Eu não posso simplesmente deixar que ele entre aqui, mas agora é tarde demais para voltar atrás.