Hina se encontrava deitada em sua cama observando Aisha utilizar o celular dentro do quarto de cor branca. Paredes e móveis estavam em sincronia com as cores e mesmo que o sol batesse na reluzente simetria de cor, não doíam os olhos. O poder de Hina para utilizar a arte era impecavelmente deslumbrante.
— O Leon não para de me encher o saco com mensagens aborrecedoras — Disse Hina largando o celular com força no colchão.
— Bloqueia ele, vocês terminaram há semanas, não tem por que manter contato se ele é um porre com você — Aisha se lembrava de ter visto Hina e Jungkook juntos mais cedo e tomou a liberdade de se intrometer — E o Jungkook?
— O quê tem ele? — Respondeu pegando pipoca e colocando uma mão cheia em sua boca.
— Você está dando ideia para ele? Por que assim, ele é um gato, de fato... Mas parece ser galinha.
— Nem eu sei o que sinto por ele, só sei que quando estamos juntos eu consigo me sentir bem e quando estamos longe eu sinto saudade.
— Não me diga que está apaixonada pelo amor de Deus — Disse Aisha ainda mais atenta à fala de Hina.
— Não é isso... Ele é um cara legal, divertido, talentoso e muito bonito, de fato — Ditou suspirando — Mas parece que às vezes o destino insiste em fazer com que nós dois tenhamos algo e eu não sou uma pessoa que aceita que a vida seja comandada pelo destino, então que se dane, não quero levar nada a frente.
— Fiquei sabendo que vocês ficaram na minha festa, como foi?
— Muito bom — Disse Hina se sentando e comendo mais uma mão de pipoca — Eu senti muita coisa que nunca havia sentido antes e ele me faz querer... voar, saber?
— Não, eu não sei — Disse com uma feição de estranhamento.
— Eu não sei explicar, mas com ele eu sinto coisas que nunca senti com qualquer outro.
— Amor?
— Ainda é muito cedo para falar de amor, Aisha — Respondeu suspirando e deitou novamente olhando para o teto de seu quarto.
— Eu acho melhor você se afastar — Disse Aisha se deitando junto a Hina — Talvez ele seja somente um cara que goste de usar garotas como você.
— Como eu?
— Bonita e especial.
— Tem razão, vou dar o meu máximo para que nós dois não nos encontremos mais — Assim que ouviu as próprias palavras, Hina se arrependeu amargamente, pois a mesma sabia que não iria conseguir.
— Bom, eu já vou embora — Disse Aisha ficando de pé e pegando suas coisas pelo quarto — Se cuida e tenha juízo.
Hina permanecia sozinha em casa, pois Hoseok ainda não havia chegado do treino de futebol. Deitada sobre a cama, recordou-se da paisagem desenhada por Jungkook, tão familiar como se ela tivesse andado naquele lugar e vivido algo inimaginável. Refletindo sobre tais sensações, os olhos de Hina pesaram e, rapidamente, sua imaginação começou a trabalhar.
Em um lindo campo de flores durante uma tarde de verão, onde finalmente Hina estava feliz e usando roupas de época. Duas mãos fortes e quentes seguravam sua cintura e ao escutar uma risada mais que gostosa, a qual soava como música, a jovem se virou, olhando atentamente o rosto angelical de quem a envolvia com uma aura apaixonante. Era ele. Jungkook. Ali, em pé sobre um campo florido em um dia de sol, ambos sorriam e trocavam pequenas carícias, onde, sobre a relva verde que caía sobre eles, Hina finalmente o beijava apaixonadamente, fechando os olhos e tendo novamente a sensação de estar em uma nuvem no paraíso com o diabo. Era um pecado, mas, além disso, uma sensação maravilhosa. Era como finalmente conseguir sentir aquilo que buscou uma vida inteira, puro encanto e paixão que emanavam pela aura de ambos como uma dança sensual e penetrante. Seus dentes eram finos como uma faca, o que trazia pequenos arranhões na boca da garota e quando ela menos esperava, um beijo havia se tornado uma sucção mais do que sensual, lhe trazendo não somente a sensação de paraíso, como também um êxtase intenso que caminhava em harmonia no corpo de ambos, e assim que a respiração tornou-se falha, Hina finalmente abriu os olhos para observar o anjo do mal que a beijava. Percebeu que o cenário à sua volta havia mudado drasticamente. Já não trazia paz, pois as sensações do ambiente eram simples densidade e obscuridade. A floresta causava-lhe desespero e perseguição, onde noites atrás, a garota já havia estado ali, porém não conseguia ver o rosto do homem que chorava com ela em seus braços quando atingida por uma luz inimaginável... Mas, agora, ela finalmente visualizou Jungkook chorando com ela em seus braços e com os olhos cor de vinho enquanto o desespero encravava ainda mais obscuridade nos mesmos. Era possível observar somente na íris de seus olhos o ódio, rancor, luto e desprezo consigo mesmo. Hina não queria vê-lo assim nem fora de seus sonhos.
— Hina, cheguei — Gritou Hoseok do andar de baixo fazendo a garota despertar de um sonho totalmente assustada e se recompor rapidamente para não atrair perguntas desnecessárias, descendo as escadas em seguida para saber como havia sido o treino de futebol.
— Como foi no treino?
— Estava dormindo até agora? — O rapaz parou um instante na cozinha, pegando um copo de água, enquanto colocava sua mochila no chão.
Hina parecia refletir sobre tudo que estava acontecendo em sua vida desde que Jungkook havia aparecido nela. Sensações estranhas, sonhos vívidos demais para serem considerados somente devaneios de uma mente adormecida. Seus olhos que lhe traziam paz e arrepios ao trocar de cor no imaginário de sua mente, conseguindo ser o único a lhe trazer sensações estranhas e únicas.
— Você tem o número do Jungkook? — Perguntou contrariando a promessa feita a Aisha.
— Meu Deus! Você finalmente se tocou que são praticamente feitos um para o outro? – Disse Hoseok surpreso e brincando com a cara da irmã ao mesmo tempo.
— Por que todo mundo fica falando esse tipo de coisa? Se não é que formaríamos um belo casal, é somente pedindo para que eu me afaste... Esse garoto me intriga.
— Então somos dois, ele foi melhor que o Leon hoje no treino — Disse mandando o número de Jungkook para Hina pelo chat de mensagens — Se o Jungkook aceitar entrar no time pode até se tornar o capitão no lugar dele. Pronto.
— Obrigado maninho, quer que eu faça o jantar hoje?
— Vai lá bater um papo com sua alma gêmea, eu me viro com tudo isso — Hina revirou os olhos pela fala do irmão e subiu as escadas.
Ao chegar ao quarto não sabia o que dizer e como dizer. Ela sentia um misto de sensações estranhas que a faziam ter ansiedade. Sem demoras, tomou coragem e mandou uma mensagem simples.
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Última Chance • JJK Jeon Jungkook
Fanfic(CONCLUÍDA) Por mais que a neve se fizesse presente na pele sobre-humana do vampiro, ele não sentia frio e muito menos arrepios. Ele era o sinônimo de frieza, frigidez e algidez; enquanto também era uma mistura perfeita de insensibilidade e indifere...