Capítulo 12

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Como acertado na noite anterior, Eira e seu noivo, palavra que ela não gostava nem um pouco de usar com ele, estavam passeando na floresta, lado a lado, sem pronunciarem uma única palavra, já fazia algum tempo, acompanhados por Marg e dois guerreiros, pois ela falara com Liam para ir, mas esta disse ter algo a fazer e não poderia acompanhá-la. Eira já estava ficando com raiva daquele passeio sem motivo, pois ele disse querer conversar, mas não dizia nada e ela não estava com vontade de iniciar nenhuma conversa. Até que ela percebeu estarem um pouco afastados dos seus acompanhantes e que ele havia parado um pouco atrás.

— Não imaginas tudo que passei para finalmente encontrá-la. — Octavius disse virando-se para ela e a abraçando e depois segurando suas mãos.

— Me encontrar? — perguntou Eira confusa e assustada com o abraço repentino.

— Sim! Eu não sabia para onde ela havia mandado você, escondendo-a de mim; acredito que procurei pelo planeta inteiro. Até fui obrigado a mudar meu nome para poder me adequar a esse povo. Mas com tudo que sei sobre luta e tudo mais foi fácil conseguir me alistar e subir rápido na hierarquia, chegando a general rapidamente podendo assim ter condições de te procurar melhor. Os anos passaram, mas finalmente, a algumas luas atrás eu soube de uma mulher com longos cabelos vermelhos que vivia nessa parte esquecida do mundo, cheia desses selvagens, turrões, ignorantes, e sabia que só podia ser você! Eles fizeram de tudo para mudar sua aparência completamente, mas sabia que não resistiria a perder seu lindo cabelo.

"Aquele homem era um craiceáilte?"

"Só podia ser!"

"O que significava tudo aquilo que estava dizendo?"

"Procurando-a?"

"Mudá-la?"

"Perder o cabelo?"

"E o que era 'planeta'?"

— Senhor, deve perdoar-me, — Eira disse soltando suas mãos e afastando-se um pouco dele — não entendo nada do que dizes.

— Como? — ele perguntou com as feições demonstrando, pela primeira vez, medo. — Como assim não entende, minha querida?

— Falas como se me conhecesse, já que disseste que me procurava, mas eu nunca sair daqui, não tem como me conhecer. Deves estar me confundindo com outra pessoa.

— Não estou lhe confundindo com ninguém! — ele tornou a se aproximar de Eira, já demonstrando uma fúria no olhar — Você pode estar muito diferente, mas eu a reconheço e você deveria também me reconhecer. Eu não mudei nada em todos esses verões! Fiz isso por você, para que quando nos encontrássemos, você soubesse quem eu sou.

— Mas se eu nunca o vi antes, não posso reconhece-lo!

— Como assim nunca me viu antes? Você e eu nos conhecemos há muito tempo, como pode esquecer uma coisa dessas... — ele parou como se percebesse algo no que estava dizendo — Se não me reconhece só pode ser porque "Ela" deve ter feito algo para que não lembrasse de nada sobre antes.

— Ela? De quem estar falando?

— De alguém que só faz destruir tudo ao seu redor, — ele olhou de maneira furiosa para Eira, fazendo com que ela ficasse com mais medo ainda dele e cada vez mais confusa com aquela conversa. — Mas não tem problema, minha querida! Mesmo que não lembres mais de mim e de tudo que tivemos antes, ainda assim ficaremos juntos. Quando estivermos juntos contarei tudo a você, todo o seu passado e o amor que tínhamos vai retornar! Sei que terei que continuar fingindo ser um deles, e agir como tal, mas logo seremos apenas eu e você!

Trilogia Guardiã - PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora