Capítulo 29

76 45 57
                                    


O normal das guardiãs e dos guerreiros era lutarem contra uns quinze a vinte servos, quando eram enviados até algum local em que eles estivessem atacando. Mas ali eles lutavam com algumas centenas de monstros deformados que pareciam ter sede de sangue. Do sangue deles!

As guardiãs tentavam a todo custo ajudar seus guerreiros, mesmo tendo os servos alados para atacarem; Eira ficou responsável por criar bolas de fogo, para Yildiz controlar e poder queimar os servos alados, e também criar esferas de água, que Bariri usava para molhar a areia, e, junto com Harumi, elas manipulavam para fazerem os servos ficarem cobertos com a lama e por fim Érica fazia com que os ventos daquele lugar a secassem e eles não pudessem se movimentar. Enquanto isso, Ninovan ficava aumentando a força dos guerreiros, e Niara e Xi-Wang usavam algumas das ferramentas que eles estavam usando para escavarem, e batiam nos servos alados para que eles caíssem e pudessem ser mortos pelos guerreiros.

— Parece que quanto mais a gente mata — disse Sirhan enfiando sua lança bem no olho de um servo, que começou a queimar no mesmo instante — mais desses monstros aparece.

— Deve ter algum buraco escondido no meio dessa areia toda, de onde eles estão saindo! — Dilek disse cortando o corpo de um dos servos ao meio.

— Mesmo com a ajuda do poder de Ninovan — Honiahaka disse ao pular sobre dois servos enfiando seus machados na cabeça de cada um deles — essa luta vai demorar.

— Pense que pelo menos estar sendo divertido! — disse Haley com um grande sorriso no rosto.

Era do conhecimento de todos que apenas Haley se "divertia" com as lutas, pois nos treinos ele ficava logo entediado em ter sempre que fazer as mesmas coisas e sempre dizia que queria que houvesse um ataque para ele ir lutar de verdade. Usando seu enorme machado, ele era capaz de matar até cinco servos de uma só vez, deixando apenas o rastro do cheiro de carne queimada e um eco dos gritos dos servos que havia matado.

Mas não estava sendo só felicidade para os guerreiros, pois com a difícil luta que estavam tendo, muitos já haviam perdido as proteções de metal de seus corpos e, com isso, os servos haviam conseguido ferir muitos deles em vários lugares e os mais graves eram Isamu, que havia recebido um corte nas costas por não ter sido rápido o suficiente para se livrar de um servo quando outro o atacou por trás; Uraraí, que estava com um ferimento profundo em um dos braços por uma espada que quase chegou a atravessar para o outro lado; Chen, que tinha alguns cortes superficiais no rosto e um mais profundo do lado esquerdo da barriga. Todos estavam com vários ferimentos superficiais, até mesmo Haley estava machucado.

Eira observava lá de cima a enorme quantidade de servos que ainda estavam vivos e estava preocupada, pensando se todos sairiam dali vivos ou não, quando algo que feriu o coração da guardiã aconteceu bem diante de seus olhos: por estar também sem algumas partes da proteção, um servo conseguiu enfiar sua espada na coxa de Liam, quase próximo ao seu quadril, que a ponta da mesma saiu do outro lado. A dor que Liam sentiu foi tão intensa que Eira sentia como se aquela espada também tivesse sido enfiada em sua própria perna.

Com isso, ela percebeu que aquela luta já havia sido prolongada o suficiente, e que, se não acabasse logo, todos iriam terminar perdendo algum membro, ou até mesmo mortos.

— Yildiz — Eira se aproximou da outra guardiã que mantinha uma bola de fogo em uma mão e com a outra criava outras para atacar os servos — precisamos acabar logo com isso.

— Mas Eira... — Yildiz olhou para a expressão de raiva da guardiã — Como você espera terminar essa luta?

— Nós duas podemos fazer isso!

Trilogia Guardiã - PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora