Só por uma noite

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Eu te amei por mil anos, e vou te amar por mais mil.

LEONARDO 🚬

Fico parado, vendo o amor da minha vida desaparecer na rua escura, a água da chuva cai em mim, se misturando com as minhas lágrimas. Sinto meu peito se rasgando a cada passo que ela dá para longe de mim.

Eu já experimentei da dor, mas nada se compara com isso, ver ela chorando por minha causa foi como se meu coração fosse dilacerado diversas vezes seguidas.

Eu sempre sonhei com o dia em que ela diria que sente algo por mim, mas não consigo ficar feliz com isso. Não queria que acontecece nessas circunstâncias.

Olhei as horas no meu relógio de pulso vendo que ainda eram oito e vinte da noite.

(...)

Entrei na enorme sala branca e encontrei ela sentada em uma cadeira, olhando para o nada, indiferente ao mundo ao seu redor.

Já faz muito tempo que eu não a vejo, eu sei que deveria visitá-la com mais frequência, mais dói tanto ver ela nessa situação.

—Mãe — chamo com a voz falha.

Ela se vira para mim e abre a boca surpresa, ela definitivamente não esperava me ver tão cedo.

Alaliso seu rosto e mesmo com a palidez e o corpo mais magro, ela continua linda. Seus cabelos loiros estão presos em um coque, os olhos azuis estão cansados e ela está vestida em um vestido branco, sem vida, horrível.

—Filho — Ela sorri genuinamente — quando disseram que eu tinha visita, imaginei que seria aquele velho feio do seu pai, se soubesse que era você, teria me arrumado.

—Você está linda mãe — Sorrio sincero — você é linda.

Ela se levanta e vejo seu corpo vacilar, mas ela logo se recompõe e vem quase correndo na minha direção, abro meus braços e a recebo em um abraço apertado.

—Senti saudades meu anjo.

—Também senti — sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto — Eu preciso tanto de você — A aperto ainda mais contra mim.

Ela se afasta um pouco e limpa as lágrimas que escorrem pelo meu rosto. Nunca me senti fraco por chorar na frente dela.

—O que aquele monstro fez com você?

—Mãe...

—Leonardo! — Fala em tom de advertência e eu me calo, ela volta a se sentar na sua cama e me puxa para que eu me sente ao lado dela — O que você ainda faz naquela casa? Lá não tem nada para você.

Realmente, lá não tem nada para mim e nunca vai ter.

—Eu tive que ficar Mãe.

—Não, você não teve — ela agarra minhas mãos e busca pelos meus olhos, encaro seus azuis cansados que eu tanto amo — Eu fui fraca demais, não tive forças para tirar você daquele inferno, mas você é um homem forte e não precisa continuar naquela casa.

A minha mãe entrou em desespero quando soube que seria internada, ela achava que essa seria a cartada final do meu pai, e que ele me tiraria dela para sempre.

Mas na verdade, a única pessoa que perdeu alguém, fui eu.

—Você prometeu que sairia daquele lugar assim que eu inicia-se o tratamento nesse lugar — Continua — por que mentiu?