Capítulo 7

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Os dias seguintes foram um tormento para Eira, que preferia passá-los em casa, saindo apenas quando muito necessário, só para não arriscar se encontrar com a Liam. Ela sabia que não devia agir desse jeito, mas estava com muita raiva por separarem ela de sua amiga também.

"Será que eu nasci para ficar sozinha? Primeiro foram meus irmãos, e agora minha amiga..."

Neste instante soaram passos de cavalo e gritos eram ouvidos vindos do lado de fora. Eira saiu da cama, onde estivera deitada pensando na sua futura solidão, subiu no baú e olhou pela janela, vendo um bom número de cavalos e os jovens guerreiros montados neles, apenas os que iriam para o treinamento é que ainda se encontravam no chão e, dentre eles, ela reconheceu Liam. "Ela já vai partir e eu nem falei com ela..., nem entreguei seu presente. Mais ainda tenho tempo, só não posso esperar para ainda trocar minhas vestes, tenho que ir agora." Eira pulou do baú, desceu correndo as escadas e foi em direção ao grupo.

— Liam! — ela sabia que era o único jeito de conseguir que soubesse que estava ali era gritando seu nome — Liam, espera!

O chão de areia e pedras machucava seus pés descalços e as lágrimas embaçavam sua visão, mas ela não se importava com nenhum dos dois e continuava a correr e gritar, pois tinha que alcançá-la. Mas ela havia se esquecido que ainda estava apenas com a túnica que usava para dormir sem nenhuma amarração, o que a deixava mais compridas que ela; esta prendeu no seu pé, fazendo com que a pequena caísse ao chão.


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"Gostaria de ter visto Eira antes de partir, mas ela ainda deve estar zangada comigo" — pensava Liam enquanto colocava suas coisas no cavalo que dividiria com outro aprendiz por ainda não ter o seu. Seu pai lhe prometera um, mas disse-lhe que não encontrou nenhum que lhe servisse. Este que nem apareceu para se despedir, já sua mãe estava ali, junto a outras chorosas mães, segurando um lenço já bastante molhado e a barriga, já enorme contendo seu futuro irmão ou irmã, que só iria conhecer quando voltasse do treino. Ela iria sentir falta dos pais, mas sabia que esse treinamento era necessário, pois dependia dele para se tornar uma guerreira e ser nomeada protetora de Bean Uí Eira e nada nem ninguém iriam separá-las novamente.

— Muito bem — começou um dos guerreiros que iriam acompanhá-los — montem em seus cavalos e vamos partir.

Liam acenou para sua mãe e subiu no cavalo após seu acompanhante e começaram a andar. De repente ela começou a escutar a voz de Eira lhe chamando. "Meu desejo em ver minha pequena é tão grande que já estou até ouvindo-a chamar-me", mas os gritos continuavam até que ela percebeu que os cavalos haviam parado e todos olhavam para trás espantados. Quando ela se virou não conseguiu acreditar no que seus olhos viam: Eira vinha correndo na direção deles com os cabelos soltos, trajando apenas uma túnica que, com o tom claro de verde, ela parecia quase etérea, uma ninfa da floresta.

Trilogia Guardiã - PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora